His slave - Conforting

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 Os passos apressados de Shouto revelavam o nervosismo que o mesmo teimava em esconder enquanto seguia o corredor da casa dos pais até aonde sua mãe deveria estar já sem a usual máscara que lhe cobria a queimadura no lado esquerdo, seus irmãos estavam lá com ela, todos menos o mais velho, que havia mudado de nome e ido de moto para Seattle depois que Shouto assumira os "negócios" do pai. O bicolor se aproximou da mãe cuidadoso, ela era uma das únicas, se não a unica, pessoa a conseguir acalmá-lo e fazê-lo agir corretamente. Os dois que já estavam no quarto com a mãe deram espaço ao mais novo, que segurou firmemente as mãos frias da mulher que se encontrava deitada, traço que este havia claramente herdado.

 Os dois que já estavam no quarto com a mãe deram espaço ao mais novo, que segurou firmemente as mãos frias da mulher que se encontrava deitada, traço que este havia claramente herdado

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- Mãe? - O bicolor chamou baixinho, insistindo em manter a pose mesmo que já estivesse quase chorando apenas pelo fato de que a mesma demorou a reagir a sua voz - Estou aqui agora mãe... O que houve? Já examinaram você? Aquele velho não te machucou não é? Eu posso dar uma surra nele se for o caso...

- Meu filhinho... - A mulher riu baixinho com a reação do filho mais novo, gostava do jeito que seu garoto agia com sigo - ... Sabe que eu tenho estado bem doente, não é culpa do seu pai... Senti falta de poder vê-lo...

- Desculpe mamãe... Estive ocupado, acabei não vindo vê-la... - Todoroki deu um beijo leve nas costas da mão de sua mãe, fazendo seu máximo para ser delicado - ... Mas estou aqui agora, com você, como deveria ser sempre...

- ... Infelizmente não pôde ser assim meu filho... - A de cabelos brancos tosse forte, precisando do apoio de seu filho para acalmar a respiração - ... A mamãe não aguenta muito mais...

- Mamãe... Por favor, descanse agora, prometo que logo vai melhorar, tem que melhorar, podemos chamar a Recovery Girl ou--

 - Filho... Eu sei que é difícil, mas a mamãe não pode ficar muito tempo... - Rei fecha os olhos com um sorriso, sabia que não teria muito tempo até que houvesse outra crise de tosse - ... Vai ficar tudo bem meu pequeno, isso não é para sempre, algum dia nós--

 - Mãe, para... - O bicolor interrompeu sua mãe já com lágrimas em seus olhos e sem poder contê-las mais - ... Não tem um depois daqui, não tem um algum dia e você sabe que não tem... Mamãe... Não me deixa sozinho, por favor...

 Novamente Rei teve outra crise de tosse, o ar ficando frio no quarto denunciava o que estava acontecendo, era culpa das agressões que sofrera, estava congelando por dentro. A tosse seca passou a conter alguns flocos de neve, então cristais de gelo e então sangue congelado, já era mais que tarde demais para pedir ajuda e o bicolor sabia disso, sabia que sua mãe estava doente dês de que era bem jovem, mas se recusava a acreditar naquilo, não quiz pensar no momento em que sua mãe morreria até realmente acontecer, e ele não estava preparado para isso. Quando a tosse de Rei finalmente parou e a sua respiração se acalmou novamente ela simplesmente se deitou na cama sem forças para falar, Shouto não queria se afastar e realmente não o fez mesmo quando percebeu que seus irmãos haviam saído do quarto, queria ficar ali e assistir, mesmo sabendo que aquilo acabaria com o que sobrava do seu senso de humanidade.

 Não demorou muito até que outra crise de tosse fizesse os pulmões de Rei arderem pela ultima vez e sua respiração cansada finalmente parar por completo, o bicolor sabia que ela não iria acordar, mas tentou mesmo assim chamar o nome de sua mãe e tentar fazê-la responder como sempre fazia quando o mesmo era pequeno. Shouto insistiu tanto naquilo que quando finalmente saiu do quarto o corpo de Rei já estava gelado, mas esse foi o tempo que o bicolor demorou para voltar a sua pose, ainda mais frio que antes de tal acontecimento. Autoritário, Shouto mandou que mais ninguém entrasse no quarto além de si mesmo e, depois de uma longa ligação que fora feita as escondidas em seu quarto, um especialista que havia convidado e que ninguém mais sabia o que fazia. Depois de tomar mais algumas medidas estranhamente especiais, o bicolor voltou ao quarto aonde seu pequeno híbrido estava já usando sua máscara e, assim que trancou a porta, deixou de lado a pose que vinha mantendo, finalmente desabando contra a porta e se permitindo chorar se dando conta do que havia acontecido.

 O bicolor não esperava que o pequeno híbrido viesse para perto de si, na verdade a ultima coisa que queria era que o esverdeado o visse chorar, apenas entrara naquele quarto por costume, por saber que ninguém viria atrás de si enquanto estivesse ali, mas se surpreendeu de verdade ao sentir o pequeno gatinho se enfiar entre seus braços, usando as costas das mãos pequenas e deveras delicadas para secar as lágrimas que corriam pelas bochechas do bicolor e movendo sua cabeça suavemente pelo pescoço e ombro do bicolor como um gato costuma fazer ao pedir carinho, ao que o mais alto respondeu dando ao pequeno alguns carinhos em seus cabelos verdes.

 - ... O quê está fazendo, garoto idiota?... - Shouto jurava que estava tentando fazer aquilo soar ameaçador mas as lágrimas e a voz de choro não estavam lhe ajudando - ... Eu tentei te machucar, por quê infernos está tentando me consolar?...

 - Eu não gosto de ver pessoas chorarem... - O pequeno esverdeado respondeu simples, se enrolando ainda mais em Shouto - ... Não gosto de ver as pessoas tristes...

 - ... O quê você é há final?... - Shouto perguntou ainda em meio aos soluços, abraçando apertado o esverdeado - ... Age como um maldito anjo, não dá para acreditar que é de verdade...

 O quarto ficou em um silêncio tenso, sendo quebrado apenas pelos soluços do bicolor e algumas pequenas frases de consolo do esverdeado que tentava acalmar o mais alto, vê-lo chorar lhe incomodava profundamente, mesmo sem ter idéia do motivo. Demorou algum tempo até que Shouto conseguisse se acalmar o suficiente para levar o pequeno até a cama e aconchegar os dois debaixo dos cobertores suavemente, as paredes do quarto se tornando mais e mais geladas a cada minuto indicavam a noite fria lá fora chegando perto de meia-noite e tanto o gatinho quanto seu mestre estavam exaustos, foi um alívio fechar os olhos e descansar.
Finalmente era o fim daquele dia infernal.

Slave ~ Tododeku ~ Uma aventura pelo submundoWhere stories live. Discover now