Capítulo 13 - Máscara da simpatia

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"Por aqui não se passa
sem que se sofra o calor do fogo."

Dante Alighieri

Dante Alighieri

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DANTE

Estou mais uma vez no vestiário frio e mal iluminado. Não é real. Já percebi que é um daqueles dias que sei que estou dormindo, mas não consigo acordar. Cacete.

Suspiro fundo, resignado, sabendo que vou ter que reviver esta merda. Pelo menos não é real.

Olho à minha volta e o vestiário está vazio. Logo escuto risos femininos e sussurros masculinos, os sons vindo dos chuveiros. O barulho da água ligada e a névoa de vapor aparente me fazem concluir que tomam banho. Não quero ir até lá, deve ser alguma coisa que não vou gostar de ver. E não é real.

Me sento no banco comprido em frente aos armários de metal e aperto os olhos, tentando acordar. "Não é real, não é real." Não dá certo.

Me distraio mexendo os dedos dos pés. Que beleza... Nem me lembrava desta sensação. Pelo menos no pesadelo posso andar. Me levanto de novo e fico andando pelo vestiário. Sensacional. Pena que esta parte não é real.

Identifico os sons difusos das pessoas saindo do chuveiro, um homem e uma mulher, e instintivamente viro a cabeça na direção deles. Marina e Rodrigo, nus, chegam aos armários.

— Mas que porra...? — Pergunto, indignado. — Marina? Vocês estão juntos?!

— O que foi, Dante? — Ele dá um tapa na bunda dela, sem tirar os olhos de mim. Os dois sorriem. — Pensou que ela iria se contentar com você? Se pode ter um homem completo como eu? Não viaja, cara!

— Ela é minha, caralho! — Digo em um rosnado.

— Fica na sua, viadinho! Nina me deseja, não enxerga?! — Ele sorri com deboche, e puxa Marina para mais perto, colando seus corpos.

— Rodrigo delícia... — Ela murmura, manhosa, e passa a mão pelo seu peitoral musculoso e tatuado. Ele abaixa a cabeça e os dois se beijam.

Não! Não! Não é real!

Então a porta do vestiário é aberta. Três homens enormes vem na nossa direção, chutando uma cadeira de metal pelo caminho.

— Rodrigo. Tudo certo por aqui? — O líder o cumprimenta.

— Mais ou menos, Leleco. Este viadinho está de olho na minha mulher... — Aponta com a cabeça na minha direção.

— Porpeta, vigie a porta do vestiário. O líder dos três ordena ao homem à sua direita. Depois se vira para mim.

— Seu filho da puta! Quem você pensa que é para querer a mulher do meu parça?! Seu jogadorzinho de bola de merda! Vou te ensinar a respeitar a gente. Você vai se curvar, e vai ser agora.

Reflexo Quebrado [COMPLETO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora