Capítulo 04 - Jenny

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Alex não desviou seus olhos de mim nenhuma vez

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Alex não desviou seus olhos de mim nenhuma vez. Ele continuou cantando suas músicas no seu banco, com o seu violão e o tempo todo me encarando. Seus olhos me perfuravam como duas adagas e eu sentia meu corpo inteiro queimando sob ele. E dessa vez eu não era a única a perceber isso, Sarah também notou:

— Ele não para de olhar pra você! — Ela se inclinou pra gritar no meu ouvido, fazendo-se ouvir acima da música. — Você deve ter causado uma boa impressão, Jenny. — Ela não fazia ideia... mas eu deixaria para contar sobre a nossa conversa no palco quando saíssemos daqui. E de jeito nenhum eu iria admitir o estado que ele havia me deixado. Ninguém poderia saber! Eu me sentia como uma adolescente de quinze anos que nunca tinha visto um pau na vida. Mas jamais iria admitir isso pra alguém em voz alta, mesmo se esse alguém fosse a minha melhor amiga.

Ficamos nesse joguinho de contato visual pelo resto do show. Às vezes eu dançava no ritmo da música enquanto olhava pra ele. Às vezes eu só sorria para que só ele visse. Eu não fazia ideia do que ele estava pensando e isso para mim era uma novidade. Normalmente era bem fácil ler os garotos. Eles não escondem exatamente o que estão sentindo, mas esse cara, Alex, ele definitivamente sabia como ocultar as próprias emoções. Mesmo quando falei em seu ouvido que estava excitada ele não esboçou nenhuma reação. Eu estava perdendo e pior: o nosso tempo estava acabando.

Se por um lado, o fim do show significava nunca mais sentir isso novamente, por outro, não queria que a noite acabasse — ao menos não tão cedo. Existia uma parte de mim que estava muito decepcionada em saber que nada mais iria acontecer. Será que ele também se sentia assim?

Se ele é, nem que seja um pouco, parecido comigo então eu podia adivinhar algumas das coisas que passou pela cabeça dele nas últimas duas horas. Conseguia imaginar ele me beijando enquanto apertava a minha bunda e levantava a minha saia deslizando sua mão lentamente até chegar na minha...

E lá estava de novo, a sensação de ardência entre as pernas. Puta que pariu, eu ia sair daqui e parar na primeira festa que eu encontrasse voltando para casa. Que se foda se eu já tinha trepado essa tarde, eu precisava apagar esse fogo de algum jeito.

As luzes finalmente se apagaram e eu percebi que não prestei atenção na última música por estar ocupada demais pensando no quanto precisava desesperadamente transar, do quanto queria ele. Sarah me puxou pelo braço e começou a me guiar em direção a porta que dava para o estacionamento. Estávamos prontas para seguir a multidão até a saída quando eu vi os seguranças se movimentando para a lateral. Hmmm, deve ser a entrada para os bastidores...

Parei abruptamente no meio do caminho e vi Sarah me olhar confusa. Puxei-a bem perto de mim e falei na sua orelha, para que só ela pudesse me ouvir:

— Desacelera o passo. Vamos ficar pra trás. Te explico depois. — Minha melhor amiga continuava sem entender o que eu estava fazendo, mas fez o que eu pedi mesmo assim. Deixamos as pessoas passarem pela gente e eu não tirava meus olhos do corredor na lateral de jeito nenhum. Eu precisava de um plano para entrar ali desapercebida. Meus olhos bateram a frente, nas milhares de meninas que ainda falavam alto, cantavam e pareciam animadas demais, mesmo as que estavam chorando de emoção e a ideia se tornou clara para mim.

Alex HarrisOnde histórias criam vida. Descubra agora