Hazer

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Em Bangkok as leis individuais dos clãs não se aplicavam. Os líderes que administravam a zona neutra mantinham-se imparciais quanto à regimes e normativas. Cada clã tinha sua cúpula de representantes para assuntos importante e garantias de segurança para os shifters de sua própria matilha enquanto os mesmos permanecessem naquele lugar que poderia ser absolutamente diferente de tudo o que era tido como normal dependendo de qual clã se pertencia.

Uma cidade majoritariamente jovem, a população de Bangkok era em sua maioria flutuante e os jovens eram a maior expressão neste número. Jovens divididos entre várias universidades com valores distintos entre si, algumas agradavam mais alguns clãs ou a outros, mas sem sombra de dúvidas a universidade mais populosa e com melhores resultados era a bem conceituada Universidade de Bangkok.

Além da educação superior, aquela cidade era um centro gigantesco e muito bem protegido de registros. Os residentes físicos que servem de anfitriões para os representantes dos clãs são em sua maioria estudiosos do desenvolvimento humano e social, e trabalham com pesquisas e a elaboração do SENSO populacional de todo o território.

Em seus livros muito bem protegidos existe a informação oficial fornecida por cada clã sobre registros de nascimentos, óbitos, uniões legalizadas pelo clã ou por vínculo marcado. Nascidos betas e seus sexos, nascidos alfas e seus sexos, nascidos ômegas e seus sexos. Índices de filhos da matilha nascidos em cada território, limites de fronteiras e tudo mais que descrevesse fisicamente cada clã e servisse para desenhar uma visão geral do território tailandês como um todo.

Centros de referência, organizações independentes para shifters que por algum motivo não se sentiam abrigados ou representados por seus líderes de berço. Uma cidade quase completamente formada por betas que usaram seu direito de livre escolha para saírem de seus clãs e de regras com as quais não concordavam ou se identificavam; betas que escolhiam a vida neutra de Bangkok à permanência junto de seus familiares.

Como última herança de berço talvez apenas a cultura dividida parcamente nos grandes centros comerciais que também só existiam em Bangkok. Shoppings com lojas de roupas ou memorabilhas "importadas" de cada clã, ou os incontáveis restaurantes de culinária regional também eram uma sólida fonte de renda para estes residentes, e conforto para os universitários que estavam longe de casa.

Para muitos era também a maior ou única experiência com algum aspecto de cultura diferente da de seu clã. Talvez por isto muitos jovens gostavam de agir exatamente como turistas pelos quatro ou cinco anos que viveriam na região e tentando absorver o máximo daquele mínimo de cultura diferente ao qual conseguiam se expor.

As normas na Universidade de Bangkok eram claras: Províncias tinham suas regras e individualidades, mas Bangkok era uma zona neutra.

Todavia, a vida nas províncias podia ser tão distinta entre si que seria simplesmente impossível seguir uma regra geral naquele lugar sem quebrar a primeira e mais privilegiada das informações que um aluno trazia de casa; revelar qual era sua província e respectivamente quem era o seu líder.

Desde a divisão da Grande Matilha as informações que cada líder levava consigo era o tesouro mais caro de cada clã. Estas informações mais a diretriz ética de cada família que liderava formavam a base da cultura de seu clã; uma cultura individual, secreta e reforçada pelo peso dos anos.

Bangkok, no entanto era fiel em sua função de ser a zona neutra e um elo que amarrava todos os clãs em linha invisível de política e cordialidade. A primeira lei de Bangkok é que as leis dos clãs não se aplicam em seu território, em contrapartida, a segunda lei diz que toda diferença cultural deve ser respeitada.

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