Capítulo 12: De volta ao lar

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POV Millie

Um começo de uma semana não poderia ser mais estressante. Raramente eu acordava de mal humor, costumava dizer a mim mesma que a vida é curta demais, e quanto mais tempo desperdiçado com energias negativas, mais ela iria permanecer assim: monótona, rápida e decididamente chata.

Existe um ditado que diz "de gota em gota, o copo transborda", algo semelhante ocorreu comigo assim que Finn atravessou à porta da casa de Jack com apenas um aceno de mãos, desde então os dias da semana passaram tão devagar, e sensação de insuficiência e pouco desempenho pareciam corroer as paredes de meu estômago em questão de minutos.

Mesmo quando ele queria desaparecer, ele conseguia estar em todos os lugares, não apenas em minha mente, mas literalmente, era impossível ignorar o fato de que todos os dias perfis de fofocas nas redes sociais liberavam matérias onde abordavam cada passo de sua carreira e vida pessoal, como um dos shows beneficentes que ele havia feito no condado de Nashville, ou até mesmo sua escolha de restaurantes prediletos da semana. Era ótimo saber que a pizza da rua Bleecker estavam inclusas em sua 'dieta', mas não era nenhum pouco agradável sentir que outrora fui perdoada, e na semana seguinte ignorada.

Não que a vida dele girasse em torno de mim, afinal somos apenas amigos, mas era incrível a maneira que nos compreendíamos e nos divertíamos por horas sem nem nos darmos conta das horas passarem no relógio, como não era desconfortável o fato de não ter assunto, já que tudo fluía tão naturalmente e era desses momentos onde nossas mentes se conectavam como uma só, que eu sentia falta. Sempre que recolhia um de meus lápis para fazer esboços para à aula da Sra.Wolfhard, na tentativa de desviar meus pensamentos ansiosos a respeito de seu filho, estalos quase inaudíveis vindos do corredor eram captados por mim, até mesmo passos e risadas eu conseguia ouvir, o meu próprio corpo se auto-sabotava para que minha mente voltasse à estaca zero; Finn Wolfhard.

Com a mão erguida a alguns centímetros de distância da superfície da mesa, abri meus dedos e senti o lápis esvair-se de minhas mãos, engoli em seco e balancei a cabeça ao analisar os traços sem nexo sobrepostos em cima de uma simples xícara chá, a qual Lilia me propôs desenhar. Olhei aos arredores e à sensação calafrios ao perceber que Marise estava calmamente vindo até a minha mesa, vieram à tona em poucos instantes.

— O que seria isso? - questionou assim que deparou-se com a minha folha

— É uma xícara de chá - murmurei na intenção de que os outros não tivesse consciência de minha ideia

— Uma xícara, certo...- resmungou com uma expressão melancólica - Millie, eu sei que você está na fase de se apaixonar e todas essas baboseiras, mas tem de estar ciente que essa academia de artes é a melhor desse país, e se quiser continuar nela, terá que ser mais criativa do que apenas uma xícara de chá com traços estranhos em cima dela - aconselhou

— Eu sei professora, me desculpe, é que eu estou com problemas de concentração e não tem nada haver com garotos - pausei para me aproximar de seu ouvido - Ou com o seu filho - mentira, mas ela não precisava saber

— Então trate de descobrir o que tira a sua concentração, porque até a sua prima atriz, teve uma ideia melhor que a sua - ponderou

— O que ela está fazendo?

— Uma espécie de cavalo com chifres, e dentes de ouro descansando em um arcos-íris - diz com desprezo - É loucura, mas, foi mais criativo que o seu, isso é um fato

Exausta e com pouco ânimo para argumentar do contrário, soltei o ar de meus pulmões ligeiramente, e tratei de recolher todo o material que estava sob à mesa de volta para os enormes armários daquela imaculada sala. Olhares confusos me acercavam, inclusive os de Marise assim que com uma batida quase inaudível, tranquei meu armário.

Supernova |Fillie| • HIATUS •Where stories live. Discover now