24 capítulo

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Narração Peter

Eu precisava da sua boca sempre. Eu precisava do seu beijo sempre. Eu precisava dela... Sempre.

Aquele beijo, foi o melhor de toda minha vida. Sua boca era quente e o seu gosto de Listerine era realmente ótimo. Seu corpo de baixo do meu, sua mão na minha nuca fazendo uma espécie de carinho. Eu acho que nunca senti uma sensação tão boa e gostosa ao lado de uma garota. E confesso que estou com medo. Medo de ter sido apenas pelo "momento".

Assim que Lisa adentrou no quarto, Cloe fez um movimento brusco, me levando ao chão. E para a cena ficar mais constrangedora, meus pais entraram no quarto para ver se era verdade. Cloe estava vermelha de vergonha, era nítido o desespero em seu olhar. Se tivesse um buraco no seu quarto, com certeza ela enfiaria a sua cabeça ali. E eu, apenas fiquei no chão, observando todas aquelas pessoas nos olhando.

E agora, cá estou eu. Deitado em minha cama com as luzes apagadas, tentando achar uma maneira de falar com a Cloe, novamente.

Hoje, Vancouver amanheceu feio. Frio, chuvoso e nublado. O tempo ideal para chamar Cloe para assistir alguma coisa comendo pipoca, ou posso chamá-la para ir a uma cafeteria.

Eu acho melhor a segunda opção. Sair dessa casa, aonde todos ficam nos encarando quando passamos pela sala.

- Peter?- Ouvi uma voz masculina me chamar.

- Pode entrar!- Respondi, e no mesmo segundo, observei o meu pai passar pela porta.

Tínhamos nos resolvidos um dia antes da festa. Eu falei tudo que estava me sufocando e ele me escutou. E depois foi a minha vez de escutar. E doeu! Depois pedi perdão para ele, por todas as vezes que fui um babaca, e ele aceitou.

- Eu e sua mãe vamos levar a Lisa na casa de uma coleguinha da escola.- Ele passou a mão em sua barba e continuou.- E de lá, vamos almoçar em algum lugar... Você quer ir?- Perguntou por fim.

- Acho que vou ficar!- Respondi me sentando na cama.

- Tudo bem!- Ele respondeu e coçou a nuca. Parecia envergonhado, e eu sabia que ele iria fazer a temida pergunta.- Você e a Cloe estão...- E antes que ele acabasse de falar, eu o interrompi.

- Não!- Respondi rápido. Não queria estender o assunto. Pela primeira vez eu estava envergonhado por conta de uma garota.

- Tudo bem, más... Vocês usaram camisinha?- Ele perguntou conseguindo me deixar mais constrangido.

- Pai!- Tentei o repreender.

- Filho, vocês não precisam namorar para tran...- E antes que ele terminasse, eu o cortei.

- Não transamos, pai!- Disse. - Não. Transamos.- Tentei dizer palavra por palavra para não restar dúvidas.

- Tudo bem!- Ele disse e colocou as mãos para o alto em sinal de rendição. Parecia que tinha mais alguma coisa presa na sua garganta, eu já estava me preparando para outro pensamento impuro seu, mas ele me surpreendeu dizendo:

- Ela é uma garota legal!- Soltou rápido, e logo em seguida, deixou o quarto. Me deixando em dúvida.

O que ele quis dizer com uma garota legal?

Que nos apoiaria?

Isso tudo é muito confuso.

Ouvi o barulho da maçaneta e depois de alguns segundos, o barulho da porta se fechando.

Era agora.

Levantei da cama e abri a porta do banheiro para ver se meu cabelo estava bonito. O meu bonito não passava do desarrumado. Eu gostava dele assim.

Egocentric [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora