Aprovados?

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Depois de realizarmos a inscrição Ecttor se ocupou em me explicar como funcionaria essa prova de admissão.

A senhora Alia e seu esposo Sebas rumaram em direção às arquibancadas, não antes de perguntarem se eu queria mesmo fazer isso.

Mas não havia volta. Demônios em uma prova? Será que em mil anos este mundo evoluiu tanto ao ponto de usá-los como peões em provas?

Basicamente a prova era matar o demônio. O que me impulsionou mais ainda a continuar. De certo modo eu precisava saber como os humanos viviam agora. Como este mundo vivia agora.

— Alia disse que há magia neste mundo. Como é?

Pergunto a Ecttor enquanto adentramos uma ala cheia de jovens se preparando para suas batalhas. Alguns me olham com desdém outros fazem de conta que nem existo.

— Como assim você não sabe como é Magia? — Dou de ombros, fingindo inocência. Ele suspira e continua a caminhar. — Damos o nome de magia por ser algo semelhante à magia ancestral. Usamos nossas essência vital como fonte. Transmita essa essência para uma arma qualquer e pronto. Aí está a magia. — Ergo uma sobrancelha. — Mas para isso você precisará de anos de prática. Mas sei que você conseguirá se defender, pode não usar magia, mas força você tem. Tente apenas não ser morto enquanto eu faço o resto.

— Tudo bem. Mas... — Apresso-me e fico ao seu lado. — Pelo menos dê-me uma dessas armas.

Ele para e me olha, analisando meu pedido.

— Talvez seja melhor mesmo.

Conforme íamos esperando, Ecttor trouxe uma espada. Ele explicou que cada uma possui uma essência elemental, e cada guerreiro usa a arma que combina com a sua essência. Ou seja, se sua essência vital for de fogo, ele precisará de uma arma com essência elemental de fogo, e assim por diante.

A arma que me foi dada era de essência da terra. Ecttor ironicamente comentou que não faria diferença já que eu não saberia usar. Não discordo, pois esse forma de magia é nova para mim. Já havia usado adagas, mas não é a mesma coisa. Uma espada enorme e pesada, definitivamente, não era a mesma coisa.

O jovem guerreiro não ousou trocar sua espada que tinha afiado no percurso da viagem.

Conforme o tempo ia passando, mais o salão ia esvaziando. Podíamos acompanhar as outras lutas por um televisor ou um espelho com imagens das lutas?

Quando nosso nome foi chamado, peguei a espada e começo a arrastá-la em direção ao portão. Ecttor me olha e alguns candidatos riem.

— Fique quieto no seu canto e...

— Deixo você cuidar de tudo. Eu já sei. — Passo por ele fazendo barulho com a ponta da espada ao chão.

Diante do enorme portão ficamos esperando pelo anúncio de nossos nomes. Querendo ou não o nervosismo estava estampado na face de Ecttor.

— Fique calmo. — Ele me olha confuso. — Você treinou não é? — Olho para sua face. — Apenas faça o que tem que fazer. Já vi pessoas falharem por não acreditarem nelas mesmas. Você precisa acreditar que conseguirá alcançar seu objetivo, se não fizer isso, com certeza vai falhar.

Ele engole em seco e fixa seu olhar para a brecha da porta, que indicava o início da prova.

Caminhamos um pouco e os urros de excitação do público tinia em meus ouvidos. Nossos rostos apareciam nos telões ao alto.

— Estarei bem aqui. — Sento em uma rocha. - Te dando todo meu apoio moral. "Uhul! Vai Ecttor!" — Finjo uma animação bem desanimada.

Ecttor prepara sua arma. Um leve tornado rodopia ao redor do rapaz, sua espada ganha uma tonalidade mais viva e sua essência monstruosa aparece.

O Humano - EpífaneWhere stories live. Discover now