𝑻𝒉𝒊𝒏𝒌𝒊𝒏𝒈 𝒂𝒃𝒐𝒖𝒕 𝒔𝒐𝒎𝒆𝒐𝒏𝒆

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Taetae: Você está dormindo agora, Jeon? 5:00 AM

Taetae: Acho que sim... Espero que esteja sonhando. :p 5:03 AM

Taetae: Estava limpando algumas coisas e lembrei da nossa guerra de água (que eu te massacrei, aliás!) 🤪 5:04 AM

Eu estava me arrumando para ir à escola, exatamente às cinco e trinta da manhã, quando li essas mensagens. Quem mandava mensagem para outras pessoas em plena manhã, e ainda mais — para falar algo tão bobo?

Resolvi não perder tempo, então a única resposta que dei a Taehyung foi a mais breve possível:

Eu: 👍

Dei um suspiro impaciente antes de colocar meu celular no bolso e me virar para trás, me deparando com um espelho.

— Ridículo — foi o que eu disse ao olhar minha imagem refletida. Meu cabelo estava molhado, pois eu tinha o limpado naquele dia, e eu odiava quando ficava assim. Ficava completamente lambido, e também maior do que já era.

Abri a porta do meu armário e peguei o meu moletom preto, que era meu uniforme exclusivo da escola. Eu nunca ia sem ele, tanto que ouvia algumas pessoas da sala me referirem à “menino do casaco preto”, o que era melhor do que ser chamado de viadinho, claro, fato.

Mary grunhiu ao meu lado. Deveria estar sonhando como sempre. Ela sempre me dizia que sonhava, mas ela nunca entrava em detalhes sobre.

Passei por seu lado e coloquei seu unicórnio rosa entre seus braços, ela o abraçou com força, virando para o outro lado.

Resolvi pegar minha mochila e ir embora o mais rápido possível, já que Noah e minha mãe poderiam acordar à qualquer momento. Mesmo que Noah ainda ficasse um tempo deitado na cama coçando o saco, esperando minha mãe preparar o café da manhã, era sempre bom previnir do que premediar, certo? Muito bem.

Saí da minha casa e arfei com o vento gelado adentrando minhas narinas. Era outono, e se já estava frio daquele jeito não queria nem imaginar quando o inverno chegasse. Mas de certa forma era bom; eu poderia usar meus casacos sem morrer abafado pelo pano grosso, algo que acontecia principalmente quando era verão.

Depois de alguns minutos andando pelas ruas vazias, cheguei na escola, e ainda estava sem ninguém.

Ainda estava cedo demais. Normalmente, quando eu chegava, já havia algumas pessoas.

Sentei-me num canto da grande quadra, tirando minha mochila de trás das costas e a abrindo. Peguei meus fones de ouvido e catei meu celular no meu bolso. Assim que achei, conectei o fio e abri meu aplicativo de músicas.

Entrei na minha playlist, a minha favorita:

Arctic Monkeys.

Procurei nela aquela música que eu sempre ouvia em qualquer situação, mas que sempre me fazia sentir da mesma forma quando a escutava.

R U mine?

Eu fico louco, pois não é aqui onde eu quero estar
E a satisfação parece ser uma memória distante
E eu não consigo evitar, tudo que eu
Quero ouvi-lo dizer é: você é meu?

Essa era minha música. A que eu mais gostava de escutar, a que despertava em mim sensações maravilhosas e ao mesmo confusas. Uma nostalgia, uma sensação de já ter vivido o que era retratado nela, mas de fato nunca ter acontecido — saudades de coisas que nunca aconteceram.

Cinza É A Nova Cor Do Arco-íris | Kth + JjkWhere stories live. Discover now