Capítulo Nove

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Matteo Giordano

— Mamma... — falo em um fio de voz me desvencilhando de Alessandro.

Ficamos um ao lado do outro encarando minha mãe na porta do escritório, que nos olhava como se fossemos seres de outro planeta. Meu coração nunca esteve tão acelerado, nem mesmo quando estive com medo de Domênico.

— Matteo, vocês... — engoliu seco entrando por completo no escritório de papà. — Diz que isso não é real, fale que estou louca.

— Rita... — Ale tentou, mas não conseguiu falar.

— Saia de minha casa! — falou com raiva. — Saia dessa casa Alessandro, é o cúmulo o que acabei de presenciar aqui!

Alessandro nem mesmo se moveu, continuou do meu lado, e espero que ele continue e não me deixe sozinho resolvendo toda essa situação.

— Prego, Rita, não diga o que viu aqui a ninguém. — implorou mostrando seu medo, não estou diferente. — Se souberem...

— Sei bem o que irá acontecer. — falou também em pânico. — Por isso não direi nada a ninguém. Mas vá embora, e fique longe de mio figlio.

Minha mãe deu o assunto por encerrado com Alessandro. Esse continuou por mais um tempo no escritório perto de mim, o local entrou em um silêncio irritante. Mamma não tirava os olhos de nós, só desviou o olhar quando Alessandro pegou em meu rosto beijando minha testa e saiu sem dizer mais nada.

Chorei, chorei sim, não era para isso ter acontecido, não podiam ter descoberto a gente, a culpa é toda minha, não deveria ter o beijado. Mamma ouvindo meus soluços, passou seus braços ao meu redor me apertando.

— Mio bambino. — beijou meus cabelos. — Ele te seduziu não foi? Diz para mim, esse homem seduziu você, se aproveitou da sua inocência.

— Não existe inocência, mamma! — acabo elevando meu tom a empurrando, agora a vejo levantar as mãos até a boca em sinal de surpresa. — Não venha com essa de inocência, isso nunca existiu nesse lugar! E o Alessandro não me seduziu, não fui obrigado a nada, eu o amo mamma!

— Matteo! — exclamou incrédula. — Ele é um homem casado, tem idade para ser seu pai.

— Não venha me dar aulas de convenções, o Alessandro é o homem que eu amo, desejo casar com ele, o dar filhos...

— Chega, Matteo! — negou assustada e apontou para fora do escritório. — Se o seu pai ouvir uma coisa dessas. Diz que essa história sua com o Alessandro é recente, diz que isso começou agora.

Tive vontade de rir, sim, pode parecer maluquice, mas minha vontade foi de dar uma gargalhada ouvindo as palavras dela. Mas somente balancei a cabeça negando e mamma formou uma expressão de decepção em sua face.

— Não criei você para isso, para se tornar amante de alguém, se tornar um... — ela engoliu qualquer coisa que fosse dizer e me deu as costas. — Agora terá um filho Matteo, fique longe do Alessandro, ele é casado com uma grande amiga minha, não me decepcione mais.

Não chorei como senti vontade quando ela deixou o escritório dizendo que mandaria alguém aqui para pegar os cacos da xícara na mesa de papai. Sem ter medo de ser flagrado aqui dentro (pois papà não gosta nenhum pouco que entrem em seu escritório) permaneci por mais um tempo no cômodo pensando no que acabou de acontecer. Alessandro deve estar com raiva de mim, mamma só descobriu sobre nós porque o beijei.

Deixei o escritório ainda mais desanimado, mas vejo um grande lado bom, tive novamente os lábios de Ale sobre os meus, talvez o risco tenha válido apena, sentir sua língua entrelaçada com a minha me deixou bobo, bobo e com mais sede dos seus toques no meu corpo, seu aperto firme na minha cintura, o perfume que nunca deixa a minha memória. Abro um pequeno sorriso e continuo andando até chegar de volta a sala, onde agora Andreia olhava pela janela.

Amor Mafioso - MpregOnde histórias criam vida. Descubra agora