22 - A Ordem Meteoro

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— Majestade, soubemos esta manhã que Merilla foi sozinha até Hamal, aparentemente na tentativa de assassinar o rei inimigo, mas foi capturada — falou o General Zal.

Esta foi a primeira pauta discutida na reunião do conselho de guerra do rei Fausto, governante de Antares.

— É certo que eles a torturarão para obter informações. — Continuou Zal. — Mas ela não sabe tanto assim sobre os planos de ataque. Quase não participava dos conselhos de guerra.

— Independente disso não podemos deixar que nenhum informação importante caia nas mãos do inimigo. — Pronunciou-se o rei. — Uma missão de resgate deve ser organizada. Precisamos saber o quanto ela abriu a boca e dependendo disso terenos que mudar nossa estratégia. Não, melhor ainda, devemos mudar de imediato por precaução. General Anderson, como estão as incursões?

— Os paladinos são duros na queda, majestade. Mesmo com metade de nossas forças atacando Sheratan eles tem uma barreira mágica. Conseguimos um pouco de vantagem nos últimos dias devido ao fato dos membros da Ordem das Cinco Estrelas estarem todos na capital arietiana, mas agora que todas as cerimônias locais acabaram é uma questão de tempo até eles retornarem ao campo de batalha. Sem reforços teremos que recuar.

— Então Zal deve ir ao auxilio das tropas — ordenou o rei. — Certamente uma demonstração de poder irá intimidar nossos inimigos.

— Eu não me precipitaria, majestade. — Interveio o único homem que não fazia parte do exército.

— Compartilhe sua opinião, Arquimago Zarval.

— Se me permite dizer, acredito que a esta altura o rei Charles sabe ao menos os locais que pretendemos atacar — continuou.

— O que o faz pensar isso? — Questionou o rei.

— Conheço Merilla o suficiente para garantir que sua captura foi intencional, apesar de ter agido sem autorização sua presença lá nos dá uma certa vantagem. Se ela está na prisão deve ter sido interrogada e colaborou parcialmente com o inimigo para mostrar que podia ser útil, logo foi mantida sob cárcere.

— Isso pode ser verdade, mas não é exatamente essa a razão de precisarmos resgatá-la? — contextou Anderson.

— Exatamente o contrário. Soube que ela causou uma confusão na noite de nomeação da nova Cavaleira da Fé. Um Cavaleiro Elemental bem treinado poderia ter acabado com ela sem muito esforço em um campo de batalha aberto, mas no meio da cidade eles não podem usar seu poder total ou a população seria ferida e quando um deles usa seu poder reduzido é muito mais fácil de ser derrotado. Logo quatro deles tiveram que trabalhar juntos para dominá-la sem matá-la.

— E como isso nos ajuda? — Perguntou Anderson mais uma vez.

— Com uma prisioneira tão perigosa como ela o mínino esperado é que Charles a mantenha sob guarda pesada então deve manter um Cavaleiro Elemental na capital para o caso dela escapar, mas se eu fosse ele manteria dois. Podemos supor que ele envie um para Sheratan e outro para Mesarthim. Certamente a recém nomeada Eliza deve estar iniciando seu treinamento para poder se tornar útil em batalha em breve.

— O quanto precisamos nos preocupar com ela? — Perguntou o rei.

— No momento ela é praticamente inofensiva do ponto de vista tático, pois não possui experiência. Mas a longo prazo poderá utilizar seu poder mágico para modificar o terreno a seu favor e isso vai comprometer nossa estratégia.

— Então o que sugere? — Zal perguntou.

— Eliminar a jovem antes que seu treinamento avance. Charles levaria anos para encontrar outra pessoa como ela.

A Saga de Arietis. Livro 1 - Fé (Completo)Where stories live. Discover now