II

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Enquanto esperava Kile sair do banheiro, decidi focar meus pensamentos em outro assunto, um mais importante: Peter. 

Sua mensagem não continha nenhuma informação relevante, apenas um singelo pedido para eu atrasar minha volta e um emoji no final. 

Possivelmente, alguém estava atrapalhando meu comando e minha presença poderia dificultar o processo de encontrá-lo. 

Ainda assim, eu não queria ficar mais tempo ao lado daquele confeiteiro. Meu corpo agia estranho ante sua presença. 

Retornei à mensagem, perguntando a razão daquele pedido e se ele achava haver algum problema. 

Em pouco tempo fui respondido.

"Apenas não quero você brigando comigo por deixar meu dormitório desorganizado."

— Sinceramente, eu não sei o motivo de eu ainda esperar algo desse cara — resmunguei, esfregando a palma da mão em meu rosto, incrédulo. 

No entanto, em poucos segundos, fui bombardeado com anexos e imagens perturbadoras de alguns assessores e ativos mortos. Por fim, Peter mandou uma última mensagem, informando quem achava estar gerando toda aquela confusão.

Antes que eu pudesse processar os acontecimentos gerados em apenas alguns dias de ausência, ou melhor, antes que eu pudesse olhar o nome completo ou a imagem da pessoa citada na última mensagem de Peter, Kile abriu a porta do banheiro, o que me fez mudar de aplicativo rapidamente.

O encarei e deixei o celular de lado, tentando transparecer estar despreocupado, o que deu muito errado, mas por motivos diferentes.

Ele estava desnudo, com uma toalha envolta da sua cintura e outra sobre seus largos ombros, a qual usava para secar os cabelos, que pingavam. Seus olhos se fixaram em mim, curiosos e brincalhões.

— O que foi? — provocou, dando um sorriso de canto. Parecia se divertir ao me ver esquadrinhando seu corpo. 

Eu não sabia que confeiteiros tinham corpos tão, digamos, trabalhados. Carregar sacolas de trigo realmente servia para além de fazer massas. Eu mandaria meus funcionários cozinharem bolos e pães em seus momentos livres como atividade para ganhar mais corpo, apenas para testar minha teoria, se não desse certo, eu pelo menos sairia ganhando com muita comida.

Notando a poça de água que se formava debaixo dos pés de Kile, desconversei: — Você está molhando todo o chão. 

Então, desviando rapidamente o olhar para o celular, fingi estar fazendo algo importante. 

Na verdade, eu estava. Ou, melhor, deveria estar.

— Então, você gostaria de ir para casa ou prefere esperar até poder retirar os pontos? — questionou, apanhando a primeira roupa velha que encontrou em seu guarda-roupa e a vestindo. 

— Eu não quero incomodá-lo. Minha estadia deve estar sendo fatigante para alguém ocupado como você — comentei, tentando arrumar uma boa desculpa para ir embora sem causar qualquer tipo de preocupação ou comoção.

— Não se preocupe quanto às contas ou algo do tipo. Depois do trabalho, eu não tenho muito o que fazer — comentou. — Mas, se estiver incomodado com isso, você pode me ajudar em minha loja, não será nada perigoso ou que adoeça o seu corpo. 

Peter citou a existência de um infiltrado, mas, não apenas isso, comentou sobre haver um peixe grande da OA à solta. Eu, do lado de fora da base e com a suspeita de ter morrido em meio ao tiroteio de alguns dias atrás, me comprometeria em achá-lo e usá-lo como moeda de troca para atingir a Organização Azul.

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⏰ Última actualización: Nov 23, 2023 ⏰

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