Em busca da Admissão...

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O tempo passou como o vento no outono. Meu plano de permanecer por apenas uma noite falhou. Alia e Sebas me acolheram de tal forma que trouxeram lembranças de minha vida na Terra com minha família.

O convívio com o casal trazia uma imensa saudade de casa. De minha casa.

Com o tempo puder ajudá-los nas plantações. Percebi que somente ter uma terra fértil não promovia uma boa colheita. Pragas persistentes atacavam incessantemente.

Aquilo estava me incomodando. Sebas e Alia foram bons comigo. E tudo o que eu consegui fazer, era catar espigas de milho no campo. Isso na frente do casal.

Todo dia durante a madrugada, me levantava e caminhava entre as plantações entoando uma leve e suave música. Conforme os dias passaram, os ataques das pragas foram diminuindo. E hoje, quase não existem mais.

Os idosos e seus vizinhos comemoraram a benção sobre a colheita. E em uma noite de comemoração ouvi um homem falar que nenhum dos camponeses tiveram uma colheita tão farta quanto ao de Sebas e de Alia.

Não pude conter o sorriso de felicidade e sentimento de dever cumprido.

Segundo Alia, hoje, Ecttor voltaria para se preparar para sua ida à província de Cicíli. A prova para admissão na Escola de Mestres da Magia aconteceria amanhã pela manhã.

Minha curiosidade sobre essa magia aumentava cada vez mais.

Ouço Alia se exaltar na cozinha. De onde estou não consigo ver o motivo, mas já imagino qual seja.

— Ecttor, meu filho! — A emoção era evidente nas palavras da senhora.

— Olá, vovó! — Levanto-me devagar. — Aonde está o vovô?

— Oh! Sabe muito bem como aquele velho é. Depois que as pragas desapareceram ele tem se dedicado muito mais na plantação. — Alia ri.

Caminho vagarosamente até a porta da copa. Vejo o jovem rapaz frente a Alia.

Era um garoto. Deveria ter seus 20 anos com um porte físico invejável. Seus olhos castanhos mel encontram os meus, e percebo a desconfiança neles.

Alia percebe a direção do olhar do neto e logo nota a minha presença.

— Oh! Matteo. Esse é o meu neto. Ecttor. Ecttor esse é o Matteo. Ele tem morado conosco por um tempo e nos ajudado na colheita.

— É um prazer conhecê-lo, Ecttor. Ouvi muitas coisas sobre você. — Sorrio de forma sincera vendo a desconfiança abandonar sua face, aparentemente.

— O prazer é meu. — Diz direto e roucamente.

— Bom, e como foi o treinamento?

— Veremos amanhã. — Ecttor sorri para sua avó.

— Matteo, se quiser pode vir conosco prestigiar o evento. Não irá se arrepender. — Alia diz voltando para o fogão.

— Será um prazer. — Meneio a cabeça deixando um sorriso tímido sair.

Ecttor senta diante da mesa e me analisa.

— Então Matteo. De onde você vem?

Encaro-o por um tempo.

— Não comece com seus questionários Ecttor. Matteo, por longos 12 meses demonstrou ser de muita confiança. — Ecttor faz uma cara de desgosto e talvez surpresa devido ao meu tempo de estadia na casa de seus avós.

— Tudo bem Alia. Eu venho de longe Ecttor, é tudo que deve saber. — Percebo que o enfureci, mas ele não demonstraria isso na frente de sua avó.

O Humano - EpífaneМесто, где живут истории. Откройте их для себя