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— Levi —

Desde que chegamos eu não havia dormido. Olhava para o papel em branco nas minhas mãos e não me vinha nada para escrever o relatório da mansão.

Fui ao banheiro e escovei os dentes. Quando acabei, escovei novamente.

Como forma de "limpar" aquele beijo. Aquele beijo. Eu poderia apenas ter lhe chamado a atenção de forma diferente. Mas foi mais rápido do que eu, simplesmente lhe chamei a atenção da pior forma.

E pior, no final, eu nem precisava lhe chamar a atenção.

Isso não ia ficar assim... não mesmo.

Sai do quarto e a vi sentada em cima do balcão. Ainda usava o vestido da festa de algumas horas atrás.

- Não dormiu?

- Insônia, Policial.

- Hm.

- Aliás, Levi. Não sabia que tinha uma namorada.

- O quê?

Filha da puta...

- Eu não sabia que namorava. Você me beijou acidentalmente, lembra? Até disse que tinha mesmo se confundido.

Cretina...

- Eu não chamo de namoro.

- Ela chama?

- Eu não sei.

- Ela deveria chamar?

- Não.

Ela sabia que toda essa história era falsa. Mas ela queria ver até onde eu ia com essa mentira.

- De qualquer jeito, você tem alguém. Não importa se é sério ou não. Desculpe por todas aquelas merdas que eu lhe falei.

A última frase saiu em uma entonação diferente. Como se ela realmente estivesse triste com esse "fato". E se, ela realmente estivesse, então ela acreditada nessa história. Ou ela apenas sabe atuar bem e fez bom uso disso.

Ela desceu do balcão e começou a andar na direção do corredor. Logo ela entrou no quarto e fechou a porta.

Antes de irmos para aquela festa, eu não havia comido nada. E mesmo depois de termos voltado, eu também não comi. Aproveitei que já estava na cozinha e que passava das seis e meia para fazer um café da manhã digno.

Comecei a preparar tudo: suco de laranja, café, ovos, bacons, waffles...

Pus tudo na mesa. Organizei adequadamente e coloquei uma xícara e um copo de vidro na frente da cadeira que ficava na outra ponta da mesa. Coloquei um prato e talheres lá também.

Fui até a porta do quarto de hóspedes e bati três vezes. Em questão de exatos onze segundos ela abriu a porta. Usava a camisa azul e a calça preta que eu tinha comprado antes de ela vir para a minha casa.

- Fome?

- Já passei mais fome do que estou passando agora.

- Tsc. Isso é passado.

- Talvez seja.

- Vai querer comer ou prefere ficar vegetando?

- Prefiro evitar.

- Comer?

- Não.

- Prefere evitar o que então?

- Você. Tenha um bom dia, Policial.

Em seguida ela fechou a porta.

Então era isso. Ela acreditava na história de que eu tinha alguém e por isso ela queria me evitar.

Espera...

Se ela estava me evitando porque acreditava que eu estava em um relacionamento, então ela não só tinha raiva de mim, como também outra coisa?

Que merda eu estava pensando?

Voltei para a cozinha e comi tudo o que tinha posto para mim. Por mais que eu estivesse calado, a minha mente estava bem barulhenta.

Quando terminei, coloquei um copo de suco, uma xícara de café, um prato com ovos, bacon e waffles em uma bandeja e deixei no chão à frente da porta. Bati novamente e não esperei que ela abrisse, apenas fui para o meu quarto. Ouvi quando ela abriu a porta, pegou a bandeja (já que fazia um pouco de barulho) e fechou a porta de novo.

Fui para a escrivaninha que tinha na minha suite e comecei a fazer o relatório da missão. Não foram quarenta minutos e eu relatei tudo com detalhes. Fiz um total de três folhas frente e verso.

Deitei-me em minha cama e fiquei com os braços abaixo da cabeça. Olhava pra o teto como se existisse uma pintura interessantíssima nele.

Já estava fechando os olhos quando ouvi batidas na porta.

- Entra logo.

- Licença.

Ela não entrou, apenas colocou a cabeça para dentro.

- Obrigada pelo o café da manhã. Estava muito bom. Eu já lavei a louça e não precisa se preocupar, lavei direito. Bem, era só isso.

Antes que ela saísse e fechasse a porta, fui rapidamente e segurei a maçaneta com força.

Ela me olhou esperançosa. Seus cílios perfeitamente curvados e longos desciam e subiam levemente. Suas íris ausentes de cor que mais pareciam uma névoa densa e perigosa.

- Sim?

Eu não sabia o que dizer. Nem sabia porque estava assim.

- Já limpou o seu quarto? Desde que chegou aqui não a vi pegar uma vassoura.

- Ah... é... eu vou varrer agora. Onde está a vassoura?

- No armário longo da cozinha.

Vi que o brilho de esperança que estava nos seus olhos desapareceu. Ela perguntou da localização da vassoura e logo foi atrás da mesma.

Me senti mal por ter "matado" aquele brilho em seu olhar.

Merda... eu não podia de jeito nenhum ter sentimentos pela aquela desgraça. Não mesmo.

Qualquer resíduo de sentimento que eu sentisse por ela eu iria destruir. Jamais iria deixar isso vir à tona.

———————

U u u! Levi pau no cu!
Oi oi oiiii! Gostaram do capítulo?

Levi está gostando da Milla?

Milla está gostando do Levi?

Levi vai mesmo destruir os sentimentos que ele está criando pela a Milla?

Milla vai dar um jeito de não gostar dele?

Façam as suas apostas!

💙🔫

Put your gun down!Onde histórias criam vida. Descubra agora