— Incrível — disse Eliza admirada. — Então sua espada é a mesma de Sir Arthur?
— Sim, por isso tive certa dificuldade para manejá-la. Como não sou seu dono original nossa conexão não é tão forte quanto a de outros Cavaleiros Elementais. Tenho que trabalhar dobrado nisso.
— Conheceu Sir Arthur pessoalmente?
— Não, mas devo dizer que o admirava por seus feitos. Ele foi um dos membros da ordem que mais viveu então fez muito pela nação.
— Bem, foi uma boa história.
— Você deixa essa história mais interessante toda vez que a conta, Theo. — Comentou Íntegra. — Me pergunto se você se lembra de mais detalhes a cada vez que a conta ou se apenas gosta de inventar para deixar mais divertida a experiência de quem ouve.
— Então era mentira? — Perguntou.
— Não, mas ele gosta de adicionar um detalhe ou outro na história — Respondeu Maxwell.
— Eu só digo verdades — disse Theo confiante.
— É claro. — Íntegra concordou irônica.
— Aí estão vocês — disse Nicolas se aproximando do grupo. — O rei quer que você se dirija até o muro externo, Liz.
— Não imaginei que fosse ser chamada tão cedo. Pensei que só me encontraria com ele à noite. — Ela pensou um pouco. — Bem, ordens são ordens.
O muro externo do palácio real era relativamente baixo quando comparado ao interno. Alto o suficiente para que não se pudesse escalar sem chamar a atenção, mas baixo o bastante para ver o que se passava nas ruas da cidade. Eliza avistou o rei olhando para uma plataforma de execussão montada as pressas. A ruiva se posicionou ao lado dele.
— Majestade, o que deseja? — perguntou educadamente.
— Você reconhece aqueles homens lá embaixo, Eliza?
Ela olhou mais atentamente para a plataforma e percebeu que três homens já estavam com a corda em volta de seus pescoços apenas aguardando a execussão. Mas não eram três homens quaisquer e sim os bandidos que a atacaram na estrada.
— Sim.
— Então sabe o crime que cometeram. Pode imaginar quantas outras pessoas sofreram nas mãos deles? Quantos assassinatos e estupros?
— Não gosto de imaginar tais atrocidades, majestade — respondeu.
— Nem eu, mas certamente eles as cometeram. Infelizmente só há provas quanto ao crime de atacarem um membro da Ordem das Cinco Estrelas. Isso configura como uma ameaça a coroa pelas nossas leis, logo a pena é apenas a de enforcamento ou decapitação.
— Entendo.
— Não, você não entende ainda, mas entenderá. Esse é o destino de criminosos e como uma representante da coroa você terá que arcar com a responsabilidade de lidar com vermes como eles.
— Eu enfrentarei todos os inimigos de nossa nação e protegerei os inocentes de pessoas como aqueles homens lá em baixo.
— Então prove que está disposta a punir aqueles que ameaçam a paz. O carrasco está olhando para nós. Ele aguarda a ordem e você deve dá-la.
— Eu?!
— Sim.
Ela relutou, pensando em como lutou até ali sem matar ninguém, como odiava o derramamento de sangue e como apenas queria que a paz retornasse ao seu lar. Pela primeira vez ela sentiu que talvez seu sonho não pudesse ser alcançado só com pacifismo. Aqueles eram homens maus, cruéis e mereciam punição, mas até então matar não era visto como uma solução para a garota, mesmo assim o rei ordanara que a mesma desse o comando final. Ela olhou mais uma vez para aqueles homens. Eles olhavam para o alto encarando-a como se implorassem por misericórdia, mas não a obtiveram. Eliza fez um movimento com o braço autorizando o carrasco que obedeceu sem questionar. Ele acionou o mecanismo e logo os condenados viram o chão sumir sob seus pés. Um deles morreu imediatamente, tendo o pescoço quebrado pela força da queda, segundo sufocou rapidamente e terceiro tentou resistir ainda por um tempo, lutando contra seu destino inevitável. Seus olhos expressavam o terror que sentia de forma angustiante. Logo parou de se mexer e sucumbiu também.
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A Saga de Arietis. Livro 1 - Fé (Completo)
FantasyHá 10 anos o reino da Antares atacou o reino de Arietis sem qualquer explicação. A ofensiva gerou matança e destruição a todo o povo arietiano. Desde então as fronteiras do reino são palco de constantes conflitos, os recursos estão acabando e a econ...