O que as cores sentem

28 - Rafael

Férias finalmente. Ao mesmo em que estava feliz também estava preocupado. As férias do meio do ano costumavam ser um pesadelo para mim já que esse era o mês em que havia perdido minha mãe. Eu tinha pesadelos, crises, não queria sair de casa nem nada do tipo. Era um mês difícil, muito difícil e eu tinha que enfrentá-lo. Até então as coisas estavam indo bem. Estava saindo bastante com Alice, Maggie e Lucas. Eles faziam eu me sentir bem na medida do possível.

Era uma madrugada de quinta-feira quando percebi que talvez as coisas não fossem ficar bem para sempre. Eu estava dormindo e de repente o mesmo pesadelo de sempre me assombra. Eu ouvia o som das sirenes da ambulância, podia sentir o cheiro da chuva e da gasolina misturados. Todo meu corpo doía, em alguns pontos mais que outros. Minha respiração estava pesada, com o tato eu procurava pela minha mãe que gritava de dor. Não. Acorda! Acorda! Acorda!

Flashback on

- Socorro! - Minha mãe gritava. Sua foz começava forte e terminava como um sussurro. Meu pai estava em silêncio, e por vários minutos achei que ele estivesse morto. Acorda! Isso é só um pesadelo. Acorda!

- O desespero toma conta de mim. Minha respiração ficava cada vez mais pesada. Os sons pareciam se afastar...

- Mãe! - Sussurro e estico o braço antes de apagar por completo.

Flashback off

- Mãe! - Grito, sentando na cama e percebendo que tudo não passava de um pesadelo. Eu estava todo suado, e podia sentir cada cicatriz em meu corpo latejando.

- Rafa, o que foi? - Pergunta Gabriel assim que abre a porta do meu quarto. Não respondo. - Pesadelo? - Faço que sim com a cabeça e começo a chorar. Gabriel me abraça e tenta me tranquilizar.

XXX

Acordo na manhã seguinte completamente destruído. Cancelo o rolê com Lucas e companhia e fico na minha cama o resto do dia.