Capítulo 73 - Última Confissão

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"Eu tinha treze anos quando descobri o verdadeiro trabalho de Hector, foi logo após a morte de minha mãe

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"Eu tinha treze anos quando descobri o verdadeiro trabalho de Hector, foi logo após a morte de minha mãe. Minha mãe foi morta pela vingança de uma máfia rival contra Hector. Toda desgraça que atingiu minha vida foi por culpa dele, me pergunto se a leucemia que tive quando criança não fora sua responsabilidade também.
Naquele ano em que minha mãe morreu, comecei a ter três vezes por semana aulas de Máfia, Tráfico e Negócios, porque na mente de Hector, um dia eu ia herdar todo seu maldito império. Minha vida com Hector começou a se tornar um inferno, perder minha mãe não bastava para ele, eu precisava sofrer humilhações, agressões e exclusão para me tronar forte e fria. Ele realmente queria que eu fosse uma Rainha do Crime.
É estranho pensar que normalmente os pais querem que seus filhos sejam felizes, o meu queria que eu fosse uma criminosa.
Pai... Hector nunca foi meu pai, pelo menos nunca o considerei como um. Para mim, ele sempre será o homem que destruiu minha vida.
A máfia de Hector não atua somente com drogas ilícitas, ele também contrabandeia armas e tem algumas casas de prostituição que desconfio que as meninas não estão lá por livre e espontânea vontade.
Na casa de Hector em Miami há uma passagem escondida na cozinha, ela é camuflada por um jardim vertical. É por lá que temos acesso ao subsolo. Eu o chamo de Subsolo da Destruição. Nele há tudo o que precisa para acabar com a Máfia de Miami. Todos os registros ficam lá. Nomes de membros, fornecedores e compradores. Há fotos e recibos com assinaturas de todos os clientes de Hector.
Eu sempre tive medo do que Hector podia fazer com minha avó se eu contasse tudo o que eu sabia para a polícia, mas eu temia mais ainda para quem contar, já que há muita gente na polícia que é ligado com a máfia. Então espero que esse áudio estejam em boas mãos agora.
Deixo este registro como forma de depoimento contra Hector e sua máfia. Não sei o que pode acontecer comigo daqui pra frente, mas eu não quero que Hector continue impune. Eu quero a ruína do seu império.
Meu nome é Emilly Beaumont Cooper e essa é a última confissão que eu deixo."

Eu  detestava mostrar qualquer sentimento que não fosse raiva ou desprezo. Mas meu rosto estava encharcado pelas lágrimas de dor que senti ao ouvir pela última vez a voz de minha filha... Sua última confissão.

O agente em minha frente, me olhava sem nenhuma empatia, mas eu não esperava outra coisa. Ele desligou o gravador e me lançou um olhar inquisitivo.

–Imagino que por respeito à sua filha, você não vai negar nada do conteúdo deste áudio – disse ele com os olhos um pouco estreitos.

–Eu só vou responder na presença do meu advogado – digo tentando ser o mais frio possível, embora minhas lágrimas presas aos olhos contratassem com minha voz.

–Está certo, é seu direito, então acho que nossa conversa acaba por aqui – disse ele e se levantou. – Vou deixar que outra pessoa fale com você antes de te levar de volta à cela.

Gêmeos em AçãoWhere stories live. Discover now