Visão

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Primeiramente, desculpem pela demora. Eu não desisti da história e nem faria isso. Só estava com alguns conflitos internos que me bloquearam um pouco, mas agora está tudo certo, vou voltar a rotina. Sem mais delongas, espero que gostem.

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Pov Ae

— Cara, no que você está pensando? — Em tudo e ao mesmo tempo em nada. Fazia quase uma semana que minha chefe havia chorado na minha frente e aquilo ainda não tinha saído da minha cabeça. — Ae, se nós perdermos esse jogo, a culpa será sua. E nós vamos ser humilhados em âmbito internacional.

— Cale a boca, Can. — Tinha muito tempo que estávamos voando, mas o baixinho ao meu lado não parava de falar. — Nós não vamos perder.

— Se você diz. Mas não venha tentar ser o astro sozinho, eu quero meus créditos. — Diferente de Can, Tin havia vindo em primeira classe. No final, eu achei que ele não deixaria o namorado sozinho, mas eu estava enganado. Nada como ter dinheiro.

— Você poderia dormir um pouco, huh? Faz quase 12 horas que estamos viajando e seus lábios seguem balbuciando palavras sem sentido. — Can deu de ombros e me mostrou a língua.

— Viu como você não presta atenção? A aeromoça já avisou três vezes que vamos aterrissar logo. E você me mandando dormir. Quer me deixar preso no avião, cara? Você definitivamente é um desalmado. Esqueça. É pra colocar o cinto, foi pra isso que te chamei. — Ali eu pude entender o desalento do meu amigo. Minha mente focada em Khun Putcha realmente não me deixava prestar atenção ao resto.

Logo que descemos, ainda dentro do aeroporto, todos os jogadores fizeram um pequeno círculo enquanto esperavam as malas. Muitas pessoas da universidade estavam ali esperando por nós, mas aqueles olhos grandes nos vigiando davam mais medo do que qualquer outra coisa.

— Escutem, com a ajuda da universidade, conseguimos alguns números de telefone europeus para vocês. Se precisarem falar com a família, liguem deles. Fazer ligação internacional é muito caro. — O treinador passou, distribuindo uns pequenos chips coloridos.

— Mas professor, e se quisermos ligar para alguém daqui? — E como sempre, a pergunta idiota era de Can. Eu só pude revirar os olhos e fingir que não havia ouvido.

— Cale a boca, Cantaloupe! — Tin deu um pequeno beliscão no braço do namorado enquanto lhe repreendia baixinho. No final, eu nem sabia o motivo de ele estar junto com a gente.

— Ligue, Can. Apenas ligue. — Até o treinador pareceu cismado com a pergunta besta que ele havia feito.

Não demorou muito para que fôssemos para o hotel e começássemos a nos instalar. Os quartos eram separados por faculdade, o que me fez acabar no mesmo que o do meu amigo, embora eu tivesse certeza que acabaria dormindo sozinho.

Todo o ambiente era aconchegante, mas desconhecido. Eu não conhecia absolutamente ninguém na Alemanha e nem sabia falar o idioma. O que me restaria seria ficar em total silêncio enquanto eu fingia que estava me preparando para uma partida. No final, nós não ficaríamos muito.

Chegamos na quinta-feira pela tarde e a partida seria no sábado, logo após o horário de almoço. Domingo era a previsão de voltarmos para casa. A verdade é que eu realmente precisava me ajustar ao fuso horário do país, se não eu não conseguiria jogar nada.

Pra minha surpresa, assim que o meu colega de quarto entrou, sua animação estava prestes a contagiar todos os que haviam vindo conosco. A neve caía na rua e eu não estava sendo capaz de suportar aquele frio. Mas para Can, aquilo parecia como fazer embaixadinhas.

Memories of YouWhere stories live. Discover now