Real Friends.

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Já passava das três da tarde e Natasha ainda estava sentada na própria cama esperando o soldado. A ruiva bloqueava e desbloqueava freneticamente o próprio celular e mordia o lábio nervosa. Mais de uma hora de atraso, ele não vem!, sua mente afirmava. Como uma resposta, uma mensagem de texto acendeu a tela do aparelho.


"Desculpe Natasha, não poderei ir hoje. Tive um imprevisto. - SR"


- Que vá para o inferno! - Soltou, sozinha no quarto. - Dodger, nós não precisamos dele. - Abriu o closet e pegou o filhote no colo. - Podemos nos divertir, não podemos garoto? Não que eu goste de você. - Ele lambeu seu rosto e ela espirrou.


A agente pegou uma enorme bolsa que nunca usava e escondeu o animal dentro, pegando também ração, garrafas de água e algumas sacolas. Desceu as escadas apressadas revirando os olhos para algum comentário idiota que Banner havia feito. Alguns minutos depois, lá estava ela sozinha no Central Park passeando com um cachorro idiota.


Why do I even try? Give me a reason why. I thought that I could trust you... Never mind.

(Por que eu ainda tento? Me dê um motivo. Eu achei que podia confiar em você... Deixa pra lá)


Depois de algum tempo e uma breve passada na farmácia para comprar um anti-alérgico, ela decidiu que tomaria aquele sorvete sozinha. Nunca teve amigos. Nunca precisou dele e não seria agora que começaria a precisar. A enorme sorveteria era decorada com móveis antigos em fortes tons de vermelho, branco e amarelo, o que a fez revirar os olhos pensando que o capitão muito provavelmente se sentiria em casa ali. Depois de perguntar ao atendente se poderia entrar com Dodger e receber um aceno afirmativo, ela sentou-se em uma poltrona não muito exposta. Ainda assim, quando terminou de tomar o próprio sorvete e dar um picolé de limão para o cachorro, sentiu uma pequena mãozinha tocando-lhe o ombro.


- Oi. - Disse a pequena garotinha de cabelos negros.


- Olá. - Ela respondeu. - Posso te ajudar?


- Eu... - A menininha tinha as bochechas vermelhas.


- Calma, vamos lá. O meu nome é Natasha, qual é o seu?


- Eu sei qual é o seu nome, você é incrível. Meu nome é Sarah e eu sou sua fã.


A ruiva arqueou uma das sobrancelhas estranhando, mas não podia negar que seu ego havia sido levemente massageado.


- Oi Sarah, é um prazer conhecê-la.


- Viu mãe, eu disse que ela era legal. - Gritou para a mãe que estava no balcão não muito longe dali, fazendo com que a agente lhe lançasse um sorriso fraco e um aceno sem jeito. - Obrigada por ter salvo a cidade e até o mundo algumas vezes.


- De nada, mas não fiz sozinha. - Deu-lhe uma piscadela.


- Eu sei, é que... Você é a única mulher no meio de todos aqueles homens.


- Você gosta disso? - Romanoff sorriu de lado.


- É bom finalmente ter alguém em quem me inspirar. E você é tão bonita, nossa. Eu achava que era photoshop quando via as fotos. - Natasha não conseguiu prender o riso com o comentário.


- Muita coisa é, mas obrigada.


- Você foi minha fantasia de Halloween no ano passado, sabia? Meu irmão foi de Capitão América. - Sarah revirou os olhos.


- Não gosta do Steve? - Arqueou uma das sobrancelhas.


- Eu gosto, é que às vezes ele parece ser meio idiota. - A pequena menina levou as duas mãos aos próprios lábios. - Meu Deus, não conta pra ele que eu disse isso.


EasyWhere stories live. Discover now