Capítulo 5 (Revisado)

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DG

Estava bem tranquilinho, fumando meu baseado e olhando para o nada. Pertinho da casa da moreninha de mais cedo, maldita do caralho não saia da mente, ainda mais depois que o LN mandou mó papo sobre a vida dela. Mas para mim foda-se, só quero comer ela e sair fora. Duvido que é virgem mesmo, como ele afirmou, afinal como ele podia afirmar algo, se nem com a garota falava? Não fode.

- Se quer dar um rolê, eu vou te apresentar o melhor baile do Rio de Janeiro.. Tu já sabe qual é? O Baile da Rocinha é o verdadeiro puteiro... - LN cantarola. Todo empolgado para um caralho - Cê louco, hoje o baile vai dá bom, tô sentindo que vai tá cheio de patricinhas e as puta da favela que se joga pro pai.  Mas até eu se fosse mulher se jogava pra mim. Pai é gostoso demais, cê tá doido.

Reviro meus olhos.

- Hoje só quero saber das bucetas novas e ficar doidão com meus parceiros. Já avisa pra geral se tiver briga hoje no baile é pau - digo dando uma tragada.

LN balança a cabeça e concorda. Porém, sabia que não ia demorar muito pra ele abrir a boca.

- Ih, DG, vai abandonar a Larissinha hoje? - diz em um tom de piada.

Já olho pra ele sério, pra vê que não tava de graça. Ele entende o recado e levo meu olhar para frente.

Assim que viro, vejo quem mais eu queria ver nessa favela.
A morena de mais cedo, tal de Paloma. Tava ela e uma amiga bonitinha por sinal. Paloma dá uma encarada primeiro no fuzil e noto como ficou meio assustada dou risada sozinho. Assim que ela ia ver meu rosto, me viro pra responder o radinho.
Quando dou por mim, a garota já tinha era picado o pé.

- Você não me passa dessa semana Palominha, se brotar no baile então, quero vê passar.

LN olha para mim e percebo como meus pensamentos não ficaram somente na cabeça.

Brenda

Felicidade reinava em mim. Finalmente ia levar minha amiga para um baile daqui, a gente mal sai, e quando isso acontece, sempre é para as baladas do asfalto. Pois ela realmente nunca quis vir para os bailes ou qualquer festa daqui.

Paloma e eu somos como irmãs. Minha melhor amiga me ajudou nos meus piores momentos. Já não tenho ninguém.
Minha mãe não conheço, e meu pai? Ah, meu pai, é um dos empresários mais famosos. No entanto, ele não quis me reconhecer. Deposita todo mês uma quantia alta em minha conta com medo de eu contar para alguém de que sou filha.
Fico tristona com isso, contudo não me lamento para ninguém, aprendi que as pessoas só merecem ver nosso melhor, a parte ruim deixo apenas pra mim.

Odeio que as pessoas sintam dó, mas não vou negar, às vezes só queria uma família normal, só queria ter alguém do meu sangue por mim.
Saio dos meus pensamentos assim que Paloma sai do banheiro.

- Eita, Paloma, ainda bem que não pagamos água ou luz né, imagino como seria alta? Ia ser obrigada a ficar com os velhos que mede energia e água nos relógios -
digo zoando ela, que já tá com o maior bico me olhando de cara feia.

- Era só você ter desistido dessa ideia, que eu estaria na minha casa e você aqui sozinha, trouxa - retruca. 

Dou língua e decido ir tomar meu banho, porquê hoje promete.

Tomo um banho relaxante, faço todas minhas higiene e vou me arrumar. Assim que saio vejo que Paloma tá com o vestido que eu escolhi. Um preto bem colado, com um decote V enorme na frente. É aquilo, se não fosse pra causar a gente nem ia né?!
Embora, percebo que ela tava se sentindo mal, decido ajudar.

- Palominha, se eu fosse homem, te comeria de jeito que isso?! Tá parecendo a Deusa da rocinha, fiufiu - enalteço minha amiga.

Ela começa a rir e me chamar de idiota.
Escolho a roupa que eu vou. Um vestido justinho também, aberto nas costas na cor vermelha e uma make bem basica. Porquê rosto bonito já temos né more?! Não precisa de reboco.

Coloco meu salto preto e a Paloma o bege.
Tiramos algumas fotos antes de sair e damos uma última passada no espelho e retoque na make, pois, hoje meu amor, o baile era nosso.

Perdida no Dono do MorroWhere stories live. Discover now