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 Beleza! Se isso e o céu eu não faço ideia do que seja o inferno, mesmo antes de eu abrir os olhos eu já podia ouvir o choro, os gritos e isso não parecia nada bom, ou talvez eu tenha ido pro inferno! Será que se eu ficar com os olhos fechados eu consigo enganar o satanás?

- A senhora precisa de um café! Vá ate o refeitório e coma alguma coisa, se ela acordar eu aviso.

O barulho da porta abrindo e fechando me fez pensar se no inferno tinha porta, ou talvez isso seja o purgatório.

- Pode abrir os olhos mocinha.

Abri um olho meio desconfiada. - isso aqui e o céu ou o inferno?

- É um hospital - o senhor de jaleco se aproximou e se sentou em uma cadeira ao meu lado. -Você deu um belo susto em todos nós mocinha.

- Então eu não morri?

- Você queria morrer? -perguntou sério agora e eu apenas dei de ombros 

- O que aconteceu?

- Você deu entrada aqui ardendo em febre. E seus cortes estavam bem feios

Olho de imediato pra baixo e vejo meus braços cobertos com ataduras

 - Eu não me orgulho disso sabia? Na verdade eu sinto vergonha de mim.

- Não precisa ser assim, temos ótimos psicológicos, psiquiatras e nutricionistas.

- Eu não preciso de um nutricionista

- Eu sou médico sabia? Você chegou aqui com uma gastrite aguda por conta do suco gástrico que você põe pra fora quando vomita, estava extremamente desnutrida.

- Eu sou gorda sabia? E o esporro da escola, vocês não sabem como é então não vem fingir que me entende

-Você não é gorda, na verdade seu imc está abaixo da média pra sua altura. Você está desnutrida, e doente.

- Para você e fácil falar, você e um médico bonitão todo sarado - falei dando uma boa olhada nele. - Aposto que no colégio você era capitão do time e namorava uma líder de torcida.

- Hum... na verdade não. Eu era o nerd no fundo da sala.

- Só esta dizendo isso para que eu me sinta melhor. - me viro na cama - A quanto tempo estou aqui?

- Você dormiu por um dia, achamos que iriamos perde você.

- É uma pena não te perdido, seria menos um estorvo no mundo.

- Cercy, eu sei que você esta passando por momentos difíceis...

-NÃO! Você não sabe. Você não faz a menor ideia do que eu estou passando. -falei me virando e olhando em seus olhos -Nem a menor ideia.

- Temos ótimos especialistas que podem vim está ajudando você.

-  Não preciso de ajuda. Eu só estou cansada, só preciso descansar um pouco.

-Cercy...

- Você poderia me deixar sozinha um pouco?

- Claro... sua mãe...

- Poderia manter ela lá fora? Eu preciso pensar um pouco.

- Okay.

-Obrigado.

Okay, eu não sabia o que fazer. Eu estava com vergonha, essa era a verdade, não e por que eu me corto e vômito o que como que eu sinto orgulho disso, e exatamente o contrário. Como eu iria encarar todo mundo agora? E minha mãe, ela ia me matar!.

Peguei a almofada atrás de mim, coloquei no rosto e comecei a gritar e chorar ao mesmo tempo.

-isso não está acontecendo, não está acontecendo, não...

-cercy? -levantei o rosto assustada e avistei a dawon.

-Não olha pra mim, eu não quero que você me veja assim -falei cobrindo o rosto com as mãos

-o médico disse que você não esta bem e vai ter que ficar internada.

-tenho nada -falei olhando pra ela assustada -eu to bem.

-Não tá não -ela veio e se sentou na cadeira ao meu lado e segurou minha mão -eu posso ajudar você.

-como? -falei em um fiapo de voz -como? A Nicole disse que eu preciso fazer isso -comecei meio histérica -ela fo-oi a única que quis me a-ajudar. Todo mundo naquela escola me odeia -falei olhando nos seus olhos - eles são cruéis comigo e me agridem e me ofendem, eu Tenho que emagrecer pra eles pararem, eu só quero que eles parem.

-vamos da um jeito, essa tal Nicole faz mal pra você ela está te induzindo a anorexia...

-eu não sou anoréxica, não sou.

-cercy, me escuta. Eu vim da coreia lembra? Distúrbios alimentares são comuns lá, eu perdi uma amiga pra elas, não quero perder você.

Estava prestes a concordar quando alguém entrou no quarto fazendo o maior barulho e me assustando.

-você quase me matou de susto cercy -era minha mãe -o  que você tinha na cabeça? -me encolhi na cama -você está se cortando cercy! Está passando fome! Por conta própria

-Mãe, por favor!

-por favor? Eu que digo por favor cercy! Me diz, no que você está pensando? E aquela fazer de "eu quero morrer por que a vida e ruim?" -fez aspas com os dedos -eu te dou tudo! Eu trabalho pra não faltar nada pra você...

-Mãe para! Sai daqui -falei tremendo

-Não! Você tem que entender...

-CALA A BOCA -minha respiração estava desregulada - eu quero morre todo dia okay? Todo dia! Odeio a escola, odeio todos eles e odeio você! Desde que o papai foi embora você também foi, eu vivo sozinha mãe, sozinha e vazia o tempo todo e dói, dói muito continuar, então sim! Eu quero morrer e quero que você saia do meu quarto. -desviei o olhar e tentei controlar minha respiração, as lágrimas não paravam de rolar pelo meu rosto e eu odiava isso.

-tia, acho melhor deixar ela sozinha um pouco - a dawon falou se levantando.

-você está sendo injusta cercy. eu faço tudo por você.

-e! talvez eu esteja sendo injusta mesmo, talvez a culpada seja eu, o erro sou eu.

-para de bancar a vítima garota!

-desculpa mãe -olhei bem pra ela -eu realmente sinto muito mas e assim que eu me sinto.

ela ficou me olhando calada e depois de um tempo fez menção que iria se aproximar mas o médico entrou no quarto antes.

-eu preciso que vocês saiam, a cercy  precisa descansar um pouco.

não esperei pra vê se elas tinham saído eu simplesmente virei pro lado e fechei os meus olhos e esperei ate a escuridão bem vinda me revindicar novamente.

-

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⏰ Last updated: Sep 28, 2020 ⏰

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Blue butterflyWhere stories live. Discover now