Epílogo

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Dois anos se passaram desde a festa de pré-lançamento que havia sido um sucesso de divulgação. A Stripes já estava em pleno vapor com a manufatura dos produtos criados por Meke. Tudo como ela queria: Uma fábrica autossustentável, sem descarte de resíduos na Natureza, sem testes em animais. Produtos cem por cento vegetais e embalagens recicláveis que retornavam à Stripes para reaproveitamento.

Arusi estava junto com a irmã na fábrica. Zelava pela qualidade dos produtos e o bem-estar do time de funcionários. Casou-se com Numa que acabara de dar à luz a uma linda bebê.

Carol gerenciava o departamento de marketing e vendas em New York. Ela visitava a fábrica duas vezes ao ano. As vendas estavam crescendo vertiginosamente, as pessoas entenderam o conceito da marca e estavam apreciando a eficácia dos produtos. Começavam a exportar para outros países.

Ela estava consolidando as vendas do último trimestre quando foi informada que Franco estava à sua espera. Veio para apresentar a campanha de marketing para a Stripes.

Carol entrou na sala e cumprimentou-o. Ele se preparava para abrir a apresentação quando ela o interrompeu:

- Vamos deixar isso de lado por enquanto –pediu para fechar a apresentação. - Diga-me, o que o levou a preparar esta campanha para a Stripes?

Franco atrapalhou-se por um momento, pois tinha todo um discurso preparado para a apresentação. Seus cabelos eram negros e ondulados, olhos castanhos escuros. Magro, percebia-se abaixo da camisa músculos torneados. Sério e compenetrado. Parecia regular de idade com Carol.

Explicou que possuía uma pequena agência e foi contatado pela assistente dela. Ficou bastante interessado pelo trabalho, pesquisou sobre a marca e a história de Carol, Arusi e Meke. Achou fascinante a coragem dos sócios em fundarem uma empresa em um mundo engolido por fusões de empresas e conglomerados cada vez maiores. Teve um carinho pelo projeto. Contou ainda que coincidentemente a sua irmã utilizava os produtos e que era fã incondicional.

Carol gostou do que ouviu e pediu para ele apresentar a campanha. Ficou emocionada, pois a ideia era muito similar ao que ela tinha programado para a Sassy com a diferença que os executivos de lá odiaram.

Campanha aprovada na hora. Saíram para almoçar e comemorar.

Naquela noite, Carol e Claudia se encontraram para jantar no restaurante de saladas preferido da sócia da Stripes.

- Quanto tempo, Carol! Você parece tão bem! Tenho visto os produtos da Stripes nas prateleiras. Posso te contar um segredo? Deixei os produtos da Sassy para ficar com a Stripes! – Claudia pôs a mão na boca com se estivesse dizendo algo proibido.

- Clau! Que blasfêmia você está dizendo! Tem que usar os produtos de seu cliente. É o que a MacNamara fala, não? – as duas caíram na gargalhada. - E no mais? Como estão as coisas?

- Tudo caminhando lá na agência. Seu amigo Arthur foi promovido de novo, agora é CEO – contou a amiga.

- Sim, eu vi na mídia. Boa sorte para ele. Escolhi a minha agência de trabalho. – contou a novidade à amiga

- Ah, é? Quem são?

- É uma agência pequena, você não vai conhecer. Me lembrou os velhos tempos na nossa agência – Claudia assentiu com nostalgia. - E além de eles serem bons, o cara é um gato! – disse com ênfase no "gato".

Carol contou sobre as viagens de Franco, suas aspirações, sua história de vida. Era um cara maduro, interessante.

- E quando você vai me levar para conhecer a Stripes da Namíbia e seus sócios?

- Vou na semana que vem, embarca comigo? – provocou a amiga.

- Claro! Calha com as minhas férias! Quem sabe eu não arrumo um Namibiano lindo para mim? Já que o Arusi já foi tomado, né?

Carol lançou um olhar de surpresa para a amiga. Não sabia que ela tinha se interessado por Arusi.

- Uma coisa, eu te prometo – disse Carol por fim. – Você nunca mais vai ser a mesma.

- Estou precisando de algo assim na vida – filosofou.

As duas brindaram e continuaram conversando naquela noite fresca e agradável de verão.


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