Capítulo 9

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Ash

Depois do que pareceu uma eternidade, eu a soltei. Ela continuava sem me olhar, decidi que seria melhor eu ir embora. Impor a minha presença poderia fazê-la me odiar ainda mais.

O que eu faria se ela realmente fosse embora? Como eu iria viver sabendo que deixei a garota mais incrível escapar?
O Pikachu estava no meu ombro, ele parecia sentir a minha tristeza.

- Eu não fui capaz de dizer a ela que eu gosto dela, amigão. Eu sou mesmo um idiota!
- Pikachu!
- Não tente me animar, eu não mereço alguém como a Serena! Amanhã ela vai embora, e nada vai ser mais como antes, porque eu vou carregar a culpa de ter feito ela ir embora.
- Chu! - Pikachu pulou do meu ombro e ficou de pé na minha frente.
- Eu estraguei tudo, eu fiz isso. Ela me odeia agora e com toda a razão, não há mais nada que eu possa fazer, melhor eu ir para casa.

O Pikachu parecia não entender como eu estava abandonando a Serena sem ao menos ter lutado por ela. Durante a minha jornada vi muitos pokémons meus partirem para viver suas próprias aventuras, mesmo sofrendo eu aceitava que eles fossem embora, eu não iria prender a Serena.

O desânimo e o cansaço tomava conta de mim, meu corpo pesava, nada fazia sentido, o caminho para casa pareceu bem maior que o de costume. Cheguei em casa e fui direto para o quarto, não sei se sentia fome, dor, medo, tristeza, o que eu sentia era um grande vazio. Deixei a minha mãe de

Não sei em qual momento eu consegui dormir, sei que foi difícil pregar o olho a noite toda, eu só queria que a Serena não tivesse ido embora. Acordei com a minha mãe batendo a porta.

- Ash! Ash acorde!

"Serena" pensei, ela tinha ido me ver. Pulei da cama o mais rápido que pude, na esperança de ela estar me esperando.

- O professor Carvalho e os outros estão aqui a sua procura.

Eu não me sentia disposto, mas mesmo assim, eu havia prometido que iria solucionar o mistério junto com eles. Peguei a primeira pokébola a minha frente e fomos na direção da floresta, Lucy, Tom e o professor, combinavam como iríamos adentrar na mata e procurarmos as pistas que nos levasse ao motivo dos ataques. Eles explicavam como cada um iria agir, mas nada daquilo faria sentido pra mim, não havia razão para eu lutar, se a Serena não estaria lá. Ela nunca saberia o que tinha acontecido e eu nunca teria a chance de contar.

Assim que chegamos em um ponto mais ao centro da floresta, nós nos dividimos, indo cada um para um lado, pela primeira vez a aventura não me atraía, o que eu mais queria era ir para casa.

Continuei andando com o Pikachu em meu ombro. E não demorou muito eu ouvi um zumbido, lembrei do zumbido do dia anterior, e do que as vítimas dos ataques falavam, primeiro vinha um zumbido e logo depois dezenas de pokémons apareciam.

Olhei para o Pikachu, ele parecia estar tão alerta quanto eu estava.
- Fique atento Pikachu, acho que logo teríamos companhia.

Peguei a única pokébola que eu tinha levado comigo, eu iria ter que acioná-la logo. Não tinha demorou muito, e eu pude ouvir outro zumbido, e em seguida mais um, aquele barulho não parecia de nenhum pokémon, era quase como algo robótico.

Não demorou muito e dezenas de butterfrees, pigeys, pigeottos, alguns Coffens, aparecessem na nossa frente, eu teria problema, só com o Pikachu. Joguei a pokébola na esperança de sair de lá algo que pudesse me tirar daquela fria. Um margikap saiu de lá.

Droga de tantos pokemons que eu poderia ter escolhido, peguei o mais inútil naquela situação. Eu deveria ter escolhido melhor os meus pokémons, eu tinha uma infinidade de opções para eu escolher, mas eu nem tinha me dado o trabalho de fazer a minha parte direito, a maneira como a Serena estava ontem quando eu a vi, havia me abalado muito. Eu devia ter focado no trabalho que eu tinha a fazer, mas eu só consegui pensar na Serena a noite inteira. E no quanto não queria que ela fosse embora.

Minha esperança era que o Pikachu aguentasse, até os outros virem nos ajudar.

- Pikachu, eu quero que quando eu autorizar, você dê o maior choque do trovão que conseguir, certo amigão? E assim que você fizer isso a gente vai sair correndo até encontrar os outros.
- Pikachu?
- É amigão, estamos só eu e você, não temos como vencê-los só nós dois, então o melhor é recuar, entendeu?
- Pikachu!

Eu teria que esperar os pokémons ficarem o mais juntos possível, para então mandar o Pikachu atacar, com eles tão distantes seria difícil o ataque do Pikachu ter 100% de aproveitamento. Assim que os pokémons estavam alinhados, era a hora certa.
- Pikachu agoraaa!

O ataque do Pikachu foi bastante efetivo, mas mesmo assim não tinha atingido a todos os pokémons.
- Corre Pikachu!

Nós começamos a correr o mais rápido que podíamos, nós tínhamos que encontrar os outros, não tínhamos como enfrentar aquela dezena de pokémons sozinhos. O ataque do Pikachu foi muito eficiente, mas mesmo assim não foi o suficiente para derrubar todos os pokémons, o pikachu acabou envenenado por uma butterfree. Ele não tinha condições de enfrentar todos aqueles pokémons sozinhos.

Peguei o pikachu e continuei correndo o mais rápido que eu pude, eu não tinha provas, mas eu sabia que tinha alguém por trás desses ataques, mas que tipo de pessoa iriam usar pokémons para atacar os outros?

Um filme passou pela minha mente lembrei de quando saí de Kanto, e do ataque dos Spearrows, mas daquela vez foi diferente, eu tinha provocado, dessa vez não. Eu não tinha viajado tanto para terminar da mesma forma que tinha começado, sendo perseguido por um bando de pokémons. Senti meu corpo pesado, provavelmente era pó do sono que estava me deixando daquele jeito. Sentia cada vez mais fraco, meus reflexos mais lentos. Eu precisava de ajuda.

Eu estava perdido só um milagre para me salvar naquele momento. Eu não aguentava mais correr. Os pokemons selvagens estavam cada vez mais perto. Segurei forte o Pikachu na esperança de protegê-lo. E esperar o fim.

Uma Chance Ao Amor- Ash & Serena - Give A Love TryOnde histórias criam vida. Descubra agora