Capítulo 31

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Às oito da noite, em ponto, Thomas bateu na porta do quarto de Amália. Ela estava terminando de arrumar os cachos que tanto davam trabalho, quando ele bateu pela segunda vez, dizendo:

— Anda logo, princesa, não temos a noite toda.

Um pouco irritada com a pressa dele, ela se dirigiu para a porta e a abriu, encarando Thomas com raiva.

— Se me chamar de princesa novamente, vou deixar um roxo bem grande na sua cara para combinar com seu olho cinza.

— Que isso? Eu só fiz um elogio. – Respondeu ele entrando, depois que ela voltou para frente do espelho.

— Não gosto que me chamem de princesa, me chama de qualquer coisa, menos de princesa.

— Que tal bruxa então? Parece combinar mais com você.

— Você está cheio de gracinhas.

— Você que começou.

Thomas observava Amália mexer no cabelo, passando creme e modelando os cachos, logo seus olhos deslizaram pelo corpo da morena, observando bem cada detalhe, as curvas bem acentuadas, o bumbum avantajado, a pele negra e brilhante parecia macia ao toque. E aquele vestido vermelho só realçava a beleza dela. Um arrepio percorreu a espinha dele e Thomas logo tratou de recobrar a consciência. O que estava acontecendo com ele? Tinha que deixar aqueles pensamentos de lado, principalmente depois do que aconteceu de manhã, simplesmente se deixou levar pelo momento e a beijou novamente. Onde ele estava com a cabeça quando fez aquilo?

— Cruzes! – Resmungou ele, estremecendo um pouco.

— Está tudo bem aí? – Perguntou Amália se voltando para ele.

— Está. Está sim... Mudei de ideia, acho que vou te chamar de feiticeira.

— E se você continuar com esses apelidinhos sem graça, vou te lançar um feitiço para calar a boca.

— Que tipo de feitiço? – Questionou ele, divertido.

— Vou te amordaçar.

— Ah, mas que droga! Achei que ia calar minha boca de outra maneira.

— Deixa de ser pervertido. Onde vai me levar? Ainda não me disse.

— Já falei que é segredo, vamos logo.

— Tudo bem, senhor mistério.

Thomas já estava na porta do quarto, quando deu meia volta e com uma sobrancelha arqueada, respondeu:

— Gostei desse apelido.

Amália apenas sorriu e o acompanhou. Entraram no carro e Thomas partiu em direção a cidade, ele havia deixado Husky em casa, alegando que "não haveria problemas naquela noite". Depois de saber da epilepsia de Thomas, Amália tomou conhecimento também de como Husky era importante para ele. O cão conseguia quase sempre prever quando Thomas teria uma crise, além disso, quando as convulsões começavam, o cão não deixava que o dono batesse a cabeça, evitando assim que se machucasse gravemente.

O cão era bem treinado!

Chegaram em uma avenida muito grande, parecia não ter fim, mas era muito bonita. Palmeiras se erguiam majestosas em um canteiro que ficava no meio da avenida e a dividia em duas, as luzes que ficavam no gramado, mudavam de cor constantemente, iluminando as árvores ali, e até mesmo a iluminação do lugar dava um certo requinte.

Se aproximaram de um prédio cumprido, Amália não soube calcular muito bem a extensão dele, possuía apenas três andares com enormes janelas, a fachada bege com alguns tons de dourado chamava a atenção, quatro pilastras sustentavam uma espécie de arco, que levava a uma porta grande e dourada. Na fachada letras grandes, que agora eram iluminadas por luzes, diziam: Hotel Cassino Dionísio.

Descoberto - A vida secreta de Thomas Belmok - Escândalos Na Coroa 3Where stories live. Discover now