"O espelho so reflete o que os olhos vêem"

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O sol em Northyand nascia lentamente, a paisagem em tons de vermelho e laranja deixava tudo mais poético e com um ar renovado. Os povos das vilas já haviam se posto de pé, assim como os empregados do castelo aonde a família real morava. Katsuki já estava acordado a algumas horas, sentado no parapeito da janela aonde ninguém o visse enquanto encarava o crepúsculo lá fora.  Ele odiava admitir mas precisava desses momentos sozinhos, apenas ele e mais ninguém, para conseguir suportar um dia todo ao lado de pessoas como a sua mãe e o resto dos burgueses chatos e puxa-saco que viviam o rodeando.
  O loiro respirou fundo o ar úmido devido ao rio em frente ao castelo daquela manhã, caminhou para dentro do quarto usando sua calça de seda preta, o peito nu e ao olhar para o tempo lá fora uma última vez, contou.
  "-3...2...1...e..."  - Como se ele tivesse dado uma ordem, dois servos apareceram empurrando a porta, uma senhora rechonchuda e de bochechas rosadas logo atrás ao encalço deles.
"-Senhor Bakugou! Está atrasado para o café com o Bispo Jordan!" -Repreendeu a velha senhora, me fazendo revirar os olhos e cruzar os braços.
  "-O café com ele é daqui a duas horas, Mildret"
  "- Sem discussões mocinho, já para o banho!"
  "-Eu não quero ir tomar banho, porra, eu nem ao menos quero jantar com esse merda! Eu nem mesmo acredito na existência de um Deus de merda! Ele fica tentando me converter e..."
"-Algum problema aqui?" - Uma voz interrompe a série de xingos de Bakugou, o fazendo se calar na hora. A mulher loira de cabelos espetados entra no quarto, parando logo atrás de Mildret que tremeu, abaixando a cabeça. Mitsuki estava com a mão na cintura, fulminando Katsuki.
"- Nao velha, está tudo bem" -Slap. A loira havia levantado a mão e dado um tapa no topo da cabeça do filho, que olhou incrédulo para a mae.
"-Calado. Eu não dei permissão para que você falasse, muito menos falei com você. Cale a boca, imbecil." -Disse a mulher friamente, limpando as mãos no vestido como se o tapa dado no filho a tivesse sujado. "-Mildret, eu quero Bakugou pronto até o horário correto. Sem atrasos, ele já me causou problemas demais ao dizer ao padre Gourlat que Deus era uma piada, um conto pra dormir. Que isso não se repita."
  A loira deu uma última olhada para o loiro e saiu, fechando a porta atrás de si. Os outros dois servos torcem o nariz ao ver a mulher sair e lançam um olhar de pena para o garoto, que só fica mais irritado.
"-ESTÃO OLHANDO O QUE IDIOTAS? QUEREM QUE EU EXPLODA VOCÊS TAMBEM?"
  Após berrar daquela forma, um dos garotos, pouca coisa mais velho, se encolheu, encarando o chão. O garoto era loiro, uma mecha preta em forma de raio de um lado do cabelo. O outro apenas manteve a pose, olhando além de Katuski.
  A senhora por outro lado apenas apertou as bochechas de Bakugou, rindo em seguida quando o garoto protesta pela dor. Ela sentia tanta pena daquele garoto, a forma como era tratado por sua própria mãe... Deprimente.
"-Vamos logo arrumar você, os alfaiates e sapateiros chegam em meia hora. Tente colaborar comigo dessa vez, Tsuki, huh?"
"-Tsc. Já disse para não me chamar assim, Recovery..."
"-E eu já disse para me chamar de Meredit"  - A fala da senhora arranca um sorriso de Bakugou. Um que se você olhasse de longe nunca enxergaria, mas o leve repuxamento nos cantos dos lábios dele já fizeram o coração da senhora pular de alegria. Ela tinha carinho por ele, o havia visto crescer.

O banho de Katsuki foi demorado, o loiro se demorou nos cabelos espetados porém macios, limpando-se bem enquanto assobiava uma canção qualquer dos aldeões. Após o café da manhã com o Bispo, poderia ir até o mercadão na Vila central, para prestigiar uma loja recem aberta de um dos comerciantes que faziam negócios com o reino. Estaria bem perto da divisa...Bem perto do oceano...Bem perto de algo...Novo. Aquilo não saia da cabeça do esquentado, o novo, o diferente... Algo o chamava para o lado Sul do Reino, além das montanhas e dos pastos... A vila dos Mystichs.

Eles não eram governados por Reis ou rainhas, pelo que Bakugou havia lido e ouvido sobre eles, eram uma classe de guerreiros, que viviam de maneira harmônica entre eles, sem ninguém mandar. O comércio deles era desconhecido, já que poucos humanos visitavam, e quando visitavam, nunca voltavam. Jamais.
  O maior mistério de todos. As poucas informações que tínhamos sobre eles eram devido ao fio vermelho do destino ter se conectado entre um humano e um mystich.
  Uma família famosa e poderosa de bruxos haviam o dom de cortar essas cordas quando os dois conectados queriam que fosse cortada. Nessas viagens, a família Asuy anotava tudo que conseguia, mas não divulgava, o que era divulgado eram através de fofocas dos funcionários e passageiros.  dos navios.

  Havia tanto lá fora ainda para ser descoberto, tanto para pesquisar e saber...
Bakugou é acordado de seus devaneios quando Meredit joga água em sua cabeça para retirar o sabão restante em seu corpo.

  Depois de uma longa produção, Bakugou desce no horário cravado para encontrar o Bispo de Northya,  Jordan Scklinger, que o aguardava sorrindo, recostado na cadeira, Mitsuki à sua esquerda é uma cadeira do outro lado para que ele se sentasse. Nunca ao lado da mãe.
  Após os devidos cumprimentos, Mitsuki entra em um enorme assunto com o Bispo, enquanto Bakugou apenas comia e observava. Mantenha a pose de filho e Príncipe perfeito...
  Isso até um nome ser citado.
"-Ficou sabendo do ocorrido com a família Todoroki?" -Perguntou o Bispo, erguendo uma sobrancelha para a mulher loira.
"- O que? Rei teve outra de suas crises? Resolveu queimar o rosto completo do filho?" -Bakugou se segura forte na cadeira ao ouvir tal comentário maldoso sair da boca daquela megera a sua frente.
"- Não. O filho Todoroki vai partir amanhã para uma viagem ao Reino dos Mystich's, em busca do irmão que fugiu."
  Bakugou, que tomava um suco de laranja, engasgou.
  Seu melhor amigo, Todoroki, estaria viajando amanhã para o tão sonhado desconhecido?
"- Nao posso acreditar!" -Mas Mitsuki, espantada
"-Pode acreditar, majestade, ele irá com o barco do pai. A senhora fará alguma coisa?"
"-O que? Eu? Ele não passará da barreira de corais ao norte do oceano, e se passar, será devorado pelos monstros marinhos. Nao vou perder meu tempo".

  Monstros marinhos. Barreira de corais. Todos aqueles nomes faziam o olhar de Katsuki brilhar.

  Todoroki estava indo para o outro reino.
Ele podia lhe dar uma carona...

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Aaaa eai gente! Esperam que tenham gostado desse capítulo. Eu estou realmente cansada hoje pois tive 2 provas, então tentarei trazer o 2 capítulo amanhã.

Beijos da sua Raposinha.

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