The Diary of Bissexual - Um Novo Diário

0.3

— Acorda, já são 7 horas. Você está atrasada! — E assim começa o meu dia.

Queria muito ficar em casa, mas não posso. Vou descer, tomar café e ir para escola.

— Você novamente — Thalita parece realmente não ir com a minha cara. Preciso saber um pouco mais sobre ela.

— A aula já começou, entrem garotas! — Sra. Lia sempre pontual.

— Hoje teremos trabalhos em duplas, por favor, sem barulho. Pegue sua carteira e coloque ao lado da sua colega.

Eu mal chegara na escola, nem feito amigos, e já tinha trabalho em grupo. Ótimo. Fiquei em frente à carteira e disse:

— Sra. Lia, eu ainda sou novata, nem fiz amigos…

— Não tem problema. Você pode fazer com a Thalita. Aproveitando que ela está sem parceira também.

O mundo estava conspirando contra mim. Só assim para conhecê-la. Thalita pegou sua carteira e colocou junto a minha perto da porta. Passamos a maior parte do tempo sem ao menos olhar na cara uma da outra. Precisávamos conversar e debater sobre o trabalho. Então, resolvi tomar uma iniciativa.

— Oi!… Eu sou a Laura… Precisamos debater sobre o trabalho.

— Eu sei quem é você. Amanhã, sua casa, 14:00 horas.

Sério que foi tão fácil assim?

— Tá bom… Te passo as informações por e-mail.

Quero impressionar, conhecer mais sobre ela, e o principal: descobrir se ela gosta de garotas. Não que eu tenha alguma oportunidade, claro. Mas vai que né? …

A aula acabou e meu pai já estava esperando na entrada. Ele nunca vem me buscar na escola, o que teria acontecido?

— Quem é menininha do papai?

— Sem essa. Conta logo.

— Quero te levar para almoçar. Vamos?

— Vamos.

Sinto um pressentimento ruim. Papai vir me buscar na escola…

— Então filha, como você sabe, eu e sua mãe decidiu nós separarmos. E eu quero muito que você vá morar comigo e sua mãe também quer que você more com ela.

Isso significa que não posso ficar com os dois. Eu teria que dividir meu tempo para eles, tipo um final de semana com a mamãe, alguns dias da semana com o papai, e por aí vai.

— Nem eu e nem a sua mãe conseguiu chegar a um acordo. Então resolvemos levar Isso a justiça.

É sério, pais? Colocar justiça no meio?

— Por mim vocês nunca que iriam se separar. Vocês quem decidem. Pode me levar para casa? Tenho algumas coisas para estudar.

— Está bem, filha.

Depois de 15 minutos cheguei em casa. Irei planejar como será meu dia com Thalita, e depois dormir, pois, amanhã tem teste de física e eu não quero reprovar.

•••
p.s.: na minha cidade, mesa se chama carteira. Caso fique confuso.