Capítulo 65 - Lipe Narrando

96 6 0
                                    

    Quando eu vi minha mulher deitada no chão com a perna sagrando, eu me desesperei. Quem poderia fazer uma coisa dessas? Ai se eu colocar minhas mãos no culpado, ele vai aprender a nunca mais mexer com uma mulher, ainda mais grávida. 

 Graças a ajuda de alguns vapores, levamos ela até o hospital que ficava aqui no morro mesmo. Se levássemos ela a outro, teria muita chance de ela só sair presa e não queremos mais problemas. 

  Quando chegamos aqui no hospital, ela teve que ser levada para sala de cirurgia urgentemente. Disseram que se ela demorasse mais um pouco para vir ao hospital, ela teria perdido uma quantidade maior de sangue e estaria em estado grave.  Mas, graças a Deus deu tudo certo conseguiram tirar a bala e conter o sangramento. Ela passou o resto do dia dormindo, e hoje está acordada, em observação. 

 Estou neste momento conversando com ela, a pessoa que mais amo, estou tão feliz por ver que ela realmente está bem apesar de tudo. Sei que quando ela sair daqui vai tentar de tudo para descobrir quem atirou nela, mas eu tenho que impedir que isso aconteça. Não quero que ela corra perigo, não duvido da capacidade dela. Porém... tenho medo de perde-la e também meus filhos. 

_Tô com fome - Ela diz, escuto sua barriga roncar e dou uma risada. 

_Já era de se esperar, vou ver se arrumo algo para você - Digo e saio do quarto, vejo algumas enfermeiras e vou até elas - Olá minha mulher acordou e está com fome.

_Qual o nome da paciente? - Pergunta uma delas.

_Melissa Nunes - Digo e ela olha em uma ficha, assentindo.

_Ah sim, aguarde uns instantes que logo levarei algo para a mesma comer - Diz simpática, se retirando dali. 

  Volto para o quarto e fico conversando com Dama, até a enfermeira aparecer com um caldo, creio eu, que é de frango e umas torradas como acompanhamento. 

_Muito obrigada - Dama diz com um sorriso no rosto, ela pega o caldo com as torradas e começa a, sem exagero, devorar tudo. Percebo que ela estava realmente com muita fome. 

_Quando quiser mais alguma coisa, é só chamar. Estarei a disposição - Diz e quando está quase saindo, parece se lembrar de algo - Ah e o médico logo vira, para ver se está melhor. 

_Ok, obrigado - Agradeço por Dama, já que ela não para de comer.

   Fico vendo ela devorar a comida, até meu celular começar a apitar. Vejo pela tela que é a Angel, atendo.

_Eai a Dama ta bem?

_Sim, ela ta devorando umas torradas com um caldo que deram aqui - Respondo Angel.

_Que bom, tenho algumas suspeitas de quem pode ter atirado. Pelas informações, foi uma mulher. Não acho que tenha sido a Ingrid, pois ela sumiu. Porém, ela também está na lista.

_Tem mais alguém nessa lista?

_Tem, Sabrina. Parece que ela voltou ao morro, dizem que a pessoa que atirou teve total cuidado com a identidade. Mas, tem gente que acha que talvez seja ela. Pelo jeito e tudo mais...

_Ok, conversamos mais sobre isso depois. Vai vir aqui no hospital?

_Vou, só que mais tarde. To assistindo filmes com Nicolas, para ele se distrair um pouco.

_Belê, falou - Digo e desligo. Olho para a Dama, e ela já acabou de comer.

   Pego a tigela de suas mãos e coloco em um canto lá. Ela limpa o canto da boca, que está sujo e sorri.

_Acredita que eu ainda to com fome? - Diz me fazendo soltar uma bela de uma gargalhada, lógico que ela estaria com fome ainda. O ruim é se ela não tivesse, pois ai ela estaria era doente. 

_A Angel vai vir aqui mais tarde, e eu acho que a enfermeira não vai deixar você comer mais. 

_Quero ver aquela vaca mesmo - Ela muda a expressão para uma bem triste - Vai mesmo deixar a mãe dos seus filhos com fome?

   Melissa sendo Melissa, não sei se posso trazer comida para ela por causa da cirurgia de ontem. E com certeza a enfermeira não vai dar mais comida...

_Amor, acho que a enfermeira... - Sou interrompido com a entrada do médico.

_Boa tarde Felipe e Melissa - Diz o médico.

_Boa tarde - Melissa e eu respondemos.

   O médico parece analisar uma ficha em suas mãos, e depois olha para a Melissa. 

_Como não foi nada muito grave e a cirurgia de ontem foi realizada com sucesso, a senhorita recebera alta amanhã mesmo. Recomendo que quando chegar em casa fique em repouso absoluto, por conta da gravidez - Diz e assina um papel - Aqui está a receita de um remédio, caso sinta alguma dor na perna. É só isso, até amanhã. 

  Eu guardo o papel no bolso e o médico se retira. Olho para minha mulher e ela está com cara de tédio.

_Que foi? - Pergunto e ela suspira.

_Eu que não vou ficar de repouso absoluto, eu to grávida e não doente! 

_Vamos fazer isso, você vai ficar uns dias em casa descansando. Enquanto eu e Angel cuidamos da boca, ai depois você pode ir. Para a sua segurança e a dos nossos filhos, beleza?

_Sim - Ela concorda.

   Um tempo depois...

  Nicolas corre para abraçar Dama, ele veio junto com Angel que trouxe uma pamonha escondida. Dama estava quase chorando de tanta vontade de comer a pamonha, então quando Angel apareceu com Nicolas. Ela só deu um abraço rápido em Nicolas e já foi comer a pamonha com a desculpa que se não comesse, os gêmeos nasceriam com cara de pamonha.

 _Ta parecendo uma baleia - Angel debocha da cara de Dama, que a fuzila com seu olhar.

_Se chama gravidez, filha da puta - Dama responde irritada. Misericórdia, nem parece que a minutos atrás estava toda sensível. 

_MAMÃE! - Nicolas chama sua atenção por ter falado palavrão. É até fofo toda sua inocência, quero ver se quando crescer vai continuar assim.

_Desculpa amor meu, estava com saudades de você - Diz sorrindo, depois continua comendo sua pamonha. 

_Se a enfermeira ver isso, ela nos mata - Digo olhando para a porta do quarto.

_Relaxa, eu mato ela primeiro - Angel responde - Não vou deixar a minha baleia grávida passando vontade das coisas.

_Não sei se devo achar isso fofo - Dama arqueia uma de suas sobrancelhas. 







No Complexo $2Onde histórias criam vida. Descubra agora