Um pouco mais a noite, Amália permaneceu para o jantar novamente, queria assistir de camarote a vingança que havia planejado. Micaela havia pedido para fazer um prato típico do país de Amália, e essa prato levava pimenta, muita pimenta, mas ela fez questão de dobrar a pimenta que iria no prato dele.
Ao olhar a comida Thomas pareceu até salivar, de fato o prato estava tão bonito que se podia "comer com os olhos" como dizia o ditado. Ele deu uma enorme garfada e levou a boca, por alguns segundos apenas mastigou e degustou, mas depois franziu o cenho e começou a engasgar, engoliu a comida e começou a tossir, chegando até ficar um pouco vermelho. Todos se assustaram com a reação dele e pensaram que estava engasgado, quando na verdade tudo que Thomas queria era água.
Ele não conseguia sequer falar, apenas tossia e Amália caiu na gargalhada.
— Foi você? – Perguntou depois de tomar cinco copos de água.
— Ora, é assim que comemos, Thomas. Seja homem!
— Você não presta. Minha garganta está pegando fogo!
— Está aí uma parte bem interessante de se pegar fogo, não? Sempre achei que eram outras partes suas.
— Ora, sua.... – Ele se interrompeu para mais uma crise de tosse.
Todos a olhavam em reprovação, exceto Gregory que parecia se divertir, algum motivo tinha.
Depois de terminado o jantar, ela se despedia de Micaela na porta de entrada.
— Vamos almoçar juntas amanhã? – Sugeriu Micaela.
— Sinto muito, Mi. Vou usar meu horário de almoço amanhã para ir à igreja confessar.
— Vai confessar o que aprontou com meu primo hoje?
— Talvez.
— Ah, Amália... Ainda acho que isso tudo é amor reprimido.
— Você só pode estar ficando louca. Nem pense em bancar o cupido porque não vai funcionar.
— Mas...
— Mi, eu amo você, mas não suporto seu primo.
— Tudo bem. Não vou mais te chatear.
— Nos vemos amanhã.
Ela se despediu da amiga e partiu para a casa, satisfeita consigo mesma. Enfim conseguira dar uma lição em Thomas.
Na tarde do dia seguinte, Amália comeu rapidamente apenas para ir à igreja confessar, apesar do que havia feito na noite anterior, ela não sentia um pingo de arrependimento, e talvez esse fosse um pecado maior ainda. Mas ela se sentia tão bem tendo se vingado daquele cretino!
Ela entrou no confessionário e se sentou, aquele era diferente de todos os confessionários que já tinha visto. Era uma espécie de cabine, onde ela ficava e do outro lado uma outra cabine era onde o padre se sentava, não dava para ver direito o rosto de quem estava do outro lado, aquela "janelinha" quadriculada atrapalhava um pouco, mas ela até achava melhor assim, desse modo não corria risco de encarar algum padre, reconhecê-lo e ficar com vergonha depois. Foi tirada de seus devaneios quando a cortina que cobria a "janelinha" foi aberta.
Um homem se sentou do outro lado e disse:
— Pois bem, conte-me o que te aflige, filha.
Amália achou aquela voz estranhamente familiar, mas ainda assim continuou contou todos os seus pecados. Inclusive a vontade que tinha de estrangular Thomas toda vez que o via.
— Por isso peço que Deus me perdoe, padre. – Concluiu ela.
O homem estava com a cabeça apoiada na mão, ficou calado alguns instantes e depois perguntou:
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Descoberto - A vida secreta de Thomas Belmok - Escândalos Na Coroa 3
Romantizm"Eu não sou um herói, e você tem que parar de tentar enxergar isso em mim." Thomas Belmok é um homem que não teme a morte. Já a encarara de frente e agora leva a vida de modo leve, aproveitando cada segundo. Sua fama de canalha faz com que as pessoa...