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― Eu aprendi a amar seu pai, pode amar Ettore também

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― Eu aprendi a amar seu pai, pode amar Ettore também. ― Sua mãe, Eugênia, a encarou com seriedade enquanto se sentava na ponta oposta do sofá cujo Helena estava sentada. Seu rosto banhado pelo orgulho de estar entregando sua filha a um dos olhos mais poderosos do país, senão do continente.

― Nunca. Eu nunca vou amar aquele homem ― Resmungou a contra gosto, cruzando os braços de baixo dos seios. ― Tudo nele parece ensaiado, parece uma máquina, até a voz dele tem o tom certo. Conheço homens como ele. São bestas dentro de ternos caros, feitos na medida. Ele mata tudo que toca.

― Uma máquina que tem a postura de um rei. Você estará protegida como nunca esteve. Deveria dar uma chance a ele e se permitir conhecer o homem primeiro, antes de dizer essas besteiras, minha filha.

Helena enxergava o retrato de uma mãe e esposa submissa, criada para servir e obedecer ao seu pai.

Como se ela fosse uma propriedade.

Eugênia acreditava que aquilo era sinônimo de uma família feliz e desejava que a filha tivesse o mesmo que ela.

― Mamãe, ele não é um homem qualquer, que vai trabalhar pela manhã e volta no final da tarde com flores. Esqueça! Eu vou casar com ele, mas não preciso de amor para isso.

― É exatamente por ele não ser esse homem qualquer que você deveria amar seu esposo.

― Eugênia! ― Seu pai, Lorenzo, cruzou a sala, chamando por sua mãe em um tom alterado. Como sempre fazia. ― Pare de encher a cabeça de Helena com asneiras como o amor. A ensine a ser obediente, delicada e disciplina. Homens como Ettore não querem amor. Querem apenas o status de serem homens casados.

Helena observou calada, se corroendo para não defender a mãe, por mais que aquele tipo de cena sempre ocorresse em sua casa, ela jamais aceitaria passar por aquilo e foi isso que a chateou.

Saber que para a mãe aquilo era o amor.

― Maldita seja a hora que deixei Helena fazer suas viagens para outro continente. Quando voltou da América, voltou acreditando ser dona de suas escolhas ― Pelo canto dos olhos Helena viu o pai encher o copo curto com whisky e virar o líquido garganta abaixo uma única vez. ― Isso é culpa sua, Eugênia e se aquele moleque quiser trocar de esposa eu não vou tirar a razão dele.

― Não se preocupe, papai. ― Helena tentou num tom calmo, olhando para os pés, para não demonstrar o quanto aquilo a desagradava. ― Eu seria a esposa perfeita, aquela que foi treinada para ser.

Sentiu a respirava pesada próxima de si, quando a mão gorda se seu pai apoiou em seu ombro, fazendo uma leve pressão.

Começando uma intimidação que dava mais nojo do que medo.

Helena sem ao menos notar prendeu a respiração no peito, pedindo para que se Deus existisse lhe fizesse ter controle para não afastar o pai para longe de seu corpo.

Giostra - Máfia Siciliana (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora