Capítulo Onze

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Matteo Giordano

Não sabia o que fazer, Graziela continuava esperando meu abraço, mas não queria abraça-la, estava irritado demais para fazer isso, mas não irritado com essa mulher, e sim comigo mesmo, por ter a coragem de olhar em seu olhos. A maioria dos convidados observavam a gente e com certeza estranhavam esse meu jeito.

— Mio figlio. — ouvi e vi meus pai se aproximando, mamma quem falou. — Dê um abraço em Graziela, Matteo, não seja tímido.

Quis dar risada disso, mas seria mais estranho e até falta de educação, então me controlei. Mamma sabe muito bem que isso não é causa de timidez nenhuma, nunca soube o que é isso, minha recusa para o abraço de Graziela tinha nome e sobrenome, minha mãe sabia disso, parece ter mais medo do que eu de alguém desconfiar sobre o meu caso com Alessandro.

Contrariado aceitei o abraço da mãe de Domênico, ela pareceu contente com isso, me apertou tanto que estranhei. O homem do seu lado ficou desconfortável com o nosso contato, a expressão de Ale se tornou mais séria, seus olhos nunca encontravam os meus.

Covarde.

— Vem, vou te apresentar para alguns dos convidados. — com o braço entrelaçado no meu Graziela me puxou, ela claramente percebeu meu desconforto, só se enganou sobre o porquê disso. — Não se preocupe, quem vou te apresentar são pessoas do bem.

Nunca gostei dessa chatice de apresentações, é “detestante” conhecer as pessoas dessa máfia, se não são ruins tem uma vida de sofrimento pior que as outras, e isso acaba me deixando mais abalado. Paramos em uma roda onde tinha três homens e duas mulheres, eles pareciam falar de algum assunto bastante sério, mas que foi interrompido com educação pela minha sogra.

Uma das mulheres era obstetra, então pude finalmente entender o porquê da mãe de Domênico me trazer até aqui, nem pensei sobre isso e ela sim, deve ser coisa de "vó", é impossível saber, não vou nem questionar, não quero puxar algum assunto e acabar criando uma "amizade" com ela.

Falar com a mulher sobre a minha gravidez foi tranquilo, os três homens se afastaram um pouco, um deles sempre olhando na minha direção, nunca tinha visto na minha vida, até agora. Mas nem sendo observado senti desconforto, e mesmo sendo flagrado o homem não se intimidou, continuou a me olhar. O assunto da gravidez acabou quando a mulher pediu que eu fosse até seu consultório algum dia, ela era dona de uma clínica particular, mesmo sorrindo seu olhar era quebrado, tinha idade para ser minha mãe.

— Ela não parece estar bem. — comento a vendo se afastar junto a outra moça.

— São problemas na família, ela é viúva, tem somente um filho que perdeu um bebê de um jeito trágico, e a moça com ela é sua irmã. — explicou Graziela. — Quero te apresentar mais alguém...

— Não. — falo a fazendo estranhar. — Agora não, preciso ir no banheiro.

Suspiro quando ela se afastou após assentir, foi na direção de onde estava Andreia com Ettore e mais uma mulher, reconheci ser Milena, a vadia da Andreia com certeza estava incomodando a garota, morre de ciúmes dela com meu irmão. Não muito longe deles estava Pietro com Elmo, os dois conversavam apontando para um canto qualquer, olhavam Giovanni e Vincenzo falando sobre algo, os dois pareciam um pouco alterados.

Sem falar com mais ninguém fui atrás do banheiro, estive aqui uma vez, no dia do meu casamento, não lembro onde ficava o corredor, mas achei, e antes de poder abrir a porta do banheiro alguém saiu de lá, um homem, cambaleava um pouco, teve que se apoiar na parede para não cair, parecia ter minha idade.

— Está tudo bem? — chamo sua atenção.

Ele ri feito um louco, e segurando na parede para não cair veio até mim, parando uns três palmos de distância.

Amor Mafioso - MpregOnde histórias criam vida. Descubra agora