(quarenta e sete) sete minutos

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Aurora

- Vai pro inferno. - aumento o tom de voz

- Você vai mesmo querer pagar a barraqueira?! Olha sua fama já não está muito boa na família... Eu acho que você não entendeu oque estou propondo.

- Você está me machucando. - Tento puxar minha mão.

- Aposto que você aguenta bem mais do que isso. - Ele sorri. O fluxo de pessoas diminui no ambiente, não reconheço ninguém.

Me empurra com certa força para um cômodo atrás de mim que contém alguns instrumentos musicais.

- Podemos conversar melhor aqui. - Desfaz o nó da gravata. - Ele te fez assinar algum contrato de fidelidade ou  oque?

Caminho rapidamente em direção à  porta, ele passa o braço em volta da minha barriga me puxando novamente.

- VAI SE FUDER, FILHA DA PUTA DE MERDA.

- Isolamento acústico linda, pode gritar o quanto quiser.

- ME SOLTA. - Tento retirar seu braço que cola seu corpo ao meu.

- Você está me deixando excitado. - Sorri com os lábios colados ao meu pescoço.

Meu estômago se revira.

Mordo seu braço com força o fazendo me soltar.

- Vagabunda ! - Me dá uma rasteira assim que alcanço a maçaneta. Encontro o chão com força minha visão embaça por alguns segundos.

Ele me retira do chão me jogando em um sofá de couro preto no canto do cômodo.

- Para de frescura, puta que pariu! Porra, olha o tamanho desse vestido. - sobe a mão por minha coxa. - Não estou reclamando, ficou uma delícia em você.

Minha cabeça lateja, me sinto zonza.

Seu corpo pesa sobre o meu, deposito vários tapas em seu ombro e rosto.

- Não complica tá?! Não quero te machucar. - Se senta em minhas pernas e retira um preservativo do bolso.

- NÃO, NÃO. - Empurro seu corpo me debatendo, ele segura meus braço acima da cabeça.

- Sim, sim, proteção acima de tudo. - Pisca pra mim.

- SAI. - As lágrimas rolam por todo meu rosto.

-  Você vai ficar rouca... atoa. - retira o cinto com agilidade.

- Por favor, por favor me solta eu não vou contar pra ninguém. - Nego com a cabeça freneticamente.- Eu prometo.

- Ok. - Diz depois de minutos. Fica de pé me ajudando a levantar, dou alguns passos rapidos em sua frente. - Pensando bem... - Me debruça com agressividade sobre um piano, afivela meus punhos com o cinto. Ele se posiciona atras de mim, escuto seu zíper abrindo. Meus gritos se misturam com o choro se tornando um só. - É minha palavra contra a sua gata, se eu falar que você quis, ninguém vai dizer o contrário.



Ele demorou sete minutos, exatamente sete minutos.

Me sinto suja. Tenho nojo do meu corpo.

Estou sentada no chão por alguns tempo. Ninguém apareceu.

Me levanto com dificuldade, ajeito o vestido da melhor forma possível, que agora me parece minúsculo. Enxugo as lágrimas e respiro fundo.

- Eu quero ir embora.- Me aproximo de Adam que bebe ao ar livre com algumas pessoas. Ignoro os olhares que me seguiram pelo caminho.

- Ei onde você estava eu te procurei... O que aconteceu? Por que estava chorando? - Se levanta colocando as mãos em meu rosto.

- Eu quero ir embora.- Me irrito levantando a tonalidade de voz, minha garganta doi parece se rasgar com o esforço.

- Tudo bem, mas me fala oque aconteceu.

- Vou te esperar no carro. - Caminho o mais rapido que minhas pernas podem suportar. As lagrimas voltam sem exitar. Visto uma blusa de frio que estava no banco de trás e me aconchego no banco.

- Aurora me diz oque aconteceu. Quem te deixou assim ? - Adam paresse preocupado, não notei sua  presença. - O que fizeram com você?

Seu toque me faz desabar.

- Eu estava preocurando você, ele apareceu. - Minha voz falha entre os soluços.

- Ele quem? - Sinto suas mãos tremerem.

- Eu não sei quem ele é. Eu não sei, eu juro.

- Como ele é?

- Alto, cabelo preto usa uma gravata cinza, relogio dourado. - Não quero mais me lembrar dos detalhes.

- O que ele fez? Ele te disse algo? - Apenas concordo com a cabeça.

Adam sai do carro, seu rosto queimava de raiva. Vi seu olhar se escurrecer.

Minha cabeça dói meus olhos pesam.

Quando acordo Adam esta dirigindo, ecorre sangue por um pequeno corte em sua testa.

- O que aconteceu?

- Está tudo bem. -  sorri. - Já estamos quase chegando.- Escoro a cabeça no vidro da janela. - Princesa, desculpa por ter te deixado sozinha... o que foi que ele te disse ?

- Quem era ele ?

- Um amigo do meu irmão.

- Qual o nome?

- Kennedy. Oque ele te disse?

- Estou cansada, quero dormir um pouco.

- Tudo bem. A gente conversa depois.

Não quero falar sobre isso. Quero esquecer.

Vou direto para o quarto meu corpo todo dói.

- Aurora. - Ele para de frente pra mim, não consigo olhar em seus olhos me sinto culpada. - O que ele te disse?

- Ele me ofereceu dinheiro pra sair com ele .- Falo baixinho.

Adam levanta meu rosto limpando minhas lágrimas, seus olhos estão cheios d'água, nunca o vi assim.

- Não foi só isso né ?! - Seus olhos escorrem, quero agarra-lo e dizer que esta tudo bem, mas não consigo.

Não consigo.

Desejos  proibidosWhere stories live. Discover now