LXXXI) Cores [Alternativa] [FINAL]

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*Olar, essa notinha é pra dizer que essa é uma versão alternativa do poema final, sem os gatilhos mencionados na anterior. Além de ser o último poema, eu acho que ele carrega uma mensagem importante e que conclui esse livrito muito bem, então quis escrever uma versão dele mais acessível, que pudesse abraçar as pessoas de alguma forma, talvez. Inclusive, se você perceber algo que eu possa fazer pra tornar essa versão mais acolhedora, vou gostar de ouvir.

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- março, 2019 -


Foi uma época muito boa da minha vida

Minha pele era laranja, a maior parte do tempo

Brilhava escaldante

Mas aí

Veio uma onda de tinta

E me pintou

Azul, me tornei

O laranja, quase não vinha


Mas não notei

Ou não dei devida atenção

À minha pele azul

Nos espelhos, ignorei sua cor

Estranha, eu me sentia

Como a boca de quando se acorda

Não notava que...

Era a cor

Me acostumei com ela

Sem notá-la


Mas um dia

Um outro espelho tomou minha visão

Me avisou

Eu percebi a cor

Tão intensa

Me re e re pintando

Numa retro-alimentação

...Dolorosa


Mais azul ainda,

Me tornei


Não era eu no espelho

Mas era

Os olhos olhavam

Meus olhos

Minha pele azul

Me re e re pintando

Quem é ela? E eu?

Por que não consigo...

Por que não sou...

Me sinto...

Eu...

Pensar... dói

A cor escorrendo

Me re e re pintando


Eu só queria ser... Laranja...

De novo...

Mas não sou

E tá tudo bem

Posso ser laranja de novo

Mas jamais como antes

Serei diferente, de um outro laranja

A onda me pintou

Eu vivi outras cores

E, ao menos agora,

Sou azul

E tá tudo bem

Mesmo eu tando mal

Porque tá tudo bem não tar bem


Passei muito tempo azul

Perdida em sua tintura

E de outras cores

Sabendo e sem saber

Eu me repintei

Não sei de quais cores foram

E outras pessoas também

Me ajudaram a segurar o pincel

Ou a limpá-lo na água

Ou a tacá-lo no chão

Quando minha mão tr-r-e-emia


Tenho me sentido roxa

Ainda tenho crises

Às vezes, sou azul

Às vezes, sou laranja

Na maioria das vezes, roxa

Talvez eu volte a ser azul

Talvez eu volte a ser laranja

O que for que aconteça

Tá tudo bem

Às vezes, a gente melhora

Às vezes, a gente piora

O que for que aconteça

Tá tudo bem

Porque, mesmo a bad não sendo good,

Tá tudo bem não tar bem 

Bate a bad  [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora