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CAPÍTULO UM
OLÁ, DOUTOR
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DIZEM QUE MORRER, é a pior coisa que existe no mundo, mas acredite, ver alguém morrendo nem se compara. E, para impedir o acontecimento, consegui segurar o corpo do rapaz que estava prestes a pular da ponte e o puxei de volta.

ㅡ Me solta! ㅡ Ele gritou, mas obviamente eu não o faria e, por mais que ele fosse poucos centímetros mais alto, não me impedia de segura-lo.

ㅡ Para que você possa pular? Se for o caso, está preso à mim. ㅡ Merda Jimin, poderia ter dito de outra maneira,  você é maníaco, por acaso?

Seu corpo começou a se debater sobre o meu, fazendo eu solta-lo e ele cair no chão, batendo suas costas fortemente sobre a grade da ponte. Eu pude sentir que ele estava realmente bravo quando não se importou com o baque de suas costas e aumentou seu tom de voz.

ㅡ Você sequer me conhece, não sabe da minha vida e sequer dos meus problemas, por favor não se meta e vá embora.

Tive que concordar, eu não o conheço, nunca sequer nos vimos ou ao menos sei seu nome, mas sei que nem mesmo ele implorando de joelhos, eu o deixaria pular.

ㅡ De qualquer maneira, você não vai pular, quero te ajudar então confie em mim. ㅡ Digo sinceramente, mas então, ele começa a rir. ㅡ Algum problema?

ㅡ Sim, a parte em que me pediu para confiar em você. ㅡ Minha cara declarou que não havia entendido, então ele prosseguiu. ㅡ Por confiar nas pessoas, acabei onde estou agora.

Então eu me calei, ele estava certo e agora eu podia ver, eu não sei o que ele passou para estar aqui e, também não sabia como podia ajuda-lo. Estávamos calados e, enquanto eu estava fitando meus pés pensando em alguma maneira de faze-lo mudar de ideia, ele se levanta prestes à ir embora.

Seguro seu braço e faço meu último pedido: ㅡ Pode ler o que está escrito na borda da ponte para mim? Em voz alta, por favor.

ㅡ Isso só pode ser brincadeira. ㅡ Não o respondi. Ele revirou os olhos, e então olhou para a placa iluminada. ㅡ "Os melhores momentos da sua vida ainda estão por vir." E daí? ㅡ Peço para que leia também a frase do lado. ㅡ Vai me ajudar ou apenas se certificar que sei ler?

ㅡ Então quer minha ajuda?

Suspirou e prosseguiu. ㅡ "Como você gostaria de ser lembrado?"

Pude sentir o quanto aquela pergunta havia o feito pensar. Sei que no fundo não queria ser lembrado, dava para sentir que ele só queria que tudo acabasse logo, afinal, é mais fácil fugir do que ter de ficar e lutar.

ㅡ Se me permitir, eu posso te ajudar. ㅡ Digo calmo. ㅡ Posso saber seu nome?

ㅡ Jun- Jungkook, Jeon Jungkook. ㅡ A pronúncia é divertida. Seu sotaque era bem familiar pra mim, estava claro que ele era de Busan, assim como eu.

ㅡ Prazer Jeon, sou Park Jimin. ㅡ Sorrio. ㅡ Quer que eu te leve até em casa?

Sua resposta negativa soou dura demais. O que custa ser mais gentil com aquele que acabou de salvar sua vida? Que eu me lembre, nada.

ㅡ Entendo, mas pegue, fique com meu cartão, sou psicólogo, e caso se sinta pronto para falar e precisar de um ouvinte, meu telefone está ai embaixo.

Ele apenas pegou o cartão, me encarou por alguns segundos com seus olhos cor de jabuticaba, que eu podia jurar que pudessem ler minha mente e, se foi, me deixando ali parado sem entender nada.

Olhei para as minhas mãos, que devido ao tempo em que eu estava no banho, já começavam a ficar engilhadas. A água quente escorria pelas minhas costas, relaxando meus músculos sempre tão tensos por causa do trabalho. Se não fosse por minha irmã batendo na porta, era provável que eu não sairia dali tão cedo.

BURNING BRIDGES 彡𝐉𝐈𝐊𝐎𝐎𝐊Waar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu