A Nova Morada

26 | Então vamos começar a brincadeira.

• Alemão •

Acordo sentindo um certo peso em cima de mim, abro os olhos e me deparo com a Victoria dormindo que nem um anjo no meu peito. Tão linda até de manhã, me sinto um boiola admirando ela assim.

Provavelmente, já é tarde e eu preciso começar a colocar meu morro de volta em ordem. Tiro a Victoria de cima de mim, a colocando na cama com o maior cuidado, tentando não acordar ela. Me levanto e tomo um banho, a noite de ontem me deixou todo suado. Ao sair do banho, encontro a Victoria bem acordada me olhando.

— Ia sair de fininho outra vez? — ela abre um sorriso.

Se ela soubesse como esse sorriso me atinge, seria perigoso.

— Já disse que você fica muito bonita quando tá dormindo — começo a me vestir. — Tenho pena de te acordar.

— Ele todo preocupado — dá risada.

— Com você, eu me preocupo mesmo — visto minha última peça de roupa.

Ela me olha com um olhar feliz de uma criança, mas não fala nada.

— Tenho que ir arrumar meu morro — me aproximo dela. — Te vejo mais tarde.

— Vou te esperar.

Dou um selinho nela e saio, vou direto para casa, me arrumar para trabalhar e preciso trocar de roupa. Encontro a Milena sentada no sofá quando entro em casa.

— Bom dia, minha irmãzinha linda — provoco.

Ela me olha desconfiada e levanta uma sobrancelha.

— A felicidade de quem transou a noite inteira — ela da risada.

— Cala a boca, Milena — rio também.

— Mentindo eu não estou — dá de ombros.

Reviro os olhos e começo a ir em direção à escada, mas a Milena volta a falar e eu paro.

— Vou descer o cacete na Raquel — anuncia como se fosse uma grande novidade.

— Fique a vontade — não dou importância.

Nem se eu quisesse, eu poderia impedir a Milena de fazer alguma coisa, quando ela quer fazer algo, não escuta ninguém. Uma verdadeira Rossi.

— Ontem ela chegou cheia de pose para Vic, dizendo que você era homem dela — reclama.

— Essa mulher é louca, não aguento mais explicar para ela que a gente só transa.

— E você ainda transa com ela é? — estreita os olhos para mim.

— Assunto meu — não respondo.

— Me dá nojo só de imaginar — faz careta de nojo.

— Não se mete nesse assunto.

— Você é um chato — me dá língua.

Mando o dedo do meio para ela e começo a ir para o meu quarto novamente, sem tempo para esse assunto agora. Faz um tempo que não tenho nada com a Raquel e nem mulher nenhuma além da Victoria, mas a Milena não precisa saber disso, porque sei que chegará no ouvido da Victoria.

Troco de roupa vestindo algo mais apropriado para o calor que está do lado de fora, pego todos os meus acessórios e a chave da minha moto. Quando desço, a Milena não está mais na sala e eu saio de casa, vou pilotando minha moto até a boca.

— Bom ter você de volta, Alemão — um vapor me cumprimenta.

— É bom estar de volta.

Falo com todo mundo e depois vou direto para o galpão ver o Cobra que está preso lá.