Chapter 10 - Coming Home

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 O silêncio antes impermeável tornou-se uma mera lembrança quando as três retornaram para o interior da capela

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O silêncio antes impermeável tornou-se uma mera lembrança quando as três retornaram para o interior da capela. O som de suas respirações em luta e dos soluços incontroláveis tornaram o ambiente antes remoto e tenso num mar de pura angústia. Chegava a ser difícil imaginar que qualquer uma delas retornaria a dormir bem depois de tudo o que presenciaram naquela noite, e ao momento, enquanto o relógio aproximava-se das 3hrs da manhã, Avery, Candace e Maeve viam-se como as únicas ainda em pé.

Pensando que no começo daquele dia não passavam de dez amigos animados para uma viagem em grupo, e relacionando isso ao terrível de destino que cada um deles teve nas mãos dos estranhos, subtraindo este número para três, fazia com que Candace sentisse certa ânsia. Poderia ser dada como a mais controlada do momento, o que era até mesmo engraçado se comparado ao seu estado de horas antes, quando estava aos prantos pela morte de Josie. Agora, no entanto, este papel havia sido passado para Avery.

A morena abraçava Candace forte o bastante para que a loira franzisse o cenho pelo aperto dos ossos, mas negava-se a reclamar disso e consolava-a o melhor que podia. O choro abafado pelo ombro da amiga era a única coisa que deixava claro que Avery ainda não havia sucumbido a loucura, tendo os cabelos negros caindo ao redor do rosto de modo a tampar seus olhos sujos com o rímel borrado. Ao fundo, Maeve jazia como uma figura a parte de todo aquele cenário caótico, parecendo ainda em estado catatônico.

— Ei, vai ficar tudo bem — dizia Candace ao ouvido de Avery. — Se acalma, ok? Ficar desse jeito não vai ajudar em nada. Eu estava assim e foi uma merda. Te garanto que se recuperar e melhorar é uma alternativa bem melhor, Avery.

Sem respondê-la, a garota continuou largando suas lamúrias no ombro da outra, parecendo nem mesmo ouvir o que ela dizia. Percebendo isso, Candace se obrigou a tomar uma investida mais bruta e empurrou-a para longe de si gentilmente, de modo que ficassem cara a cara uma com a outra.

— Engole o choro — desferiu, tornando um olhar mais sério.

— Dylan está morto... — murmurou Avery. — Meu melhor amigo, Cand... Morto bem na minha frente... Eu não consigo...

— Não consegue, ou não quer? Eu sei que chorar alivia, mas na nossa situação atual isso não vai nos levar a lugar algum. Então, por favor, se recupere para a gente montar um plano e dar o fora desse lugar. Está na hora de nós fazermos alguma coisa.

Tendo a conversa das duas como simples murmúrios de plano de fundo à sua mente perturbada, Maeve nem se movia, parada como uma estátua. Seus olhos já eram cobertos por uma fina camada de lágrimas que cada vez mais pareciam prestes a escorrer. Os cabelos um tanto rebeldes ao redor do rosto davam a ela uma aparência enlouquecida, como alguém que de fato foi levado ao seu ápice nas últimas cinco horas. A noite parecia interminável.

— Isso não pode ser real... — continuava Avery, segurando com força os braços de Candace. Para ela, todo o peso do que aquela noite significava tinha recaído somente naquele momento, com a morte de alguém querido para si servindo de gatilho para trazer a tona sua parte mais sensível. — Ele está morto! Não, não...

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