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Teren lixava as unhas enquanto esperávamos no aeroporto de Seattle, o tempo estava estranho hoje. Não era exatamente frio, mas também não estava calor. Ainda era horrível para respirar, eu odiava Seattle. Na verdade, eu odiava esse lado do mundo.

— Tio Charlie está demorando. — Teren comenta parando de lixar as unhas e arqueando uma sobrancelha para mim. Ela disse isso daquela forma como ela faz, com todas as frases ditas tão corretamente que invariavelmente é como uma professora de oratória. — Acredito que ele teve um imprevisto. — ela olhou em seu relógio dourado de pulso e suspirou teatralmente. — ele deveria estar aqui há quinze minutos.

— É claro, Teren. — respondo sem olhar para ela exatamente. Havia um garotinho do meu lado fazendo pirraça com a mãe dele sobre algum brinquedo visto no aeroporto. Era fácil quando as crianças estavam ao meu redor, ao menos, na maioria das vezes. — Mas ele deve estar chegando. — Completo quando minha irmã continuou em silêncio.

Teren era diferente e assim como eu, ela tinha peculiaridades. É claro que não falamos disso com ninguém, afinal, quem acreditaria? Provavelmente seríamos internadas ou estudadas como ratos de laboratório. Teren pode ver o futuro e eu, o passado. Na maioria das vezes, isso era assustador na mesma proporção, porque Teren pôde a morte dos nossos pais e não havia nada que pudéssemos fazer para impedir. 

Ivye e Mellbore Benneth eram nossos pais e os únicos que sabiam sobre nossos talentos especiais. Minha mãe acha que era um dom, meu pai, entretanto, realmente pensava que tinha feito alguma ofensa para deuses e que por isso, eles amaldiçoaram suas duas filhas. Teren e eu não tínhamos uma explicação lógica para isso, o que tínhamos era um acordo silencioso de nunca deixar que ninguém soubesse sobre nossa condição especial.

— Ele está chegando! — Teren balançou os pés e sorriu, cutucando-me com os cotovelos, eu olhei ao meu redor sem conseguir exatamente o que ela estava vendo e dei um novo olhar em dúvida para minha irmã. — Ali! Olá tio Charlie! — ela cantarolou erguendo-se rapidamente e acenando com os braços magrelos.

Eu suspiro, esperando que nosso tio se aproxime ou seja seguro suficiente para que eu possa atravessar uma multidão de pessoas sem esbarrar em ninguém acidentalmente. Eu odiava multidões, definitivamente. 

— Oh ... Oi meninas! — Tio Charlie levou as mãos na cintura e sorriu,  o bigode dele balançou conforme ele passava a mão esquerda pelo queixo, parecendo bastante surpreso. — Vocês cresceram!

— Ronnie tem um e cinquenta e sete e eu já tenho um e quarenta e oito. — Comentou Teren como isso fosse uma coisa comum de se dizer. — A propósito, essa é a Ronnie, a minha irmã e eu sou Teren. Ronnie não gosta de ser tocada e eu gosto de me vestir como nos anos oitenta, mas isso não é falta de dinheiro, porque nós temos dinheiro, eu simplesmente gosto. Eu espero que sejamos felizes em Forks, eu estou animadíssima! É um prazer conhecê-lo, tio Charlie! — Teren terminou seu monólogo avançando para nosso tio e passando os braços ao redor da sua cintura, eu sorri com a cara chocada e surpresa de Charlie. Definitivamente ele enlouqueceria com a esquisitice de Teren.

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