Até breve

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Elliot permanece sobre a sacada de seu quarto. A paisagem de seu reino o tranquilizava sempre que o rei estava estressado.

Os acontecimentos recentes sempre o levava ao seu limite. Desde às ações dos demônios quanto ao recém aparecimento de Matteo.

O Rei Humano suspira e se prepara para voltar para o seu quarto, no entanto ele pula assustado ao ver Matteo parado atrás de si.

— Não faça isso. — Elliot se recosta sobre a sacada. — Como chegou aqui?

— É uma pergunta besta, não acha? — Matteo ri e caminha até recostar seus antebraços na sacada e admirar a paisagem do Reino Humano. — Vocês fizeram um bom trabalho.

Elliot olha os edifícios mais uma vez, tentando entender se o rapaz referia-se ao reino.

— Me lembra muito a Terra, sabia? Os prédios, a movimentação, o céu estrelado com o avião sobrevoando o ar... — Matteo apenas deixa a frase morrer. — É tudo tão familiar e distante ao mesmo tempo.

Elliot não podia dizer que entendia o rapaz, ele nem sequer considera a Terra com um lar, sem contar que sua casta nem conhece suas origens, esse tipo de informação só era passada de reis para reis.

— Bom, eu não vim aqui para ficar lembrando do passado. — Matteo fica de frente para o Rei Humano. — A partir de amanhã este reino não terá escravos Mernins. Os levarei embora deste e dos outros reinos, para que fiquem longe das atrocidades de seu povo e das outras castas.

Elliot respira fundo.

— Não duvidarei nem o impedirei. Não estou justificando as atitudes contra os Mernins, mas eu não tive escolha ao criar um acordo com o Reino de Fallus. Os anciões me pressionaram, exigindo uma decisão e não pude intervir nas ações de Hugus. — Elliot coça sua cabeça. — Para falar a verdade, estou aliviado por estar fazendo isso.

Matteo volta a olhar para o Reino Humano.

— Vocês ficarão um tempo sem me ver.

Elliot vira a cabeça bruscamente para Matteo, confuso.

— Como assim?

— Os Mernins precisam de ajuda para criar independência. Eles são um povo muito pacífico, não posso permitir que percam essa essência. E também... — Matteo encara Elliot. — Há coisas que preciso entender neste mundo. Algo que há mil anos atrás não tive tempo de procurar.

— Entendo. E se precisarmos de sua ajuda?

— Vocês possuem uns aos outros. O Tratado entre castas ainda funciona. Elffen também pode entrar em contato comigo a qualquer hora, assim como o Derek.

Ambos ficam em silêncio apenas observando a movimentação do reino na escuridão da noite.

— Há algo que me preocupa.

Elliot se atenta às palavras de Matteo.

— Este reino, essas tecnologias... São semelhantes demais com a tecnologia da Terra. Onde exatamente vocês conseguiram conhecimento delas.

Elliot pensa e relembrar de suas aulas.

— Alguns séculos atrás, o terceiro rei viajou sozinho para um país vizinho, ele percorreu esse mundo em busca de algo que tirasse de nós o título de espécie mais fraca, já que naquele período a magia, a nossa magia ainda era desconhecida. Quando ele chegou em um lugar chamado Ethernium, foi-lhe revelado visões sobre um poder diferente de qualquer outro neste mundo. A ciência. Quando ele voltou ao Reino Humano, todos pensaram que o rei estivesse louco, até ele construir a primeira arma movida por Ânion.

— O mesmo material que há sob a vila dos Mernins.

Elliot concorda com a cabeça.

— Depois disso, nossa casta só evoluiu. Conseguimos criar coisas que nem mesmo sabíamos que seria possível.

— E o terceiro Rei nunca falou como ele teve as visões?

— Não há relatos. O que se sabe é que 10 anos depois disso, o terceiro enlouqueceu. Nos manuscritos relata que ele falava apenas uma única palavra...

Matteo franze sua testa.

— Terra.

Matteo vira seu rosto, expressivamente pensativo.

— Você irá buscar respostas, não irá?

O rapaz encara Elliot e sorri antes de subir na sacada.

— Se cuida.

— Até breve, Matteo.

Matteo lança seu corpo em direção ao ar.

Elliot observa o corpo do rapaz sumir na escuridão e crescer novamente em forma de dragão.

***

Pessoal esse capítulo é bem curtinho, mas ele servirá de estopim para o que virá. Peço paciência kkkk

Até breve!

O Humano - EpífaneUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum