Prólogo

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            O ônibus escolar amarelo, estacionou em frente ao gramado do colégio Claremont High School, de onde quatro alunos desceram e caminharam em sua direção. Era tarde, quase nove horas da noite, mas hoje não era um dia comum naquele colégio, hoje era o dia do tão aguardado baile de inverno promovido pelos estudantes do último ano; não que isso importasse para os quatro alunos que desceram do ônibus, já que eles estavam ali por outro motivo, os quatro haviam participado do campeonato estadual de matemática e graças a eles o colégio Claremont fora campeão.

Alfonso Herrera, um menino alto e magrelo, segurava o troféu enquanto arrumava seus óculos, ele havia sido o grande nome do campeonato de matemática, não errando nenhuma questão.

– Vocês vão entrar? – perguntou Jack, um menino baixo e magro, que olhava amedrontado para o muro da escola, onde do outro lado estava acontecendo o baile de inverno.

– Não – respondeu Karla, a única menina do grupo. – Vou ficar aqui e esperar minha carona, já que todos nós sabemos que nós não somos bem-vindos nesse tipo de festa.

– Eu vou entrar – disse Thomas e todos olharam para ele assustados. – Deve ter muita menina bêbada nessa festa, talvez essa seja minha única chance de conseguir ficar com uma dessas gostosas.

– Thomas, você me enoja – disse Karla, deixando claro seu desagrado com o comentário de seu colega.

– Mais alguém vai entrar? – perguntou Thomas ansioso, havia passado muito tempo sonhando acordado com esse baile, afinal, havia recém completado 17 anos e nunca havia nem se quer beijado na boca.

– Não – todos responderam em uníssono, fazendo Thomas se afastar, indo em direção ao portão da escola.

Já havia se passado meia hora e Alfonso ainda estava no gramado do lado de fora do colégio –­­ agora sozinho –, já que os outros alunos da equipe de matemática já haviam ido embora e Thomas ainda estava dentro do colégio.

Alfonso olhou novamente para o relógio em seu pulso, enquanto esperava seu irmão mais velho vir lhe buscar – Alex nunca fora bom com horários marcados, sempre se atrasava –, fora então que um grupo de meninas passou por ali rindo alto e conversando distraidamente, tanto que uma delas acabou esbarrando em Alfonso, fazendo com que seus óculos caíssem no gramado. Ele então se abaixou para procurá-los, já que não enxergava quase nada sem eles, mas parecia impossível achá-los devido a escuridão.

– Você está procurando isso? – perguntou uma menina rindo, com os óculos na mão – Nossa. Quantos graus têm nisso aqui? – Ela perguntou colocando os óculos.

– Es... Estou – respondeu gaguejando, se levantando do chão, já com as mãos tremulas.

– O que o aluno mais nerd da escola está fazendo aqui? – perguntou curiosa, enquanto lhe entregava seus óculos. – Pensei que nerds não gostassem de festinhas com muita bebida e meninas desesperadas – disse e em seguida tomou um gole da bebida que estava segurando.

– Eu não... Não, eu não gosto – respondeu, ainda nervoso, sabia que aquele tipo de festa, não era feita para meninos como ele.

– Então por que você está aqui? – perguntou, rindo por causa do efeito da bebida.

– Eu acabei de chegar do campeonato de Matemática – disse timidamente, levantando seu troféu.

– Ual, que coisa mais nerd – ela sorriu, adorava o jeito simples de Alfonso. – Mas parabéns pelo troféu.

– Obri... Obrigado – gaguejou, suas mãos já estavam suando, ele nunca conseguia ficar tranquilo quando Anahí falava com ele, mesmo que já estivesse acostumado a ficar ao lado dela.

Anahí era uma das meninas mais bonitas e populares do último ano – e de todo o colégio –, alta, loira, de seios fartos, intensos olhos azuis e um sorriso encantador, já Alfonso era o típico nerd, e como em todo clichê, era apaixonado por ela.

Alfonso e Anahí pouco se falavam nas dependências do colégio, mas tinham um encontro marcado todas as semanas na casa dele, já que ele a ajudava a estudar para a matéria que ela mais tinha dificuldade – e que quase ficara retida algumas vezes –, matemática.

– Você está nervoso Alfonso? – ela riu e em seguida tomou o último gole de sua bebida, jogando o copo ali mesmo no gramado.

– Na... Não – gaguejou, era obvio que ele estava nervoso, Anahí sabia como ele ficava quando ela conversava com ele fora de seus habituais horários de estudo.

– Então por que está gaguejando? – perguntou divertida, gostava do modo como Alfonso ficava quando ela se aproximava dele.

– Eu não... Não sei – respondeu, embora soubesse muito bem o porquê de seu nervosismo.

– Eu faço você ficar nervoso Alfonso? – perguntou rindo, sentido o efeito do álcool se intensificar cada vez mais em seu corpo, afinal, Anahí já havia bebido dois copos de tequila e duas batidas de frutas vermelhas.

– Na... Não – respondeu, torcendo para que seu irmão chegasse logo.

– Você quer me beijar, Alfonso? – ela perguntou dando um passo para frente, e percebeu que Alfonso tinha travado, afinal, que menino não gostaria de beijar Anahí Giovanna? – Ótimo, então hoje é o seu dia de sorte. – Disse segurando a mão de Alfonso e o puxando. Se era para ela acabar a noite ficando com alguém, que fosse com Alfonso, que ao contrário da maioria dos meninos naquele colégio, nunca lhe faltara com respeito e, sempre que ela tentara retribuir os favores que ele lhe fazia, ele se esquivava, porque a respeitava demais para aceitar algo em troca de suas aulas particulares.

A lista dos ex {finalizada}Onde histórias criam vida. Descubra agora