Filhos da Guerra (COMPLETO)

J.S.Carvalho.

"...Eu não sou seu brinquedo.

Eu sou sua rainha!

Eu cito às regras.

Você tem que me ouvir..."

J.S CARVALHO.

2 anos depois.

January, New York

- Porque ela sempre chega atrasada nas reuniões que ela mesmo manda fazer? - Vincent perguntou olhando para seu amigo Fabrício que estava sentado ao seu lado com sua namorada Tamires - alguns rumores por aí diziam que a coisa era mais séria do que parecia e eles iriam se casar.

- Deve ser porque ela é a Rainha da porra toda.

- Esse povo rico. - Comentou Black do outro lado de Vincent.

- Como se você também não fosse. - Zombou Fabrício se esticando para frente para olha-lo.

- Calado. - Todos começaram a rir ao contrário dos lideres de clãs de diferentes gerações de Nefilins e Anjos Caídos que estavam ali, eles já deviam ter se acostumado com o péssimo hábito da rainha, mas todos guardam uma pequena esperança de que ela chegasse na hora pelo menos uma vez na vida.

Os três amigos agora faziam parte da corte, eles eram os chefes de segurança, líderes de exército ou qualquer outra coisa leve ou pesada que a rainha precisasse. Apesar de ter que ficar seguindo ordens às vezes, eles não se importavam com isso, eles amavam a mulher como irmãos e os dois irmãos também, eles eram uma grande família, que sempre faziam de tudo por todos, para todos. Os laços que eles tinham era mais forte do que os laços de sangue que não compartilhavam.

Um alvoroço começou tirando todos de suas brincadeiras fazendo com que olhassem para frente. Jennifer estava entrando no enorme salão com um vestido preto colado até a cintura que ia até os pés, com seu namorado - ainda não tinham se casado, ninguém sabia o porque, nem eles mesmos - de um lado e o cunhado de outro com ternos pretos acompanhados de uma camisa de linho preta e gravata da mesma cor.

Entraram sérios - quem não convivia pensava até que eram assim o tempo todo - foram até onde seus amigos estão comprimentando-os com apertos de mãos e se sentaram na suas respectivas cadeiras, como na época da monarquia. Eles tinham uma rainha amante dos romances da época moderna e clássica que não se cansava de arrumar temas diferentes para suas reuniões e bailes que às vezes dava para todos os líderes e quem mais quisesse ir.

Depois de já terem se organizado, a rainha começou a falar.

- Como rainha da Ordem, quero lhes informar que haverá algumas mudanças. - Todos começaram a cochichar, ela nunca tinha sugerido ou deixado a entender que mudaria algo deixado por seu pai. - Eu andei vendo e escutando que alguns líderes estão espalhando filhos por aí sem se preocupar em cuidar deles ou das mães, quero deixar bem claro que eu estou de olho nisso, quem não resolver suas situações até terça, eu resolverei e a punição para o pai, não será boa, muitos de vocês aqui me conhecem, sabem que não brinco em serviço e nem os meus homens. Por muito tempo meu pai deixou essa parte negligenciada por preocupações com coisas mais sérias, mas agora que a poeira abaixou, estou tomando conta disso. A lei também serve para as mulheres, se você fez, cuide, não quero brechas para outra rebelião, muito menos que crianças sofram por irresponsabilidade dos pais.

Alguns a olharam com medo, outro com raiva mas ela não se importava, ninguém era louco o suficiente para ir contra ela e quem fosse, não ficaria muito tempo para contar história.

...

1 hr depois, com o assunto terminado e outros que foram discutidos também, todos foram para suas casas ou hotel, já que muitos não moram lá.

Jennifer tinha uma enorme cobertura no centro de Manhattan onde ficava sempre que ia para NY, lá havia vários quartos e como ela tinha praticamente mandado que todos os seus amigos se mudassem para sua mansão, mesmo com Andrey e Arttur ainda mantendo a Mansão Branca, não seria diferente no apartamento.

- Que tal uma pizza? - Perguntou Andrey jogando sua gravata no chão junto ao paletó, mas recebeu um olhar de advertência de Jenny, se levantou e foi levar tudo para o quarto onde colocou no closet, depois abriu quase a metade dos botões de sua camisa e voltou para sala.

- Comemos pizza ontem. - Reclamou Jenny deitando em seu colo assim que ele se sentou.

- Que tal comida japonesa? - Sugeriu Black aparecendo da cozinha com um copo de suco de uva ou vinho, tinha os dois na geladeira.

- Comemos anteontem. - Respondeu Andrey enrolando uma mecha de cabelo de sua pequena nos dedos.

- Ah já sei. - Jenny praticamente gritou se sentando de uma vez fazendo todos olharem em sua direção, mas não com estranheza, eles já eram acostumados com ataques de loucura de todos os lados, todos ali eram loucos de qualquer forma. - Que tal a gente ir naquele restaurante que a gente foi aquela última vez que veio aqui, que tinha aquela macarronada dos deuses.

- Topo. - Todos disseram em uníssono, se levantaram, pegaram suas coisas e saíram como a família feliz que agora eram.

Mesmo depois de todas as perdas de dois anos atrás eles conseguiram se manter de pé através da força fornecida por todos ali presentes. Às vezes ainda doía, algumas lágrimas caiam, mas entendiam que era preciso deixar o passado para trás.

Eles se juntaram, se reergueram e aprenderam a serem felizes...

Como se dizia Maia, mãe de Andrey e Arttur:

A família, mesmo não sendo de sangue, 

Te dá forças quando você precisa. 

Te levanta, 

Te mostra o caminho certo, 

Te ensina a vencer e acima de tudo, 

Te ensina o amor, 

E ele cura qualquer ferida.