UM - dance for me

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C A S E Y  C O O K E

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C A S E Y  C O O K E

Um arrepio lento alcançou meu cérebro o soprando até a luz. A visão turva logo se concentrou sobre uma porta rústica e paredes de pedras em tons de cobre, aquele lugar não possuía qualquer iluminação natural. Levantei minha cabeça ainda sentindo-a flutuar como no espaço, com pouca ou quase nenhuma porção de gravidade. Logo ao lado, observo um compartimento menor, um banheiro completamente branco e limpo, extremamente limpo. Ao notar meu corpo recuperar o peso natural, estico meus braços contra a coisa macia abaixo de mim, sentindo os tecidos minimamente organizados e confortáveis, além de um travesseiro, deduzo rapidamente que isso é uma cama, por fim, levanto minha coluna, esticando um dos meus pés e dobrando o outro. Isso não se parece em nada com um quarto, que ambiente mais estranho. O que aconteceu comigo? Sinto um terrível calafrio brincar com minha pele, seguido por dores musculares em determinadas regiões de meu corpo, como se um caminhão tivesse passado por cima de mim sem piedade alguma. As luzes elétricas do quarto se intensificam e me fazem encolher contra a parede; aos poucos, uma a uma, se acende.

Passos precisos e rudes ecoam por detrás da única porta e saída desse cômodo assustador. A proximidade dos sons me fazem tremer, tentando me arrastar à lembranças que decidi trancar em quartos mais apertados e escuros que esse, pelas quais levei tempo para lutar e por algumas que ainda tento. A maçaneta redonda balança rapidamente, com um solavanco, a porta se destranca. O homem alto, com a mão firme sobre o objeto, esse rosto, sua roupa social se alinha perfeitamente em seu corpo robusto, os olhos azuis me analisam intensamente, tão bem centrados por detrás do óculos de vidro, aquela expressão sisuda, não permitindo uma sincera advinhação do que realmente se passa em sua mente, onde foi que eu vi isso antes? Aquele olhar... Sim, esse olhar. Eu, eu estava num carro, naquele carro que ia me levar até em casa. Então, esse homem... é claro, foi ele. Ele me dopou ou algo do tipo? Cala a boca, Casey. Tá na cara que foi isso. Meu Deus, onde foi que ele me colocou? Não, eu me recuso a acreditar que estou prestes a passar por um sofrimento maior, além do qual estou acostumada. Sei que não mereço isso, tenho sido uma boa garota, não tenho? Seu suspiro pesado, como se carregasse toda a carga tensa circulando por seu corpo, tal respiração mais densa que o normal, o silêncio não é apenas constrangedor, também é perturbador. Preciso sair daqui. Em sua mão direita há uma cadeira de madeira, ainda com seu olhar instigador, ele abre o objeto, arrastando seus pés pelo chão, paralisa ali com as pupilas completamente examinatórias sobre mim, retirando um pequeno lenço de franela de cor laranja do bolso de sua camiseta, o esfregando sobre o assento, depois o dobra minimamente, o colocando no mesmo lugar de antes, dentro do pequeno bolso diante de seu peito; puxando a calça social para cima, a ajeitando, minutos antes de se sentar sobre a cadeira depositada ao centro do quarto.

Eu tremi os olhos sobre seu tronco ereto reencostado ao assento, mas permaneci com a atenção máxima nele, parece até que é um jogo, talvez ele queira me assustar - e por mais que eu esteja em pânico - não vou lhe conceder esse prazer. Ainda com os braços a minha volta, permaneço a observá-lo tal como ele a mim, como se estivesse tentando me desvendar. Aquilo é simplesmente interminável, um verdadeiro inferno. Mas não sou eu quem vai ceder.

O QUE RESTOU - Dennis, Split (1) [REVISANDO]Where stories live. Discover now