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Esse capitulo não existia na versão passada - exceto algumas falas - então apreciem com moderação.

— O que...? — o mais velho balbuciou.

— Devo te agradecer por destruir meu casamento?

Roger molhou os lábios antes de dizer.

— Eu não fiz nada. — encarou Victoriano que ainda estava ao lado de Inês. — Vai abandonar o barco agora?

— Não diga o que não sabe por que grande parte da culpa é sua. — Inês não deixou que Victoriano falasse. — Pode ir Victoriano, eu me resolvo com ele.

— Tem certeza? — a olhou nos olhos.

Inês concordou com um menear de cabeça e recebeu um beijo na testa. Inês sentiu suas pernas bambearem por vê-lo ir embora, queria chorar, mas ainda não podia fazê-lo, olhou para o pai e esperou o que tinha a dizer.

— Me diz que minha filha não é uma vagabunda?!

Inês sentiu as palavras dele como um tiro em seu peito, nunca foi uma vagabunda, no máximo uma adolescente inconsequente e cheia de hormônios como qualquer outra. Inês achou que depois da verdade, Roger entenderia, voltaria para pedir desculpa ao seu marido ou até mesmo para entender como toda a história aconteceu, entretanto, não era assim e o insulto vinha antes de qualquer coisa.

— Você veio até a minha casa para me ofender? — falou por fim. — Mais uma vez está aqui para ser um homem que eu desconheço?

— Eu não posso acreditar no que ouvi, eu não te criei para isso. — ignorou as palavras dela.

— E me criou para que? — aumentou um pouco o tom, estava casada de ser julgada, pisada por todos.

Roger estava inconformado, não conseguia acreditar que sua menina, a menina de quem tanto se orgulhava tinha casado com outro para esconder sua gravidez, se sentia um idiota e mesmo Laura pedindo que não voltasse até a casa da filha, foi impossível impedi-lo. Nenhum dos dois desviou o olhar do outro, Inês estava chateada, magoada, triste por ter mandado seu marido embora e ainda tinha que aguentar os insultos do pai.

— Eu te criei pra ser uma mulher honrada e não uma vagabunda que...

— Já chega papai, não vou permitir que fale mais nada, não vai me ofender dentro da minha própria casa. — o cortou. — Você não quer ouvir como as coisas aconteceram, você quer uma justificativa para os seus erros com Victoriano, mas não vai encontrar aqui.

— Meu Deus... — passou a mão nos cabelos.

— Você deveria agradecer por sua filha não ter sido mãe solteira, que mesmo Victoriano não sendo o pai da minha filha nos aceitou. — encheu os olhos de lágrimas. — Você o envenenou durante todos esses anos...

— Ele nunca foi bom pra você.

— Não importa! Ele estava magoado, mas te ouvir a todo instante que não era bom o suficiente só o fazia se recordar que entrou num casamento para me proteger e que eu nunca o amaria. — se aproximou do pai. — Foram cinco anos vivendo um inferno, cinco dos quais eu poderia ter sido feliz, mas o senhor não cooperou.

— Não jogue a culpa da sua safadeza nas minhas costas! — sentenciou.

— Não estou jogando, afinal eu fui pra cama com quem não deveria e num pequeno descuido minha vida inteira mudou, mas às vezes eu preferia ter deixado ele livre do seu julgamento a vê-lo ser humilhado por anos, só por ter se casado comigo.

— Quem é o pai dessa criança?

— Victoriano! — nunca revelaria a ele quem era o verdadeiro pai de Victória.

POR VOCÊ - IyVOnde histórias criam vida. Descubra agora