Capítulo 5

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Pov Sina

Sai da igreja em disparada, já estava quase anoitecendo, encontrei algumas alunas pelos corredores, percebi algumas meninas sorrindo pra mim, mas não me importei com elas. Desabotoei outro botão da minha camisa social, eu me sentia tonta, Heyoon Jeong não saia da minha cabeça, subi para o terceiro andar pelas escadas mesmo. Cheguei no meu dormitório quase aos tropeços.

— Sina você tá bem? – Sabina estava deitada na cama e veio em minha direção, eu me joguei na minha cama a ignorando. — Sina?

— Tô bem Sabi... – Percebi que Any não estava no dormitório, ela deve ter saído.

— Quer conversar?

— Sabina eu tô fodida!

— O que aconteceu?

— Heyoon Jeong aconteceu.

— Sina?

— Eu não consigo parar de pensar nela Sabina, eu não sei o que está acontecendo comigo. Você tem cachaça por aí? – Eu falei e Sabina acabou rindo.

— Se contar para alguém eu te mato. – Ela se levantou, abriu uma frecha de madeira no chão, e tirou uma garrafa de vodka.

— Tá brincando? – Peguei a garrafa da mão dela e tomei um longo gole. Sabina pegou a garrafa da minha mão e virou também.

— Então você é lésbica Deinert?

— Se contar para alguém eu te mato. – Devolvi a mesma resposta com deboche, peguei a garrafa da mão dela e virei. — Brincadeira, eu não me importo, sou assumida. – Eu ri alto, Sabina balançou a cabeça em negativo e pegou a garrafa novamente.

— Me fale mais do que está acontecendo com você e a Jeong.

— O problema é exatamente esse, não tá acontecendo nada e nem vai acontecer. Sabina eu sempre peguei quem eu quis, fui as mais diferentes festas, nunca me apeguei a ninguém, e agora olhe pra mim.

— Já se apaixonou alguma vez?

— Até hoje não.

— Minha cara, você está fodida. Mas sabe Deinert, eu fico feliz, agora tenho uma parceira de sofrência. – Ela deu duas tapinha no meu ombro e virou a garrafa.

— Gosta da irmã Anastácia? – Falei e Sabina se engasgou com a bebida, nós duas caímos na gargalhada.

— Vou te apresentá-la depois.

— Mulher?

— Mulher!

— Encrenca?

— Grande!

— Gostosa?

— Demais!

— Vale a pena?

— Passaria o resto do ano na detenção.

— Parece que vou ter companhia então, preciso ir pra detenção amanhã.

— Não vou te ajudar.

— Qual é Sabina?

— Sina eu fiquei na detenção hoje, e quem tá babando na Jeong é você e não eu.

Fiquei em silêncio, eu e Sabina já estávamos alteradas pelo álcool, respirei fundo e tomei outro gole da bebida.

— Posso te beijar? – Perguntei olhando pra boca dela.

— Você tá bêbada!

— Você também. – Falei e nos duas rimos novamente, até que meu riso morreu, eu olhei para a boca de Sabina novamente e ela pra minha, mordi meu lábio inferior encarando aqueles lábios convidativos.

— Também quero te beijar. – Sabina me puxou pela nuca e juntou nossas bocas.

O gosto da vodka, com o doce da boca dela era inebriante, Sabina era quente como o inferno, o beijo dela era de tirar o fôlego, a língua desfilava com agilidade sobre a minha. Ela me empurrou e eu caí deitada na cama, Sabina subiu em cima de mim e me beijou com mais intensidade, coloquei minhas mãos por baixo de suas roupas e massageei seus seios. Nosso beijo foi interrompido com o barulho de porta abrindo.

— NOSSA SENHORA APARECIDA! – Olhei em direção a porta e vi a irmã Anastácia com a mão sobre a boca, do lado dela estava Heyoon Jeong olhando a cena sem esboçar nenhuma reação.

— Droga! – Sabina falou e começou a rir alto, ela escondeu o rosto na curva do meu pescoço e eu acabei rindo também. Ótimo, vou ser expulsa do internato no primeiro dia, mas também o que papai queria? Ele me colocou logo em um colégio feminino.

— As duas para minha sala agora! – A freira falou e saiu andando, Heyoon olhou para nós duas, balançou a cabeça em sinal negativo e saiu atrás da irmã.

— Logo sua paixonite Sina... – Sabina riu mais alto ainda, ótimo, além de termos sido pegas aos beijos, ainda estavamos bêbadas.

— Acho melhor a gente ir na sala da freira. – Falei parando de rir, Sabina se levantou, tomou outro gole da garrafa e abriu o piso para esconder novamente. — Me da aqui mais um gole, pra dar coragem. – Tomei mais um longo gole e fiz uma careta, a bebida tinha descido rasgando.

Sabina colocou a garrafa lá novamente e saímos abraçadas quase aos tropeços até a sala da direção, era visível de longe que estávamos alteradas.

— Chamou diretora? – Sabina falou ao entrar na sala, a freira tava com a cara fechada, Heyoon sentada do seu lado.

— Vocês estão bêbadas? – Foi Heyoon quem perguntou.

— Quem? Nós? Nunca nem vi. – Respondi com deboche e Sabina riu, ia me sentar na cadeira quando Heyoon me barrou, com uma mão bem em cima dos meus seios. — Opa professora cuidado aí...

— Onde conseguiram bebida? – Heyoon tentou novamente, tirei a mão dela do meu peito e me sentei na cadeira em frente a diretora.

— Junte suas coisas Deinert. – Ela falou assim que me sentei e eu sorri.

— Não acredito, vou para casa?

— Não, a senhorita vai mudar de quarto. Estão na detenção por uma semana.

— A não diretora!

— Sim, agora saiam da minha frente, seu novo quarto é o 58 senhorita Deinert, fica no mesmo corredor, se eu te pegar no quarto da senhorita Hidalgo, ou vice-versa, nossa conversa vai ser outra. Agora saiam.

Assim que saímos da sala, Sabina começou a rir novamente, qual o problema dela de não parar de rir quando bebe?

— Conseguiu sua detenção Deinert. – Sabina falou e eu comecei a rir também.

Não deve ser tão ruim assim.

{...}

Eu tô morrendo de rir de vocês comentando que meu clichê tá meio errado. Olhe quando vocês menos esperar vão ficar boiolas por esse casal. Lalala tinha que ter pegação de Sibina aqui também.

InternatoWhere stories live. Discover now