Capítulo Onze

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Olhava pela janela do café onde me encontrava e observava atentamente as gotas de chuva que teimavam em cair do céu em grande abundância. O café estava vazio, e silencioso, sendo a única coisa possível de se ouvir ligeiramente, ser a trovoada lá fora. Um relâmpago passa pelo céu, e eu assusto-me devido ao barulho que este faz a seguir ao flash desaparecer.

Suspirei, farta de estar dentro deste quente café, e então levantei-me com o objetivo de sair daqui e passear pela chuva. Fiz exatamente o que pensei, e assim que me encontrei fora do estabelecimento uma rajada de vento forte percorre o meu corpo fazendo-me estremecer. A chuva que caia do céu em abundância molhava o meu corpo por completo, fazendo-me ficar com frio. Se calhar foi má ideia ter saído do quente do café.

Caminho pelas ruas vazias e silenciosas, apenas preenchidas pela água. O céu está carregado de nuvens cinzentas e grandes, ao qual parece que estas estão a sofrer. Eu quando era pequena sempre achei que quando chovia, era porque as nuvens estavam tristes. Eu também ficaria se ficasse apenas lá em cima, sempre branca ou cinzenta e chorar quando a minha roupa seria mais escura. Eu pessoalmente acho que não aguentaria tal coisa...

Passo por um beco, ignorando o escuro que predomina esse local sombrio. Continuo a andar, sem um destino ao certo, e por momento sinto-me seguida. Olho para trás não vendo ninguém. Estarei a ficar paranóica? Ando mais apressadamente, sentindo que se alguém me segue, está cada vez mais próximo de mim. Volto a olhar para trás e vejo alguém.

Esse alguém tina o cabelo castanho, escuro se não me engano. Pode ser escuro devido à chuva, ou então não. Tem o corpo alto e ligeiramente musculado. A sua roupa é totalmente preta, e encontra-se colada ao seu corpo, devido ao facto de estar totalmente molhada. Ele acelera o passo, e então eu começo a correr.

Corro desesperada para que encontre algo onde me possa esconder, ou alguém que me salve deste perseguidor. Continuo a correr, e de cada vez que olho para trás, a pessoa encontra-se cada vez mais perto. Respiro fundo tentando inspirar a maior quantidade de ar possível, enquanto tento fugir deste alguém.

Viro numa esquina, e reparo que estou num beco sem saída. Ando para trás, assim que a pessoa aparece. Ela caminha lentamente até mim, e eu continuo a andar para trás, até embater numa parede. Ouço o meu coração nos meus ouvidos enquanto a pessoa de cabelo castanho caminha até mim. Fecho os olhos e quando penso que a pessoa me vai agarrar, nada acontece.

Abro os olhos e não está ninguém à minha frente. Quer dizer, está, mas não era a pessoa que me perseguia que se encontra à minha frente. Na verdade, está uma outra pessoa. Esta é alta e está com um capuz a tapar o seu cabelo. Tem a cabeça baixa, sendo impossível observar o seu rosto. Curiosamente a sua roupa também é preta, mas eu acho que esta pessoa não me quer fazer mal. Sinceramente, até acho que foi ela que me salvou.

A pessoa levanta a cabeça e eu apenas vejo uma coisa: os seus olhos. Não sei porque, mas o resto do seu rosto não se consegue ver, talvez devido ao escuro do anoitecer. Apenas os seus olhos são visíveis. E estes são verdes. Um verde brilhante e poderoso, lindo de se ver.

Verde, muito verde.

Eu juro que cada vez entendo menos o que se passa na minha mente. Num dia, ela comunica comigo através de um sonho que eu me devo afastar o máximo possível de Harry, mas no outro já está a mostrar que isso é um erro, visto que ele me salvou de um desconhecido. Sim, porque eu sei que o rapaz que me salvou era o Harry. É impossível não ser ele. Eu já conheço os seus olhos, e aquele verde, era sem dúvida alguma dele.

Fechei o caderno, que em breve estará totalmente preenchido. Acho que um dia destes terei de comprar um novo, ou então pedir a Niall que me compre um visto que daqui eu não posso sair, mesmo que quisesse. Guardo o caderno debaixo do colchão da minha cama, e batem à porta.

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