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POV BRYAN

     Eu não aguentava mais ver a Agnes chorar, gritar, me bater... eu merecia tudo isso e muito mais. Sai do apartamento, peguei meu carro e simplesmente sai dirigindo sem rumo, eu precisava espairecer, caso contrário eu surtaria.

      Passei em diversos sinais vermelhos. Minha cabeça estava totalmente fora de órbita, parei em um barzinho. Precisava parar, ou então eu acabaria causando um acidente.

      Pedi uma bebida, não muito forte, pois ainda dirigiria. O barman me trouxe gentilmente e eu virei a mesma em uma golada só, minha cabeça girava, eu estava tonto, aquela sensação estava me matando.

     Embora tudo isso estivesse acontecendo, eu permanecia estático, olhar fixo em meu copo. Naquele momento eu era incapaz de sentir qualquer coisa, eram tantos sentimentos que eu simplesmente não sentia mais nada. Acredito que se alguém me desse um chute no saco ou um tapa na cara, eu não sentiria.

- o que um gato desses faz sozinho.- pude ouvir uma voz longe, espero não ser comigo.- ei.- a moça balança sua mão em meu rosto.

- nada do que te diz respeito.- disse com o olhar fixo em meu copo ainda.

- vou fingir que não notei a grosseria.- a moça se senta ao meu lado e pede um Drink.

- poderia me deixar sozinho, estou pedindo educadamente.- encarei a rapidamente.

- ok, percebi que aqui não vai rolar nada.- ela se ajeita na cadeira.- mas você me chamou atenção, anda, me conte o que te aborrece.

- qual o seu problema? eu quero ficar sozinho!- bati na mesa.- me desculpa.- peço em tom baixo.

ela respira fundo.- escuta, eu sou uma mulher. Experiente, já vivi muita coisa. Não te conheço, você também não me conhece... se abra para mim, não precisa me dizer seu nome. Anônimos.

pode me chamar de louco, mas não era má ideia. Afinal eu precisava desabafar tudo.

contei!

- olha...- ela começa.- mesmo que você ache que não, que ache que o que fez foi errado e brutal... saiba que não foi! Com toda certeza, quando ela descobri o que fez por ela, todo o resto não vai importar.

- você acha isso?- encaro a mesma.

- eu tenho certeza.- ela sorri levemente.- hoje em dia, falta um pouco de homens como você... sua atitude foi linda, você está protegendo ela. Mesmo que não acredite nisso.

- eu olho para tudo o que falei para ela, nem olhá-la nos olhos eu consegui... aquilo estava me machucando.- baixei a cabeça apoiando os cotovelos na mesa.- eu penso nas palavras que atirei nela... e penso, será que vale a pena?

- vale, muito! acredite, você sacrificou seu amor... e inconsequentemente o dela... em troca de mantê-la segura.- a moça diz após beber seu Drink.- isso é maravilhoso. É lindo, de uma forma triste.

Quem diria que conversar com uma estranha em um bar poderia me abrir tanto os olhos, e me fazer entender o que estava acontecendo. A dor ainda permanecia, porém me sentia mais leve. E agora acreditava que tudo o que fiz por ela... no final valerá a pena.

POV AGNES

    No que eu estava pensando quando beijei o Dylan, ele tinha total razão. Eu amo o Bryan... mas por outro lado, não quero prender meus pensamentos em alguém que me feriu.

está bem! preciso esfriar a cabeça.

    Subi, coloquei um shorts de academia e uma regatinha e desci. Iria correr, peguei meu celular e meu fone e coloquei para tocar "Happy now/ be alright- Landon Austin". Eu amava com todas as minhas forças essa música.

    Sai da casa e comecei a correr, dei a volta no quarteirão mas precisava de mais, então simplesmente comecei a correr sem nem prestar atenção onde estava. A sorte é que conhecia essa cidade muito bem, principalmente meu bairro.

     Parei em uma lanchonete, tirei meus fones e respirei fundo. Eu corri muito, pois cheguei em um café em que ia com meu pai quando ele tinha tempo, e me lembro de demorar a chegar. Adentrei o estabelecimento e pedi uma garrafa de água com gás.

- queria ter esse seu pique mocinha.- um senhor diz sorrindo.

sorri de volta.- nem eu sabia que tinha esse fôlego todo.

- o meu já passou faz tempo.- ele sorri enquanto come um pedaço de bolo.

- tenho certeza que não.- disse encarando o senhorzinho.- bom... vou indo, estou bem longe de casa.

- Você me lembra a minha neta.- ele diz me analisando.

- jura?- me sentei ao seu lado.

- sim...- ele diz triste.- ela faleceu esses tempos.

- oh, sinto muito.- segurei sua mão.

- está tudo bem.- ele sorri me encarando.- olhar para você, foi como ter um tempinho a mais com ela. Obrigada.

- imagina!- disse já com os olhos cheios de lágrimas.

- anda, volte para sua corrida. Você estava bem animada.- ele sorri meigo.

- até mais!- sorri.- espero encontrá-lo novamente!

- eu também. Um ótimo dia a você querida.- ele aperta minha mão.

- igualmente.

      Sai de lá feliz, um sorriso largo tomou conta do meu rosto. Eu não cheguei a conhecer meus avós, meu pai nunca me levava. E os por parte de mãe, simplesmente sumiram... conversar com esse senhorzinho, tornou meu dia mais... bonito.

• ¥ O melhor amigo do meu irmão ¥ •Where stories live. Discover now