Capítulo 3 - O Conde

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Dentro do Palácio, não se falava outra coisa. Um assunto que nunca mudava era o fato da rainha ter dado início a uma seleção para substitui-la. Isso era uma coisa muito incomum.

- No que a rainha está pensando? - o  conde, Décio se questionou - Desde que seu pai faleceu ela passou a agir de forma misteriosa.

- Talvez seja esse o motivo. Ela não tem condições de governar, e quer passar sua autoridade para alguém mais responsável com suas obrigações. - Otávio, o visconde, falou.

- É, mas conhecemos o gênio da rainha, ela jamais pensaria dessa forma. - Décio apontou. Os dois senhores, que também foram escolhidos para a Seleção, estavam  conversando em um  corredor do Palácio, de forma descreta.

- Vocês nunca se cansam de falar escondido, eim?! - uma nova voz surgiu no início do corredor. Um homem muito bem vestido e de aparência educada estava vindo na direção deles. Seus cabelos eram tão negros que chegava a se  confundir com o escuro.

- Olha só quem está aqui! O conde Albert - exclamou Décio.

- O protegido da rainha enfim apareceu - Otávio complementou. - está preparado para o Baile de Primavera, Albert? Ouvi dizer que entre as convidadas estão mulheres solteiras e bonitas de encher os olhos.

- Você diz como se o fato de serem casadas ou solteiras fizesse diferença para você. - disse Albert com sarcasmo.

- Bem, isso é verdade. Não dou a mínima se forem casadas ou não. Eu às quero do mesmo jeito. - disse Otávio. - Mas não me  referia a mim e sim a você.

-O quê? - Albert não entendera onde Otávio queria chegar.

- É verdade - Décio se envolveu na conversa. - Você não pensa em se casar, Albert? Particularmente, eu só não me caso porque não quero viver preso.

- Não tenho cabeça para isso agora - essa foi sua única resposta.

- Dizem que a marquesa Diane é muito bela - comentou Otávio - Só fico pensando uma coisa.

- O quê? - Albert perguntou.

- Ouvi boatos que o novo duque de Lêonis se recusa a participar da seleção - disse Otávio com a mão no queixo.

- Se for verdade, esse homem é muito tolo - Décio comentou rindo.

- Porém esse homem está fazendo toda aquela parte do reino prosperar grandemente - Otávio disse também.

- Ele deve ter seus motivos. Nunca se sabe - Albert observou. 

No mesmo instante, um servo se aproximou deles perguntando se conheciam algum conde chamado Albert. - Você está falando com o próprio. O quê deseja?

- Um homem chamado Belquior solicita sua presença na Sala de Registos. - Na expressão sarcástica e divertida de Albert tomou lugar a uma expressão seria e misteriosa. Albert se despediu dos dois senhores e seguiu o servo.

- Que estranho. - Décio notou.

  - Cada um com seus assuntos. - Otávio disse por fim.

O servo acompanhou Albert até a porta da sala e o deixou em frente. O  conde abriu a porta e se deparou  com um homem mexendo nos papéis em cima da mesa. O tal homem ouviu o ranger da porta e se virou. Seu cheiro exalava a bebida o quê deixava Albert incomodado.

- Olá senhor Albert - O homem o comprimentou.

- Deixe de rodeios e diga logo o que quer! Eu já havia avisado ao seu chefe que precisava  de tempo para encontrar  quem ele pediu - Albert falava de forma fria porém impaciente.

- O assunto que venho tratar não tem haver com meu chefe. Meu senhor não sabe aproveitar a oportunidade que tem, por isso vim aproveitar no lugar dele, se é que mim entende - Belquior fez um sinal na mão, simbolizando dinheiro.

- Você está tentando me extorquir? - Albert se mostrou meio que surpreso.

- É justo não é? Uma boa quantidade de dinheiro em troca da vida da garotinha. Aliás, sou eu quem a vigio. Por isso é bom você medir suas palavras comigo se não eu posso torturar ela de diversas formas ou então mata-la - Belquior se mostrava mais arrogante.

- Acho melhor você não testar minha paciência, você está me deixando nervoso! - de fato Albert estava. Ele falava de forma fria e calma, porém tinha raiva dentro de si. Pela primeira vez, se pôde perceber que Belquior se sentia ameaçado. Por um instante ele estremeceu. O medo o possuía - Eu também conheço várias formas de fazer uma pessoa sofrer. Quer experimentar?

- Pe-perdão senhor, eu- eu apenas me empolguei! O poder realmente cega as pessoas. Prometo que isso não voltará a se repetir -  Belquior disse gaguejando.

- Acho bom. Quero que até o momento em que eu descobrir o fugitivo de Valquírion, você tome conta da garota. Não deixe que nada aconteça com ela, se não...... - Se podia esperar qualquer coisa de Albert. Qualquer coisa mesmo.

- Sim senhor! - Belquior tinha vontade de sair correndo de  tanto medo que tinha.

Albert  foi até a porta e à abriu - Foi ótimo tratar de negócios com você Belquior - assim dizendo fechou a porta,deixando Belquior na sala, como se nada tivesse acontecido.

Coração Nobre - O DuqueWhere stories live. Discover now