STRIPPER • ❬Jikook❭

QUARENTA E DOIS

─ Ai está você! ─ o mais velho se aproximou de Jungkook, ignorando sem que perceba a presença de Jimin. ─ Te entregaram esse cartão mais cedo na empresa, junto com essa caixa. ─ ela era vermelha, com um laço branco em cima. ─ Não se preocupe, filho. Eu não abri. ─ o homem sorriu malicioso. ─ Mas eu li o bilhete, e 'tô muito feliz que sua namorada te dê esses presentes.

O moreno engoliu a seco e olhou para Jimin que o encarava sem expressão. O loiro pensava com calma, pois em sua mente todas as informações estavam embaralhadas. Ao ouvir a palavra namorada, Jimin o olhou com os olhos cerrados e o moreno rezou para que não dissesse nada. E ele não disse, apenas observou quando seu amigo colorido saia da água para pegar o embrulho.

─ Obrigado, pai. Vou guardar lá dentro.

─ Ué, por que não abre?

─ É Jungkook, por que não abre? ─ Jimin disse em tom de aviso.

Só nesse momento, senhor Jeon notou sua presença. O olhou dentro da piscina e sorriu falsamente.

─ Quem é você?

Jeon que estava atrás do pai, o olhou com os olhos arregalados, e o baixinho ao perceber o quão Jungkook estava assustado, com medo do que falaria, disse a verdade.

─ Sou o assistente pessoal, do Sr. Jungkook. Estamos de folga por hoje e viemos aproveitar esse lindo dia. ─ disse simples.

─ Ah, sim. ─ olhou pro filho atrás de si. ─ Não vai me apresentar?

─ Claro, pai! ─ andou cambaleando até Jimin que saia da água. ─ Esse é Jimin, e Jimin esse é meu pai Jeon Chul. 

O loiro estendeu a mão já seca para o mais velho que apertou rapidamente.

─ É um prazer conhecê-lo, mas tenho coisas afazer. ─ disse grosso olhando para o filho que ainda tremia dos pés a cabeça. ─ Até mais!

Quando o homem deixou o jardim para entrar na casa, Jimin tomou a caixa da mão de Jungkook que tentou recupera-lá, mas não conseguiu e a abriu. Sabia que era errado mas não estava nem ai. Puxou o laço com agressividade; e por debaixo dos pano rosa apareceu uma langerie preta com renda nas duas peças. O cartão de baixo do pano dizia em letras cursivas e bonitas: Espero que tenha gostado das flores, Dálias são suas preferidas, como essa peça aqui. Lembra de quando eu a usei? Beijos do seu admirador.

─ Eu sou tão idiota! ─ disse com os olhos marejados. ─ Sei que não temos nada sério Jeon, mas realmente não esperava por essa. ─ virou o bilhete para que o maior conseguisse ler, e assim que terminou de visualizar todas as palavras, seus olhos também transbordaram em lágrimas. ─ Sabe o que é pior? ─ Jeon negou. ─ É você ter mentido pra mim. Tudo bem se você está fingindo pro seu pai ser quem não é. Mas pra mim?

─ Não estou fingindo pra você! ─ disse um pouco mais alto e Jimin riu sarcástico.

─ Não? Então por que caralho você disse que eram pra mim? ─ o moreno negou com a cabeça sem dizer uma palavra.

─ Eu fiquei com medo da sua reação. ─ disse a verdade. ─ Não queria que ficasse ameaçado.

─ Eu, ameaçado? ─ o tom de ironia estava presente. ─ Por que eu me sentiria assim se não somos nem namorados?

Jeon não sabia o que dizer, pois aquilo era a mais pura verdade. Eles não namoravam, e não tinham motivo algum para se sentirem enciumados um com o outro. Porém, era exatamente assim que Jimin se sentia no momentos.

─ Ficamos sério! ─ tentou controlar a voz, que saiu um pouco falha.

─ Isso não é nada, Jeon. Eu me sentiria assim se eu o amasse, e- ─ quando percebeu a gravidade de suas palavras e a intensidade das mesmas, ele se calou.

Jungkook estava com os olhos marejados, mas não sabia exatamente o motivo de estar tão triste. Ele sentia algo em relação a Jimin, não sabia o que era, mas estava com medo de descobrir. Pra falar a verdade, ele sempre estava com medo daquilo que não conhecia. E Jimin o fazia sentir o desconhecido. Quando seu coração acelera ao vê-lo chegar em qualquer lugar, quando seu corpo se arrepia a cada toque, seja apenas um encostar das mãos. Quando as bocas se encontram e provocam fogo, queimando o corpo de ambos; quando mesmo longe, os pensamentos estão perto. Isso é amor? Jeon se perguntava. Se fosse, ele estava sentindo sozinho?

Jimin não o correspondia?

─ Quer saber, eu vou pra casa. ─ o baixinho juntou as peças de roupas e entrou para dentro da mansão, seguindo para o banheiro mais próximo. Jeon estava atrás de si tentando se explicar, mas as palavras não vinham.

─ Me perdoe, Jimin. ─ sussurrou quando o mesmo saiu pela porta da casa as pressas.

─ Pelo que exatamente?

─ Por ter mentido. Não deveria ser assim. ─ Jimin andava apressado para frente da casa, onde os seguranças liberaram o acesso a rua.

─ Tarde demais, não acha? ─ Disse com um olhar triste. ─ Eu já passei por isso no meu passado, e não quero me ferrar como antes. Então antes que você me machuque, eu vou embora.

─ O que isso quer dizer?

─ Passarei a ser somente seu funcionário, sem amizade colorida, sem beijos dentro do escritório, sem toques íntimos no sofá da minha casa. Apenas seu assistente pessoal. Se não me demitir é claro. 

E dizendo essas palavras duras, Jimin saiu pela rua na direção contrária, com o peito ficando apertado e com lágrimas caindo sobre o rosto.

Ele tinha que ficar longe de Jeon, antes que seu amor por ele, ficasse exposto demais.

Ele não queria se machucar.

O que os dois homens não perceberam, foi o senhor Jeon da sacada observando com um sorriso no rosto, cada parte daquela discussão.

Tá curtinho? Tá. Mas amanhã tem mais!

Advinha quem já começou a escrever 'Procura-se um submisso'?

HAHAH EU!

Olha capa ai! Talvez eu mude, não sei.