Cap. 8

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Quando eu tinha 16 anos, comecei a frequentar alguns lugares não muito legais. Meus "amigos" diziam que eu precisa provar algumas coisas, bebidas, cigarros...
Eu nunca tive um pai do lado para me ensinar como eu deveria ser. Nunca me importei com nada, e nunca dei valor pra ninguém.
Mulheres? Com 16 anos eu ficava com várias, nunca namorei e nem sei o que é amor. Lembro de ter conhecido uma garota mais velha, Irina. Ela era razoável. Tinha os cabelos compridos e claros, e os seios fartos, apesar de ter o quadril estreito. Ela não saía do meu pé, então tive que ficar com ela pra ver se ela apagava o fogo. Bom, depois que ficamos, Irina continuou atrás de mim, ela era doida. Foi aí que decidi ficar com ela novamente, mas dessa vez eu iria registrar cada momento em uma câmera. Foi o que eu fiz, e em seguida o bairro inteiro havia assistido ao video nosso. Meu rosto não apareceu muito bem no vídeo, mas pra mim não faria diferença se aparecesse. Depois disso, Irina ficou muito envergonhada com a situação, e se mudou. Nunca mais recebi notícias dela. Não foi certo o que eu fiz, mas a culpa é do alcoólatra do Josh. Ele deve estar orgulhoso de ter um filho tão podre quanto ele.

Emmy está parada me olhando, esperando uma resposta. Seus olhos são grandes e valoriza a cor clara que eles tem.

"Não consigo pensar em um sonho... Por que não diz você qual é o seu?" pergunto e ela abre um sorriso ainda maior que os anteriores.

"Meu sonho é voar!" ela diz e fecha os olhos. O sorriso ainda está estampado no rosto.

Sinceramente, achei que ela fosse dizer que seu sonho é se curar dessa doença e sair desse lugar. Fico admirado com a simplicidade dessa menina que mal conheço e já respeito.

"Então, você tem vontade de entrar num avião e sair por aí?" pergunto e ela muda de expressão. Começa a balançar as mãos e diz: "não, não. Meu sonho é voar de asa delta!" ela exclama e dá outra risadinha daquela que eu já adoro.

"Asa delta?Ual! Não tem medo?" pergunto e ela entristece o olhar, mas continua sorrindo, "já passei por tanta coisa que 'medo' é uma palavra que definitivamente não existe em meu vocabulário" ela diz e endireita a postura, como se estivesse mostrando como é corajosa. E isso é encantador.

"Essa é sua maior vontade, Emily?" pergunto e ela me encara, "na verdade eu queria ser igual as outras garotas. Nunca irei casar e ter filhos, pois sou uma doente"  ela diz e abaixa a cabeça, "não sou como as outras garotas".

"Tem razão. Você não é como as outras garotas" digo e ela me olha espantada e em seguida suspira.

"As outras garotas " normais " nunca teriam tanta coragem de voar de asa delta ou de enfrentar tantos tratamentos como você!" digo e ela sorri, "você é tão boa ou até melhor que elas".

"Obrigado" ela diz de forma meiga.

"Pelo o quê?"

"Por me dizer essas coisas. Alguém lá em cima deve gostar muito de mim, pra ter trazido alguém como você pra cá" ela sorri.

Como ela pode estar feliz por me ter em sua vida? Ela é tão inocente. Claro, não conhece quem eu sou de verdade.

Por Um Instante / Jeon JungkookOnde as histórias ganham vida. Descobre agora