0.4

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Hoje não irei à escola. Vou preparar tudo para recebê-la. Quero parecer inteligente. Quer dizer, eu sou inteligente, mas não o bastante para deixá-la de “queixo caído”… Se é que me entende.

Começar arrumando meu quarto que está uma desordem; preparar um lanchinho delicioso, e estudar um pouco o assunto.

Desço as escadas e me deparo com a mamãe.

— O que está fazendo aqui? Porque não foi a escola? — minha mãe, Elizabeth fala me fitando.

— Então… Hoje eu… Voureceberumaamigaemcasa — falo tudo embolado, de nervosismo.

— Que bom que fez amigas. Depois quero conversar com você um assunto delicado…

— Tá bom, mãe. — continuo descendo as escadas agora em direção a cozinha.

— Que lanche vou preparar… — penso em voz alta. Minha mãe interrompe meu pensamento dizendo:

— Você pode fazer aqueles pães de queijo congelados, além de ser muito fácil de preparar, ainda são deliciosos.

— Como não pensei nisso? É só colocar no micro-ondas ou no forno. Nada pode dar errado.

Coloquei o pão de queijo no forno, e subi para organizar o meu quarto.

Tinha roupa fora do lugar, cama bagunçada; livros jogados ao chão, e para ser sincera, não estava com um cheiro agradável. Pelo visto, vai demorar mais do que o planejado.

Demorei alguns minutos para colocar tudo no seu devido lugar. Nesse tempo aproveitei para dar uma lida na matéria antes da Thalita chegar.

— Filha, você tem visita.

Thalita já chegou? Mas… Ainda é 1:45! Alguém parece ser bem pontual.

Fui desesperada abrir a porta. Suponho que mamãe notou minha inquietação.

— Olá! Seja bem-vinda — a cumprimentei, deixando um sorriso deslizar dos meus lábios.

— Oi! Onde é seu quarto? — Thalita fala já pondo seus pés na casa.

Ela foi direito ao ponto. Subimos para o quarto.

— Então, vamos começar logo. Tenho mais o que fazer.

Que grossa.!

— Belê.

Thalita sentou-se na cadeira em frente ao criado mudo pegando o netbook. Que intimidade, em?

— Que cheiro de queimado é esse? — ela fala com uma expressão nada agradável no rosto.

— OS PÃES DE QUEIJO! — saí correndo desesperada para cozinha e infelizmente os pães de queijo estavam queimados. E agora, qual vai ser o lanche? Ok, na dispensa tem pão, na geladeira tem presunto e queijo. Vai ser sanduíche mesmo. Preparei dois, sanduíches e voltei para o quarto.

— Trouxe um lanchinho, espero que goste.

Thalita não falava nenhuma palavra se quer. Meu plano estava indo de água abaixo. Pelo visto terei que puxar conversa.

— Então, você mora aqui há muito tempo?

— Por que quer saber? Algum problema?

A tentativa de puxar conversar falhara. Acho melhor ficar na minha.

— Olha, não gosto muito de falar sobre minha vida, sabe? Quando eu sentir que você é confiável eu te conto tudo que precisa saber. Agora podemos voltar a fazer o trabalho!?

— Tudo bem. Você ainda não comeu o seu lanche…

Sou vegetariana — por essa eu não esperava.

Terminamos o trabalho e ela foi embora. Estava gostando de admirar aqueles olhos, infelizmente ela teve que ir.

— Nós vemos amanhã? — ela perguntou, levando a mochila ao ombro.

— Claro que sim.

Thalita era muito difícil. Vai ser mais difícil do que eu imaginava conquistá-la. Enfrentando, eu sinto que valerá apena cada esforço.

The Diary of Bissexual - Um Novo Diário Where stories live. Discover now