A Caça e o Caçador

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Arthur acordou de um sono pesado. Por um breve momento acreditou estar em sua casa mas logo lembrou-se que estava no "fim do mundo", o que o deixou frustrado.

Pediu indicação à recepcionista de algum lugar para jantar e a indicação foi a mesma de sempre.

Naquela noite o bar estava com poucos clientes, não havia banda. Arthur avistou uma bartender. Era Marie. Pediu uma dose de whisky "cowboy" que tomou de uma vez e ordenou um cheeseburger com batatas fritas.

- Como é o seu nome? – perguntou o forasteiro

- Marie – respondeu sem dar muita atenção.

- Marie, preciso de uma ajuda. O que fazer nesta cidade durante três dias inteiros?

- Você que está aqui é que deveria saber, não? - disse limpando o balcão

- Concordo – disse apontando o dedo indicador à ela. – Mas eu não sei. Além do que eu sempre prefiro conhecer os lugares com o pessoal local.

- Não sou guia turística, sou bartender – respondeu secamente

- Calma, estou só brincando, vim em missão de paz! – disse abrindo os braços e as palmas das mãos para traz como que pedindo desculpas. – Vim aqui atrás de uma pessoa que simplesmente desapareceu.

- Namorada? Esposa?

- Pior, colega de trabalho!

Marie sorriu

- Carol sempre me dando trabalho – pensou alto.

- Conheci uma Carol esses dias – Marie levantou o seu rosto fino em direção à Arthur.

- Está brincando! Estatura baixa, loira, olhos verdes e pequenos? – empolgou-se

- Sim, parece ser ela. Toma tequila? – retrucou

- Tequila? – Arthur pareceu surpreso. Ele tinha uma foto de uma festa da empresa com todos os outros colegas, inclusive Carol. Mostrou a foto à Marie e obteve confirmação imediata. Arthur vibrou

-Te peguei! – bradou. A bartender não entendeu nada.

- Ei Marie, tudo bem? Pede para preparar para mim um "Potjiekos" vegetariano, por favor? – Numa pediu se aproximando do balcão.

Marie apresentou Arthur à Numa e contou sobre a grande coincidência de conhecerem Carol.

- Sim, a jornalista do guia de viagens! – Numa reconheceu.

- Jornalista? Não, você deve estar se confundindo. Ela é publicitária. Trabalha na mesma agência que eu. Infelizmente – fez questão de frisar

- Não senhor – Numa rebateu – se estamos falando da mesma Carol ela trabalha em um guia de viagens e fez uma visitação comigo na Sassy Cosméticos

- Então é isso! – Arthur estalou os dedos. – Que filha da mãe!

Numa olhou para Marie totalmente confusa e não gostou nada daquela revelação. Perguntou à Arthur o que ele estava fazendo ali ao que ele contou toda a história com o chefe. Disse que a Sassy Cosméticos era cliente da agência e que uma campanha de divulgação estava sendo criada. Abriu o website da empresa e mostrou Carol como "Gerente Senior de Contas Corporativas"

Numa ficou enfurecida. Espremeu os olhos de raiva. Sentiu-se traída. Marie tentou acalmá-la embora também não estivesse satisfeita com a mentira que Carol havia contado.

- Por que ela mentiria para mim? Para nós? – questionou Numa

- Ela tem caminhos escusos para chegar aonde quer – apimentou o Arthur – Também não entendo.- Ele viu uma grande chance de arruinar o projeto da colega e acabar logo com aquilo. Deixando Numa com raiva provavelmente provocaria insatisfação dentro da empresa o que, com sorte, repercutiria na matriz. Fornecedor mentindo para cliente nunca é bem visto. E continuou:

O Lago dos ElefantesWhere stories live. Discover now