Capítulo Vinte e Quatro

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Olha eu aqui novamente! Espero que gostem. Não esqueçam dos votos e interação.
Fiquem com Deus e até breve! ❤

NÃO REVISADO.

*Daniella

Dor!

Era somente isso que me consumia no momento, era somente dor.

Era uma avalanche que veio de uma vez. Aurora morreu grávida, Gustavo havia me traído, minha casa estava pegando fogo.

Eu não tinha reação, eu não tinha lágrimas, não havia mais lágrimas para chorar.

No local havia corpo de bombeiros, carro da Polícia e uma ambulância. Mas graças a Deus não havia feridos.

O pessoal da ambulância colocou um coberto sobre mim e me sentaram próxima ao carro, eu fiquei ali olhando para o nada sem ter oque pensar.

De repente ouvi a voz de Gustavo e levantei meu olhar vendo o mesmo falando com Guilherme. Então seus olhos encontraram os meus e ele começou a fazer seu caminho até mim.

Mas foi impedido por Guilherme que o puxou e cochicho algo em seu ouvido. Agradeci mentalmente, a última coisa que precisava no momento era de Gustavo me dando desculpas.

Alysson me viu e correu até mim me abraçando. Ela me abraçou com muita força e eu poderia neste momento chorar muito, mas não havia mais lágrimas. Ela se sentou do meu lado no banco e ficou em silêncio.

- Eu sinto muito, Dani! - Eu a olhei de sorri fraco. - De verdade, eu sinto muito mesmo. Eu não entendo como uma pessoa tão boa como você está passando por tudo isso.

Eu respirei forte e soltei o ar a olhando.

- Talvez seja só Deus me provando. - Falei e sorri - Esse seria o momento para mim revoltar com ele, mas não. - Olhei para o céu e sorri - Ele não vai me desamparar. - Sorri.

Alysson me olhou e repousou sua cabeça sobre meu ombro enquanto fazia carinho na minha mão.

Eu tentava no fundo buscar forças, buscar fé, buscar esperança. Mas parece que no momento quanto mais eu buscava menos encontrava. Eu só queria acreditar que onde quer que Deus estivesse, ele viesse em meu socorro me amparar.

###

Hoje era domingo, e eu não preguei o olho a noite, eu não sabia como seria dali pra frente.

Guilherme cedeu a casa dele para nós três, aceitamos de bom grado porque não tinhamos para onde ir, não tinhamos dinheiro pra alugar um hotel e o dinheiro que tinhamos tentariamos comprar roupas para a gente, no momento usávamos umas de Aurora, Guilherme nos emprestou, ele ainda mantinha as coisas dela aqui.

No café ninguém disse nada, e no carro também não, Guilherme nos levava para poder ver a casa, e quando ele parou o carro eu ainda fiquei dentro dele criando força e coragem.

Guilherme percebeu, porque Agatha e Poppy haviam descido do carro, menos eu. Guilherme se virou no banco e me olhou.

- Precisa ser forte! - Disse.

- Eu tou tentando, eu juro que eu tou tentando Guilherme! - Falei tentando segurar as lágrimas. - Mas é muita coisa de uma vez. - Funguei.

- Eu sei, eu conheço essa dor. Eu não pude olhar para a Aurora e pedi desculpas porque quando voltei a ver ela estava em um caixão frio e sem vida. - Olhei para Guilherme. - É horrível olhar para o lado da cama e não ver ela ali, não vê o sorriso dela, os olhos dela, tudo que venha dela. E dói, dói demais. Mas eu preciso ser forte e tentar, pelo menos por esse pequeno aí. - Ele disse olhando para Heitor que dormia no bebê conforto. - Ela gostaria que eu fizesse isso. Ela gostaria que você fizesse também.

Eu assenti e depois de respirar eu sai do carro e caminhei até Agatha e Poppy que se abraçavam olhando para a casa que não existia mais, era apenas escombros e coisas queimada no chão, haviamos perdido absolutamente tudo, roupas, acessórios, utensílios e até mesmo nossos aparelhos que usávamos na clínica, e que custavam o olho da cara.

Me juntei ao abraço e fechei meus olhos e deixei as lembraças me invadirem. Lembrei de quando perdi a casa dos meus pais, Aurora veio me ajudar e me trouxe para cá. Quando conheci Agatha e Poppy na faculdade e ofereci moradia para elas que precisavam muito. Das noites de conversa jogada fora, das brigas, dos risos, dos abraços coletivo, dos dias difíceis, dos dias felizes, de tudo.

Então um trovão ecoou no céu e logo vieram os pingos, então a chuva começou a ficar forte mas continuamos ali, e permamecemos por vários minutos.

Guilherme veio até nós nos chamando para podermos ir pra casa pois a chuva ficava cada vez mais forte e gelada.

Agatha e Poppy desgrudaram do abraço e voltaram pro carro. Eu porém fiquei ali por alguns minutos, até que vi algo brilhoso no chão eu cerrei meus olhos olhando para aquela coisa no chão e caminhei até os escombros e tirei algumas coisas de cima daquela coisinha que brilhava, e quando olhei era um pequeno crucifixo, nesse momento eu desabei em lágrimas e deixei um sorisso tomar conta dos meus lábios.

Em toda aquelas coisas queimadas, o crucifixo era a única coisa intacta e foi ali que senti a certeza de que Deus estava comigo, ele realmente estava comigo.

Então levantei sorrindo e voltei para o carro segurando aquele cruxifixio.

A Babá 2 - O Recomeço (EM REVISÃO)Where stories live. Discover now