Narrada pelos personagens, "A última excursão" conta a história pós apocalíptica vivida por um grupo de jovens amigos. Juntos eles tentarão de tudo para sobreviver e chegar até a capital, mas nem tudo ocorre como o esperado.
*Concluído
#8 em ficção...
Quando vimos Luke voltando, correndo em nossa direção, ficamos aliviados. Mas um alívio que se foi no mesmo momento, quando notamos a falta de Anne. Seu olhar só nos deixava mais preocupados.
- Ela... E-Ela... - começou, mas não teve exito em continuar.
Ele mal podia falar, suas palavras não saíam. Eu sabia o que era aquela sensação. Meus olhos se direcionaram para o céu por uns segundos e eu respirei fundo, tentando evitar ter que olhar para ele chorando. Ela também era minha amiga...
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Assim que a ficha caiu, e nos demos conta do realmente estava acontecendo, a noite também passara a cair. Estava escurecendo e era hora de partir. Entramos nos carros e voltamos para a estrada. Só faltava uma hora até chegarmos a Albany.
Não posso dizer que lembro exatamente o que aconteceu no caminho, já que eu havia pegado no sono. Mas o que sei é que, quando acordei estava com dores e minha cabeça estava sangrando, e o carro estava capotado. Olhei para o lado, no banco do motorista, e vi que Jon estava respirando e consciente, tentando abrir a porta que estava emperrada. Os outros, Luke, Paul e Peter também tentavam abrir do lado de fora. Steve, entretanto, não parecia nada bem no banco de trás. Ele gritava de dor e seu pé estava preso. Eu queria acalmá-lo, mas quem eu tentava enganar? Não conseguia sequer me manter calma...
Foi questão de minutos para que os garotos conseguissem abrir aquela porta, mas me pareceu uma eternidade ouvindo gritos e minha própria respiração ofegante. Eles nos tiraram do carro e então eu fui capaz de entender que havíamos batido. A picape que batemos estava praticamente destruída por inteiro, "pobre da pessoa que estava dirigindo" - pensei. Enquanto tiravam Steve do banco de trás consegui ver que o osso de seu tornozelo havia se deslocado, nenhum ferimento de risco, nenhuma fratura, mas ainda assim era o que estava lhe causando tanta dor.
O outro carro estava sem nenhum arranhão sequer. Peter contou que quando viram a picape vindo eles desviaram, e só puderam ver todo o estrago quando pararam o carro logo a frente. Carregamos Steve até o banco do passageiro. Aquilo não era tão difícil de dar um jeito. Me ajustei ajoelhada do lado de fora do carro e posicionei minhas mãos, uma no calcanhar e outra no tornozelo dele.
- O que que você "tá" fazendo? - perguntou Paul.
- Eu vou colocar no lugar - respondi.
- Você o que? - Questionou Steve num tom de medo.
- Relaxa, eu sei fazer isso. Minha irmã fez em mim quando eu desloquei o braço. Ela aprendeu na faculdade e me ensinou.
Na verdade eu não tinha muita certeza do que estava fazendo, nunca tinha feito isso antes, mas se não fizesse a dor não ia parar. Rasguei um pedaço da manga da minha blusa e fiz um rolinho para ele morder.
- Isso vai doer! - Avisei.
Segurei com força onde já havia posicionado minhas mãos e empurrei, com mais força ainda, em direções opostas, já que o osso havia deslocado para o lado. Ele gritou ainda mordendo o rolinho de tecido, mas logo parou. Respirei fundo e deixei meu corpo relaxar quando vi que tinha dado certo. Peguei uma garrafa de água e virei um pouco na minha mão para limpar o sangue em minha testa.
Levantei e fui para o lados dos outros quando vi que Steve ficaria bem sem mim. Eles estavam vendo se havia alguém vivo na picape, mas infelizmente os dois estavam mortos. Eu mal pude olhar. E saber que nós estávamos todos bem pesava ainda mais minha consciência...
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Oi meu povo! O que acharam desse capítulo? Menorzinho né? Comentem o que acham que vai acontecer.